"Meu coração tropeça algumas batidas sempre que te vê."
MARIÁ 🐈⬛
ALGUNS DIAS DEPOIS . . .
Coloquei as coisas dentro da mala do uber, e era finalmente hora de ir pra casa, depois de alguns dias eu teria que finalmente encarar a realidade que estava me esperando. Não tinha mais pra onde correr, e olha que eu tentei..
Depois daquele maldito dia, o que já não estava bom pro meu lado ficou ainda pior.
Precisei pegar alguns plantões seguidos devido a um acidente horrível que teve na avenida Brasil fazendo um grande estrago deixando diversos feridos e eu não consegui ir pra casa. Acabei ficando no hospital, e no apartamento de um amigo. Realmente ainda não sabia dizer se aqueles dias de "intervalo" tinham sido bom ou ruim.No meio da correria no hospital não consegui ver as meninas, nem saber mais nada do que tinha rolado ou de como tinha ficado as coisas. Achei de certa forma melhor assim.
A Mariana também estava naquela loucura, a gente mal conseguia trocar um abraço entre os corredores. As coisas estavam bem difíceis ali.
Faltava médico, faltava condições de trabalho, faltava tudo e a gente simplesmente tinha que se virar para não deixar as pessoas morrendo ali. E ainda tem gente que consegue fazer isso sem amor. Todas aquelas pessoas ali, jogadas a escassez. Eu não conseguia não dar o meu sangue pra fazer o que fosse possível naquele lugar!Eu soube desde quando sai daquele morro que meu pai sabia que eu estava lá, eu sabia disso! Além da minha intuição, que poucas vezes falhava a mensagem que chegou no meu celular horas depois daquele tiroteio acabar confirmou o que eu já não tinha nenhuma dúvida.
'Espero que dessa vez você entenda que tudo que eu tô falando pra você é sério!
Você sabe que eu odeio falar pelo celular, então eu tô te esperando em casa pra gente conversar.'Ele não precisava dizer mais nada. Eu sabia que não tinha muito o que ser dito diante daquele situação. Mas não estava preparada pra chegar em casa e lidar com tudo que viria depois..
Eu realmente estava exausta, a única coisa que eu precisava era banho e cama.
Ainda era 8 da manhã quando eu abri a porta de casa e logo ouvi um barulho alto que vinha da cozinha. Bom, era estranho já que de manhã a casa era sempre muito silenciosa.
Deixei as bolsas ali e fui me aproximando ouvindo a voz do Henrique sobressair um pouco num tom digamos que mais alterado. Coisa que também não era muito comum em casa. Minha mãe não admitia nenhum tipo de falação mais alta que fosse nem com os ânimos no nível máximo. Todos nós sabíamos bem disso.
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MINHA CURA
Novela JuvenilQuando vi você nem sabia que isso ainda poderia acontecer comigo essa coisa de amor