Capítulo 10: Me afundo seguindo pessoas que eu odeio no meu celular

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Notas Inicias: Sei que a gente normalmente não fala por aqui, mas queria lembrar vocês que o Jão da fic, diferente do da vida real, teve um boom repentino, e isso é MUITO importante pra história, viu? Beijo e até as notas finais ^^

Pov Jão:

A parte mais difícil de ser um artista com toda certeza era a expectativa exacerbante que a mídia colocava em mim, requisitando entrevistas e conteúdo a todo momento, como se eu fosse a porra de um boneco, que ganhava vida apenas para agradá-los. Sentia que cada dia que passava a cobrança aumentava e que em breve Renan não conseguiria negar tantas entrevistas e que eu teria que viver quase que completamente em função disso.

É claro que eu sabia que quanto mais eu fosse visto melhor seria para minha carreira, maior seria o alcance das minhas músicas e da minha arte, mas eu estava exausto de tanta falação midiática e performances de coisas que eu não ligava.

Sabia que meu rosto estava preso em uma careta entediada durante toda a reunião, enquanto minha equipe se desdobrava para me explicar o conceito que eles haviam montado para essa minha nova era, usando das músicas que eu havia escrito e apresentado a eles para se basear em como seriam as coisas a partir de agora,

Teria o dia cheio andando de um lado para o outro aprovando figurinos, participando de reuniões e gravando conteúdos para as mídias sociais. Estávamos com um funcionário a menos desde a demissão de Gustavo, o pessoal do RH estava lidando com as entrevistas há um tempo, mas não estávamos tendo sucesso em achar alguém que se encaixasse minimamente no que eu precisava.

A reunião se encerrou após uma longa hora da minha equipe tentando me convencer que um visualizer totalmente em preto e branco era uma ótima aposta, por mais que eu achasse que tinha algum ponto interessante na ideia, a música escolhida para ela não fazia o menor sentido e eu não iria concordar até estar totalmente de acordo com a forma que estávamos me expondo ao mundo externo.

— Jão, o pessoal das mídias está te esperando na sala 06. — Giovana avisou séria, logo assim que me levantei da minha cadeira, me fazendo suspirar levemente irritado. Odiava ter que ficar sendo levado de um lado pro outro igual uma marionete.

Eu precisava terminar algumas músicas com Zebu urgentemente, verificar alguns figurinos com Marília e como se isso não fosse ruim o suficiente, precisava voltar para empresa como João Vitor logo após o horário de almoço por causa de uma reunião com a equipe de marketing. O dia hoje seria muito mais que longo, seria interminável.

— Isso precisa ser feito hoje mesmo? — resmunguei irritado, a sensação da peruca na minha cabeça me incomodando ainda mais que o normal. Tinha dias que minha vontade era de queimar a merda dessa peruca e nunca mais ter que usar uma coisa dessas na minha vida. As coisas que eu faço pela minha carreira. — Eu preciso que você marque um cabeleireiro pra mim, isso aqui tá ficando insustentável.

— E qual sua ideia, gênio? Descolorir seu cabelo de verdade? — ela retrucou sarcástica. — E sim, precisa ser feito agora, você tá enrolando com essa merda já fazem duas semanas.

— Eu estava ocupado. — Respondi dando de ombros, sabendo muito bem que eu estava atrasado com minhas demandas de conteúdo para as redes sociais porque não queria encarar Mariana.

— Não, você estava evitando sua peguete. — Renan comentou aparecendo ao meu lado e me dando um grande susto. Odiava quando eles faziam isso. — Mas não dá mais pra fugir, Jão, você tem que resolver isso agora.

— Que peguete?

— Eu não estou evitando ninguém. — resmunguei emburrado, ignorando a pergunta de minha prima e pegando meu celular e desistindo de fazer qualquer coisa nele ao ver o tanto de mensagens pendentes na tela inicial, boa parte delas sendo de Mariana. Merda. Por que eu fui ficar com essa doida? — Só precisava resolver outras coisas mais urgentes.

Best of Both Worlds - PejãoOnde histórias criam vida. Descubra agora