Corri até o aparelho, que havia sido deixado em cima da mesa, e o peguei sem nem ao menos pensar duas vezes.
Forcei minhas pernas até a entrada e destranquei a porta.
Minha respiração saía entrecortada e meu coração batia tão forte dentro do peito que pensei que a qualquer momento pudesse ter um ataque cardíaco.
Tranquei a porta da frente, mantendo desta forma, Louis trancado lá dentro e corri. Corri o mais rápido que minha pernas eram capazes. Corri o máximo que minha respiração falha podia suportar.
A estrada a minha frente ficava cada vez mais próxima e a sensação de liberdade já se apossava do meu corpo.
Liguei o celular que trazia comigo e disquei o primeiro número que veio a minha mente: Liam.
- Liga, liga - implorei e o aviso de "sem sinal" piscou no visor - Não - lamentei entrando em desespero.
Me embrenhei em meio as árvores e corri, paralelamente a estrada de terra, em direção a rodovia.
O vento batia de forma violenta contra meu corpo e as folhas e galhos arranhavam meus braços expostos, a medida que eu corria.
Olhei novamente par o celular e tentei mais uma vez.
O primeiro toque, indicando o fato do número estar chamando, fez com que meu estomago se revirasse.
- Alô? - a voz conhecida atendeu e gargalhei.
- Liam, graças a Deus.
- (S/N)? - ele perguntou assustado - É você? Onde você está? - ele perguntava nervoso.
Quando consegui conter minha alegria e controlar minha respiração, algo me impediu de falar.
A voz que eu temia ecoou por todos os cantos do pequeno bosque e senti como se meu mundo perdesse o chão.
Parei por um momento quando um arrepio terrível percorreu meu corpo, ao ouvir meu nome, e então corri ainda mais do que antes.
- Preciso de ajuda, Liam - consegui dizer quase chorando, pelo medo e pelo fato de saber que Louis estava atrás de mim.
- Eu vou te pegar, (S/N) - a voz anunciou mais próxima dessa vez e senti as lágrimas embaçando minha visão.
As árvores a minha frente ficavam cada vez mais distantes umas das outras e a cem metros de distância eu já podia ver a rodovia. Cem metros me separavam da minha liberdade enquanto vinte me aproximavam do meu pesadelo.
- (S/N)? - ouvi a voz de Liam vindo do aparelho.
- Primeira estrada de terra a direita da primeira saída da cidade - consegui dizer e pedi aos céus para que ele entendesse.
- Louis - o ouvi sussurrando e então o telefone escorregou da minha mão e caiu no chão.
Eu não conseguiria. Eu não sairia dali. Ele era mais rápido e mais forte. Eu não tinha chances.
Olhei por cima do ombro e pude distinguir com clareza a feição de Louis a poucos metros de distância.
Olhei novamente para frente e deixei que minha vista fosse tomada pelas lágrimas grossas. A quarenta metros de distância estava minha liberdade e nunca conseguiria alcança-la.
O baque veio logo em seguida e quando percebi já estava no chão.
Louis havia me alcançado e seu corpo grande e forte me prensava com violência contra o chão sedimentado do pequeno bosque.
- Ah, (S/N) - ele disse a apenas alguns centímetros de distância do meu rosto, com a respiração entrecortada - Você não deveria ter feito isso.
Continua...