𝐁𝐑𝐔𝐓𝐀𝐋 || ❛ 𝐸 𝑞𝑢𝑒 𝑎 𝑠𝑜𝑟𝑡𝑒 𝑒𝑠𝑡𝑒𝑗𝑎 𝑠𝑒𝑚𝑝𝑟𝑒 𝑎𝑜 𝑠𝑒𝑢 𝑓𝑎𝑣𝑜𝑟 ❜
𝖮𝖭𝖣𝖤 Phoenix Abernathy, filha de Haymitch Abernathy, ganhador da 50° edição dos Jogos Vorazes, é sorteada para a 74° edição como tributo do distrito 4.
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CATO HADLEY POV ————————————————
Desde que me lembro, minha vida teve uma única direção: os Jogos Vorazes. Eu fui moldado para isso, esculpido para ser uma arma, afiado como uma lâmina pela fome de vitória.
Desde pequeno, ouvia sobre as glórias da arena, sobre como vencer era o ápice de qualquer cidadão do Distrito 2, o maior feito que alguém poderia alcançar. Meus pais me ensinaram que a vitória era a única coisa que importava; eles diziam que era como alcançar a imortalidade.
Treinei duro, cada movimento, cada técnica, cada estratégia. Cada golpe, cada corte... era o som da minha preparação. Estava preparado para a arena como um caçador para a caça. E agora, finalmente, o momento estava próximo. Meu momento de glória. O momento que definiria minha vida.
Eu ansiava por isso. Sonhava com o dia em que o público gritaria meu nome, em que a Capital me reverenciaria como uma lenda viva. O sangue e o suor derramados ao longo dos anos fariam sentido, cada esforço seria recompensado.
A arena era o meu palco, e eu estava pronto para mostrar a todos quem eu era, quem eu fui treinado para ser. Ali, com todos os olhos em mim, eu seria invencível. Cada fibra do meu corpo queimava com esse propósito. Eu não conhecia medo, nem dúvidas. Só a certeza de que vencer era meu destino. Afinal, fracasso não era uma opção para um tributo do Distrito 2, e eu não tolerava a ideia de algo menos do que a vitória.
Mas então… ela apareceu.
Havia algo naquela garota que parecia me desarmar antes mesmo de eu conseguir erguer uma defesa. Cabelos loiros e olhos castanhos — uma combinação que, até então, eu jamais teria pensado duas vezes. Mas nela... era como se cada detalhe existisse para me atrair, para me confundir. Irritante. Isso era extremamente irritante.
Eu tentava me focar nos meus treinos, nas estratégias, na certeza da vitória. Mas lá estava ela, e cada vez que sorria algo em mim balançava, se fragmentava. Como era possível alguém ser tão… bonita?
Era frustrante, até absurdo, o modo como ela parecia simplesmente existir e isso já era suficiente para me abalar. Eu, o tributo mais preparado, o mais implacável. Eu não deveria me sentir assim. Eu nem mesmo sabia o que era isso. Mas bastava uma vez que nossos olhares se cruzassem, e meu foco vacilava.
Ela era perfeita de um jeito que me deixava inquieto. E isso me deixava com raiva — dela, de mim mesmo, de todos os anos de treino que não me prepararam para isso.
Eu a observava de longe, tentando entender o que havia de tão engraçado naquela conversa com o tributo do Distrito 12. Como era mesmo o nome dele? Pete? Peter? Isso, Peter... ou Peato... Tanto faz. Um nome insignificante para alguém que mal sabia segurar uma faca.
