A fuga de Aurora e Dante começou no silêncio da madrugada, a respiração dela acelerada enquanto segurava a mão dele, forçando-se a correr o mais rápido que podia. O peso da barriga tornava cada passo um esforço monumental; seus pés pareciam afundar a cada movimento, o corpo clamando por descanso. Ela queria ir mais longe, queria seguir ao lado de Dante, mas o esgotamento a dominava — o cansaço da gravidez, somado à tensão dos últimos meses, transformava sua determinação em fraqueza.
Dante parou de repente, percebendo o quanto Aurora estava exausta. Ele virou-se para ela, preocupação estampada em seu olhar. "Aurora, precisamos ir, mas você está..." Ele hesitou, as palavras presas entre o desejo de protegê-la e a realidade cruel de que ela estava no limite.
Antes que ele pudesse concluir o pensamento, o som de passos pesados ecoou pela escuridão. Do outro lado do corredor, Rafael surgiu, com um sorriso venenoso e uma expressão de ódio ardente. Os olhos dele brilharam com uma fúria descontrolada ao ver Dante de pé, vivo, ao lado de Aurora.
"Impressionante," Rafael disse, o sarcasmo gotejando de cada palavra. "Achei que tivesse dado conta de você. Mas, aparentemente, até os ratos voltam do inferno." Ele se aproximou lentamente, seus olhos fixos em Dante com um desprezo absoluto. "E pensar que você sobreviveu... para quê? Para ver Aurora nos meus braços? Para saber que foram os meus lábios que a tocaram, enquanto você apodrecia na escuridão?"
Dante cerrou os punhos, cada músculo de seu corpo tenso, mas controlado. Ele manteve-se em silêncio, os olhos fixos em Rafael, cuja voz reverberava com uma fúria misturada a diversão sádica.
"E esses filhos que ela carrega?" Rafael continuou, o tom provocador, cruel. "Eu deveria ser o pai. Eu deveria ser o homem ao lado dela." Ele riu, um som áspero e cortante. "Mas, não se preocupe, Dante. Vou acabar com você primeiro. Depois, vou tirar essas... coisas... de dentro dela, uma a uma, enquanto você assiste do inferno." Ele inclinou a cabeça, os olhos estreitando-se em um brilho insano. "E quando ela implorar por misericórdia, quando ela não puder mais respirar de tanto gritar, eu vou deixá-la ir. Mas só depois que nada restar dela além de suspiros e dor."
Aurora sentiu o sangue gelar, a mão segurando firmemente a de Dante. Mas ele, ao contrário, não se abalou. Algo dentro dele — talvez a força que viera de Aurora e dos filhos — o tornava inquebrantável. A expressão de Dante endureceu, os olhos se transformando em chamas de ódio e determinação.
Num movimento rápido, Rafael puxou a espada, e Dante, com um grito de guerra, avançou, colidindo com ele numa força ensurdecedora. A batalha começou, os dois guerreiros movendo-se com uma precisão mortal, cada golpe ecoando pela escuridão como trovões. Rafael atacava com uma ferocidade animalesca, seu rosto uma máscara de ódio. Cada palavra provocativa e cruel que ele dissera a Dante parecia amplificar a intensidade dos ataques.
Mas Dante resistia, cada golpe de Rafael encontrando um oponente incansável. Ele bloqueava, desviava, contra-atacava, sua própria fúria misturando-se com uma serenidade inabalável. A lembrança do toque de Aurora e o peso dos filhos em seu ventre alimentavam cada movimento seu. Ele sabia que não podia perder — não apenas por ele, mas por ela e pelos filhos.
Rafael percebeu a força incomum em Dante, algo que ele não entendia. E essa incerteza o enraivecia ainda mais, seus ataques tornando-se desordenados, impetuosos, como um animal encurralado. "Por que você ainda está em pé?!" gritou ele, as palavras carregadas de desespero e fúria. Mas Dante não respondeu. A cada golpe desferido, ele canalizava todo o amor e a determinação que Aurora e os filhos lhe deram.
Num momento de deslize de Rafael, Dante encontrou sua oportunidade. Com um giro rápido e preciso, ele desarmou Rafael, sua espada caindo ao chão com um som metálico. Rafael, atônito, cambaleou para trás, e Dante o encarou com uma intensidade mortal, a respiração pesada, mas os olhos inquebrantáveis.
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Nas Garras do Capitão
FanfictionQuando o navio de Aurora é atacado em alto mar, ela é capturada pelo enigmático e implacável capitão Dante, um pirata de olhar penetrante e um passado coberto por sombras. Aurora, filha de uma família respeitada, vê-se prisioneira de um homem que re...