Capítulo 16 - Morgana - Volume II

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Chegamos ao castelo ao escurecer. Celeste nos recebera de braços abertos e o coração consternado por nosso sofrimento. Antoine se encarrega de narrar o que parece ser o fim de minha união com Ga'al, embora eu ainda nutra esperanças em reconquistá-lo. No interior de meu quarto, retiro o vestido com que ele me presenteou no inesquecível dia em que dançamos sob a chuva.

 No interior de meu quarto, retiro o vestido com que ele me presenteou no inesquecível dia em que dançamos sob a chuva

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- Ela mente...- Afirmo entre soluços enquanto tento lavar, num gesto insano, a mancha de sangue no tecido fino e branco, com a água da banheira onde devo me limpar. - Isabella vai me pagar por tudo. Eu juro.

- Cuidado. As palavras têm força.

- Diabos! Tu não podes entrar assim em meus aposentos ainda que eles estejam dentro dos teus aposentos! - Contendo um riso inconveniente, Giovanni se desculpa enquanto cubro meu corpo nu com o vestido ensopado. - Isso é inadequado.

- Eu sei. Perdão se te assustei. Estou preocupado com a tua saúde e a do bebê. Notei...- Aponta ele o indicador ao interior de minhas coxas tingidas pelo sangue seco. Parecendo constrangido, ele indaga. - Nosso filho ainda vive?

- Não existe 'nosso filho', Giovanni. - Esclareço, num fio de voz. - Esse filho é e sempre será de Ga'al. E não. Ele não morreu. Ainda vive dentro de mim. Eu, no entanto, estou morrendo por dentro. Não sei se terei ânimo para cuidar dele e de Antoine. Sem Ga'al, não vou conseguir.

- Vais sim. - Assegura-me ele dando um passo à frente. - Estarei ao teu lado. Sempre.

- Te afastas. - Alerto, recuando. - Por tua causa, perdi meu marido. - Sentindo um jato de um líquido quente escapar de minhas entranhas, eu o ouço reclamar, amparando-me na queda.

- E se eu não te ajudar, perderás o filho dele, cazzo.

- Salva nosso filho...- Suspiro. Antes de desmaiar, ouço sua voz suave afirmar.

- Salvarei, meu anjo. Salvarei.

Giovanni cuidara de mim e do filho em meu ventre demonstrando a mesma habilidade em Magia que Ga'al

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Giovanni cuidara de mim e do filho em meu ventre demonstrando a mesma habilidade em Magia que Ga'al. Dera-me um banho com ervas frescas em sua banheira luxuosa, cercada por velas aromáticas. Enquanto estivera sob seus cuidados, ele não me lançou um olhar de lascívia sequer. Eu estava nua e carente e ele não me olhou como mulher. Ele não me quer. Eis a verdade. Ga'al me expulsara de casa por nada. Cazzo! Sua indiferença me irrita e me incita a testar sua capacidade em não me enxergar como mulher. Penso em Ga'al e no quão solitário ele deve estar e uma onda de remorso me engole. Então, eu paro de desejar o impossível. Sinto falta do sorriso tímido de meu marido que contrasta com os risos irritantemente alegres de Giovanni. Seus risos demonstram sua alegria em viver e a intensa e legítima vontade em ajudar aos que o rodeiam. Até mesmo aos que trabalham em sua propriedade. Para ele, cada dia é um novo recomeço enquanto que, para mim, é o início do fim.

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⏰ Última atualização: 2 days ago ⏰

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