Capítulo 10: A Reunião

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Uma bolsa. Blusa preta. Jeans. Cabelo desarrumado. Estava Fernanda caminhando até o local, com um olhar depressivo. Pegou um hotel barato por enquanto, mas pensava em pedir um lugar, talvez pra Larissa ou alguma das mulheres que conheceu na festa.

Detrás dela estava Camila, que também não estava indo de boas. Estava indo para ter dinheiro pra ajudar a mãe.

Chegaram no local vendo um Fiat ao lado da rua, com uma mulher aparentemente enraivada batendo no carro, e outra observando.

- Debianne? - perguntava Camila, reconhecendo a cara.

- Camila.... - Debianne vai e abraça ela. - E aí?

- Nada, tava indo pra um evento....- Camila olha para Larissa, que estava ligando pra a mãe, estressada.

Fernanda ficava em silêncio, olhando pra a entrada do local. A advogada olhava desde dentro para elas, falando por celular.

Nesse momento, um carro moderno chegou em frente ao local, se parando em frente ao Fiat. Um homem elegante, com terno preto e gravata vermelha, saiu do carro, sorrindo para as mulheres.

- Boa tarde, mulheres poderosas e lindas. E aí, vieram mostrar seus poderes para cumprir seus sonhos? - ele fala, tirando as gafas.

Todas ficam em silêncio olhando seriamente para o homem.

Que cringe, Larissa pensava, disfarçando o pouco desgosto que tinha.

- Hoje estou aqui para escutar vocês, suas ideias, e tudo. Parece estranho tudo, e uma parte de vocês não confia, mas eu peço... - ele coloca a mão no coração - ...que acreditem e se unam para a reunião. Não tem nada que perder....além de uma hora de tempo, claro.

Ele chega até a porta enquanto as mulheres ficam pensativas. Ele abre a porta, convidando elas para entrarem ao local.

- Confiem. Não é nenhuma palhaçada. É para ajudar vocês.

As mulheres pouco a pouco vão até a porta, exceto Larissa, que fica perto do carro dela, num conflito sobre essa situação.

- Não vai vir?

- Ehhh, tenho meu carro aqui , liguei pra minha mãe vir me buscar, não posso deixar o carro ali sozinho, sabe Sr Arthur.... - falava Larissa tentando excusar para não entrar.

- Larissa. Tem segurança no local, olha pra lá. Seu Fiat não vai desaparecer. Não precisa ficar toda a reunião se não quiser, pode ser uns minutos. Mas acredite, é pra seu bem. -
Ele abre a mão sinalizando a porta, convidando ela entrar.

Larissa olhava aos olhos do Arthur com o celular na mão. Num lado persistia a curiosidade de saber desse tal projeto. Mas do outro lado, um alerta no coração insistia que não era algo bom.

- Sua mãe não vem agora, né? Entra e fica um pouco, que o dia está muito quente. - dizia ele enquanto a assistente saiu um pouco, bebendo água refrigerada, falando no ouvido dele. - Bom, vou entrar, se quiser, pode vir.

Arthur entrou para dentro, enquanto Larissa vivia esse conflito.

- É cilada, mulher, é ciladaaa - ela rebatia com a curiosidade, esfregando a cara, olhando para a hora no celular. Nas mensagens, a mãe parecia dizer que não iria chegar até dentro de 2 horas. Era só uma reunião, não vai acontecer nada. Né?

- Ah, mas é Karoline! - Arthur olhava para a morena, que estava ansiosa para já começar a reunião. - Chegou bem cedo!

- É, Sr Arthur. Não aguentei a ansiedade- ela ri, se levantando da cadeira com a tablet emprestada pela ajudante advogada.

O local era bem simples, tipo uma oficina. A advogada distribuía as tablets para todas as mulheres enquanto elas sussurram entre elas sobre as dúvidas.

- Bom, minha ajudante, a Dra. Lilith, emprestou vocês seus tablets. Isso é para sua identificação e apresentação de seus projetos. Não tem que encher nada agora se tiver dúvidas, na reunião vou esclarecer vocês tudo o plano. Bom...

A fala é interrompida pela entrada de alguém dentro da oficina.

- Sra Larissa, que bom que decidiu se unir. - ele sorriu, pegando um tablet para dar a ela. - Bem-vinda.

