Ondas De Amor Ou De Ódio? - Minsung ABO

Ciúmes

Pov: Minho

O som suave das risadas de Jeongin e Han invadiu meus ouvidos enquanto eu acordava. A luz fraca da manhã se infiltrava pela janela, iluminando o quarto onde ainda estava parcialmente escuro. Eu espreguisei os braços e lentamente me levantei da cama.

Ao me aproximar da porta, espiando discretamente pela fresta, vi Han e Jeongin já de pé, indo para a cozinha. Han estava um pouco desorientado, como se o sono ainda o estivesse pegando, enquanto Jeongin parecia animado, com um sorriso genuíno, guiando Han para o que parecia ser uma nova tarefa: fazer o café da manhã. O jeito que Jeongin o ajudava a organizar as coisas, com uma gentileza que me deixava inquieto, era... irritante.

Poderia ser qualquer coisa. Mas eu sabia o que era. A proximidade deles me incomodava. O jeito como Jeongin sorria para Han, como se tivessem uma conexão mais forte do que a que eu já tinha com ele... Claro, aquilo não significava nada, certo?

Respirei fundo e caminhei até o banheiro. Minha mente estava lotada de pensamentos confusos. Não podia ser ciúmes. Não podia ser. Mas, de alguma forma, parecia ser.

Quando saí do banheiro, todos já estavam na cozinha. Seungmin, Changbin e Lee já estavam lá, mexendo nas coisas, enquanto Jeongin e Han preparavam o café. Han parecia mais relaxado, a conversa fluía naturalmente, e ele parecia à vontade com todos.

Eu observei por um tempo, tentando me acalmar. Mas então, eu vi Han e Changbin se aproximando, como se estivessem se divertindo em uma conversa mais animada. Han estava sorrindo, sua risada suave, algo que sempre me atraía, e Changbin estava falando sobre algo que eu não conseguia ouvir direito. Eu me senti como um espectador, observando-os enquanto algo em mim começava a borbulhar.

A sensação de ser deixado de lado me consumia.

Eu sou um alfa, e Han... Han era um ômega. Isso deveria ser simples. Mas não era. Eu não conseguia entender o que estava acontecendo entre nós. Não com esses outros ao redor, rindo e falando. Não com a atenção de Han em Changbin. Não com a facilidade que ele se conectava com os outros. Eu não sabia o que me irritava mais: o sorriso de Han ou a forma como ele parecia não perceber a tensão que se formava no ar.

Os outros começaram a se espalhar pela cozinha, fazendo mais barulho. Han e Changbin estavam comendo juntos agora, mas meu foco estava no jeito que Han olhava para Seungmin, que tinha acabado de entrar. Eles estavam trocando palavras baixas, provavelmente sobre o filme da noite anterior, mas o que me incomodava era a proximidade. Han estava relaxado com Seungmin, seu sorriso sincero, e eu... Eu estava ali, me corroendo por dentro.

Eu queria interagir, mas não sabia como. Sabia que se eu fosse até Han agora, minha reação seria impulsiva demais.

E então, Seungmin, que parecia sempre entender os outros de uma forma silenciosa, olhou para mim com um sorriso curioso, sem dizer nada, mas seus olhos disseram tudo.

– Minho, você está bem? – ele sussurrou, com uma expressão de quem notava cada detalhe da situação. Mas ele sabia o que fazer. Ele não fez perguntas diretas, apenas me observou, esperando que eu respondesse.

Eu sabia que ele já estava começando a perceber o que estava acontecendo. Não tinha mais como esconder.

– Claro, só não sou fã de café cedo – menti, forçando um sorriso, mas sentindo a pressão aumentar em meu peito.

Seungmin pareceu não acreditar muito, mas ele se afastou, sem pressionar mais. Eu, por outro lado, voltei os olhos para Han, que agora estava rindo com Seungmin de algo que eu não entendia. O sorriso deles parecia só aumentar, e algo dentro de mim se rompeu.

Han, sem perceber, foi se afastando cada vez mais da minha linha de visão. Ele parecia estar mais concentrado na conversa com Seungmin, e a tensão entre nós estava agora mais óbvia do que nunca. Eu estava apenas ali, observando, tentando lidar com a raiva que se formava no meu peito, uma raiva que eu não conseguia identificar se era direcionada a Han ou a mim mesmo.