Destino - Malila

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Capitulo 6
Marilia

Quando dois corações partidos se cruzam, o eco da saudade pode se transformar em uma nova melodia.

As pessoas dizem que quem tem muito dinheiro, muita fama e muito tudo, tem sempre o que quer. Posso dizer que não é verdade. Claro, tenho sim muito do que sempre sonhei, mas existem coisas que nem todo o dinheiro do mundo pode comprar. Uma dessas coisas é ela.

Faz duas semanas desde que me encontrei com Maraisa, e após aquela noite andei pensando muito nela. É estranho reencontrar alguém que você era tão próxima e que hoje em dia não sabe nada a respeito dela. Pensei muito sobre como ela esta vivendo agora, espero que esteja bem e feliz, pensei também como seria voltar a ter aquela conexão com ela.

Apesar de tudo que tenho, sou uma pessoa relativamente sozinha, tenho Luisa, e apenas ela como amiga. E tenho meus avós, mas ultimamente estou repensando muito sobre eles. Os dois cuidaram muito bem de mim quando meus pais faleceram, mas apenas por um curto período, passados 3 meses da morte dos meus pais, eles "sumiram". Apenas aparecem as vezes, sempre pedindo dinheiro ou qualquer bem material, nunca perguntam como estou, se estou bem, se preciso de alguma coisa e etc. Confesso que sinto de falta do cuidado que recebia antes, pode parecer ridículo, mas uma hora essa saudade bate. A saudade de saber que tem alguém realmente preocupado comigo.

Maraisa seria essa pessoa. Sei que seria. Passaram anos, mas dúvido muito que esse jeito protetor dela tenha mudado. Me pergunto se ela também pensa em mim como penso nela. Não vou dizer que o meu amor por ela reapareceu do nada depois daquela noite, mas quando a vi percebi que um enorme carinho que eu sentia por ela ainda está aqui.

Estou sentada na cadeira do balcão da minha casa bebendo vinho sozinha, viajando em pensamentos, todos diferentes, mas todos voltados a ela.

- Mali, lançou um filme ótimo recentemente. Parece um romance com terror...mas parece bom. Esta no cinemas e eu...

- O restaurante que fomos a umas semanas atrás abre que horas? - mal percebo que interrompi o que Luisa falava, mas essa era umas das perguntas que eu estava me questionando a dias.

- Ãhm? Porque quer saber isso?

- Curiosidade - dei de ombros.

- Ah...até onde eu sei ele abre para o almoço, fecha umas 15 e abre novamente de noite. - respondeu se sentando ao meu lado.

Assenti com a cabeça.

- Está pensando em voltar la? - Luisa questiona curiosa.

- Talvez.

Luisa ficou me olhando, e eu conheço aquele olhar. É o mesmo que usa quando quer descobrir algo só pela minha feição.

- Tem algo a mais... - ela susurrou. E em seguida sorriu de canto. - É aquela garçonete?

- O quê?! Que garçonete? - menti. Óbvio que era sobre Maraisa que ela estava falando.

- Não se faça de tonta, Marilia. Você sabe, a morena que atendeu a gente. Vocês tiveram uma troca de olhares, impossivel não perceber.