- Vim só pra ouvir mesmo. - Ela pega o tablet. - E isso?

- Identificação e apresentação do seu projeto. Pode encher enquanto tiver mais confiança na reunião - falava Lilith, olhando para o relógio e a tablet dela.

- Bom, parece que estão todas as convidadas. Vamos para a sala!

Arthur e Lilit lideraram as mulheres para uma sala. Elas olhavam para todos lados, vendo logos de companhias e histórias de mulheres sucedidas. Uma porta grande estava por diante, e abriu sozinho. O que estava dentro surpreendia...

Estavam telas por todos lados, com um logo que dizia "Imperius", e mostrava um rei e 4 cavalos. No meio da sala estava uma grande mesa redonda vermelha, com muitas cadeiras e com o logo no meio. Tinham 3 mulheres e um homem na sala que pareciam ajudantes, ou testemunhas. Além da luz das telas e da mesa, estava meio escuro....

- Podem se sentar todas, por favor. - dizia Arthur.

Os ajudantes ajudavam todas as mulheres sentar nas cadeiras, que eram do cor de vinho. Era uma mescla entre reunião de oficina e um toque de cores de elegância europeia. Impressionava, na verdade.

- Bom, para começar, meu nome é Arthur de Cavalieri Silveira. Nasci aqui na cidade de Florença, filho de um empreendedor português e uma pedagoga brasileira. - ele mostrava nas telas as fotos, com um controle na mão. - Tínhamos já uma boa quantidade de dinheiro. Então, meu pai aos 2 anos levou-nos para Portugal, onde ele construiu uma companhia. Infelizmente aos meus 20 anos ele morreu, e eu fiquei herdeiro de toda a empresa.

- A companhia era estritamente bancária, mas tinha se consolidado rápido por contatos do país. Adherí a mesma visão e converti a companhia em internacional. Mas eu quis mais, queria entrar em outras áreas...

- Pera aí, então você é milionário? Pela forma que fala? - Larissa perguntava, suspeitando um pouco da história.

- Sou, mas não tão milionário. Por anos de trabalho estou aqui. - ele ri, tentando transmitir confiança. No interior, Larissa só ouvia, mas debatia sobre o relato.

- Entrei em outras áreas tipo esportes, carros e mercados. Fiz sucesso com minhas marcas....- um ajudante passava revistas das linhas de marcas que ele fez, só falando de sucesso. - Entrei e com boa estratégia eu consegui consolidar Imperius numa corporação. Orgulho.

- E agora está aqui porque? - Larissa pergunta, se acomodando na cadeira com os lentes dela. - Tipo, Florença, mesmo uma cidade boa, não é uma grande cidade para você vir e perguntar a uma dezena de mulheres que não conhece sobre cumprir sonhos. E pq só mulheres?

- É aí onde eu quero chegar.... - ele mostra na tela um esquema. - Depois de muito sucesso nesse mundo de negócios, vi que podia ajudar minha cidade natal. Meu país natal, onde a pobreza é combatida no dia a dia do trabalhador. Aqui em Florença não é diferente. Mesmo com um nível mais elevado que muitas cidades no Brasil, tem vestígios desses problemas, e algumas de vocês viveram isso na pele. - Ela olha para Debianne.

- Então, pensei em ajudar desde aqui, Florença. Daí pensei mais direito. No mundo de negócios e em outras áreas, o homem tem muitos vantagens, mas a mulher é esfregada preconceitos na cara. Não seria mais beneficente e mais revolucionário ajudar em projetos pensados por mulheres? Daí você pode pensar que é caridade. Não é.

Arthur senta na cadeira dele na cima da mesa, olhando para todas as mulheres.

- Eu conversei com cada uma de vocês. Vocês têm sonhos que poderiam ajudar muitos brasileiros cumprir os sonhos deles também. Isso mostra que, além de se importar com todos, vocês têm esperança. Esperança e confiança. Eu estou aqui para dar meus graus de areia para vocês fazerem esses castelos. Além de ser donas poderosas desses projetos e não ter que depender de ninguém. Mas....

Arthur apaga todas as telas, só ficando a luz da mesa.

- Isso é se vocês quiserem. Querem minha proposta?

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