Nas Garras do Capitão

11| Secrets Buried in Time

Logo após o resgate bem-sucedido do capitão, a tripulação decidiu celebrar com uma grande festa no convés do navio. As luzes das fogueiras iluminavam o mar em ondas de calor e riso, enquanto a música e os brados de alegria preenchiam a noite. Dante, com um brilho travesso nos olhos, se dirigiu à tripulação.

"Hoje, não celebramos apenas nossa vitória, mas também uma nova era! A partir de agora, Aurora será conhecida como a 'Rainha dos Mares'!" O nome reverberou no ar, e a tripulação explodiu em aplausos e gritos, aceitando-a como uma das suas.

Aurora sentiu um misto de surpresa e alegria. Aquela acolhida era inesperada, mas acolhedora. Enquanto a festa prosseguia, ela começou a perceber que sua vida a bordo do navio não era tão ruim assim. Os piratas a cercavam, oferecendo bebidas e contando histórias de bravura e aventura. Cada relato era acompanhado de risadas e brincadeiras, e Aurora não pôde evitar se deixar contagiar pela atmosfera festiva.

À medida que a noite avançava, os tripulantes foram se aproximando dela, compartilhando suas experiências e fazendo perguntas sobre sua vida antes do navio. Aurora se sentiu cada vez mais à vontade, percebendo que, entre aqueles homens destemidos, havia um espaço para ela. Ela não era apenas a prisioneira ou a jovem prometida — era a Rainha dos Mares, uma parte vital da tripulação.

Dante, observando de longe, sentiu um orgulho crescer dentro dele. Aurora brilhava sob as luzes do fogo, rindo e se divertindo. Ele se aproximou, segurando um copo de rum. "E então, Rainha dos Mares, como se sente em sua nova posição?"

Aurora sorriu, seu olhar refletindo a luz da fogueira. "Sinceramente? É bem melhor do que eu esperava. Acho que posso me acostumar com isso." A resposta provocou uma risada entre os tripulantes que os cercavam, solidificando a ligação entre ela e sua nova família pirata.

Enquanto a música tocava e as risadas ecoavam, Aurora percebeu que havia encontrado um lar inesperado entre os piratas. E com cada brinde e cada sorriso, a nova vida a bordo do navio tornava-se mais doce, mais cheia de promessas e aventuras que ainda estavam por vir.

A festa continuava a pulsar no convés do navio, e a música animada envolvia todos em um clima de celebração. Dante, em um momento de pura alegria, começou a dançar de forma despreocupada, o corpo se movendo livremente ao ritmo da música. Seu sorriso era contagiante, e seus olhos brilhavam com um novo vigor, algo que a tripulação não via há muito tempo.

Enquanto isso, Aurora se encostou na borda do convés, observando a cena com um sorriso no rosto. Logo, alguns dos piratas começaram a se aproximar dela, atraídos pela aura de camaradagem que pairava no ar.

"Não vejo o capitão tão feliz desde que Miriam partiu," um dos tripulantes comentou, com um olhar nostálgico. "Ele sempre teve um sorriso para os outros, mas no fundo, parecia carregado de sombras."

"Quem era Miriam?" Aurora perguntou, interessada. O nome ressoava em sua mente, e a curiosidade se acendeu.

Outro pirata, um homem mais velho com cicatrizes que contavam histórias de batalhas passadas, suspirou ao lembrar. "Miriam era o sol da vida de Dante. Ele a conheceu ainda jovem, e ela trouxe luz para suas noites mais sombrias. Era uma mulher forte e doce, com um sorriso que poderia derreter o gelo mais frio."

"Mas tudo mudou," acrescentou um terceiro, seu tom sério. "Um grupo de piratas inimigos atacou nossa vila um dia. Estava grávida do filho de Dante. Ele a protegia com todas as forças, mas eles a pegaram de surpresa..."

A atmosfera ficou pesada, e Aurora sentiu um nó se formar em seu estômago. "E o que aconteceu?"

O homem mais velho continuou, seu olhar distante. "Eles a mataram. Não havia como Dante chegar a tempo. Ouvimos os gritos dela e o som de sua dor. Desde então, ele se tornou o Ceifador dos Mares, um homem impiedoso. A tristeza o transformou em algo temido e respeitado. Aqueles que cruzam seu caminho sabem que ele não poupará esforços para vingar sua amada."