23 - Una mano lava l'altra e tutte e due lavano il viso.

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23 - Uma mão lava a outra e as duas lavam o rosto.

VALENTINA

Após o médico confirmar que Sr. Giuseppe ja está fora de perigo, mas ainda precisa continuar com os cuidados médicos durante a noite, consigo convencer Antonio a voltar comigo para a mansão. Durante o tempo que estivemos no hospital, Antonio me contou tudo o que havia descoberto com suas investigações. Chegamos a conclusão de que é melhor que ninguém saiba o que realmente aconteceu. Vamos manter a história de que ele apenas se sentiu mal, e ainda não sabemos do que se tratava. Confesso que ja passou pela minha mente desconfiar de cada um, qualquer um poderia ter um motivo que ainda não sabemos. O que tenho aprendido nesses últimos acontecimentos, é que todos temos segredos. Todos.

O caminho pra casa é longo, e silencioso. Antonio olha fixo para a rua, e quase não se mexe. Imagino o turbilhão de pensamentos que devem estar o sufocando. Ele pensa demais, e sei que isso só machuca a ele próprio. Ao chegar na mansão, vamos direto ao seu escritório. Entramos, e encontramos Lorenzzo quase ficando maluco. Ele também está com uma aparência muito abatida. Está vestindo as mesmas roupas do dia passado, o que indica que ele não tem frequentado o próprio quarto. Uma mão em vários papéis espalhados, e a outra segurando firme uma xícara de expresso puro. Coitado.

- Ja estamos de volta, meu amigo. — anuncia Antonio.
- Que bom, amigo. Você vai adorar o que eu acabei de descobrir... — assim que ele me vê, congela.
- Olá, Lorenzzo. — tento parecer natural. Mas ja sei que não farei parte das novas notícias.
- Valentina! Ciao. — também se esforça para parecer natural, mas fracassa.
- E então? — questiona Antonio que ja está sentado em sua frente.

Eu permaneço atrás, próxima a porta. Não consigo identificar qual foi o sinal que ele da a Antonio, mas automaticamente eles mudam a expressão e seguem falando do antigo assunto. Eles se conversam pelo olhar, que fofo. Mas se querem mesmo minha ajuda, vão ter que começar a confiar em mim. Essa sensação de estar por fora da conversa, me irrita e entendo que seria melhor eu nem me meter nisso.

- Olha, pessoal. Acho que vocês vão ficar melhor sem mim aqui. — digo ja me virando e colocando a mão na maçaneta.
- Ei, ei... você me prometeu ajuda. — diz meu querido demônio vindo em minha direção rapidamente e coloca a mão sobre a minha.

Aquele pequeno toque, me arrepia inteira e travo. Maldito! Toques leves me causavam mais pânico do que os mais intensos. Olho em direção a Lorenzzo, e ele parece mais entretido em seus próprios pensamentos e pesquisas. Volto o olhar ao querido, e ele continua com os olhos fixo nos meus. Pela primeira vez em toda a nossa existência, eu sinto que ele realmente precisa de mim. Engulo meu orgulho, e assinto com a cabeça.

- Ta bem. — sussurro. Não era essa a intenção, mas falta a voz.
- Obrigado. — responde no mesmo tom.

Decido me juntar aos amigos aventureiros, e começamos a analisar todos os funcionários, um por um. Começamos por quem teria oportunidade, depois tentamos analisar motivações, e por fim o que ganhariam com isso. É complicado pois a maioria eu mal conheço, apesar de poucos serem novos. São poucos os que podem se aproximar de nós, a maioria cuida dos trabalhos secundários, mas que são tão importantes quanto. Tentamos pensar em quem poderia talvez ter se arrependido de entrar, e fizemos algumas listas.

Quando se entra para a máfia, mesmo que prestando serviços que não sejam exatamente ilegais, você vira parte da Famiglia. E uma vez dentro, impossível sair. Por isso todos os funcionários vão ficando, até que normalmente se aposentam, ou morrem. O que dificilmente acontece, pois todos gostam das vantagens e da proteção que é estar dentro. Por esse motivo os Ferraras tem funcionários ja idosos, que se recusam a solicitar aposentadoria. É complicado a vida la fora depois que você entende como funciona esse mundo. É muito fácil outra mafia te sequestrar e torturar, para conseguir informações. E o destino é certo, ou morre nas mãos inimigas por ter sido fiel, ou nas mãos amigas por ter sido um traidor. Então como eu ja disse, uma vez na máfia, não há mais como voltar atrás.

A DAMA DA MAFIA - Vol. IOnde histórias criam vida. Descubra agora