A guardiã sorriu com uma leveza perturbadora, como se esperasse pela resposta de Agatha, como se soubesse que aquilo era exatamente o que ela queria. O jogo estava apenas começando.
— Você pode achar que controla tudo, Agatha, mas o xadrez que jogamos aqui não é sobre poder. É sobre sacrifícios, escolhas e, principalmente, o que você está disposta a perder para alcançar o que tanto deseja — a voz da guardiã foi suave, mas suas palavras pesaram como uma carga sobre os ombros de Agatha.
O tabuleiro de xadrez apareceu no centro da sala, as peças brilhando em uma luz dourada. Cada uma delas estava posicionada de forma estratégica, e o ar ao redor parecia ficar mais denso, mais tenso.
Agatha olhou para o tabuleiro com atenção. As peças se moviam sozinhas, quase como se estivessem esperando pela sua jogada. Mas não eram apenas peças de xadrez. As peças pareciam se materializar em pequenas projeções de lembranças — visões de momentos que Agatha vivera, desafios que ela já havia superado, e alguns dos maiores sacrifícios que ela fizera em sua jornada.
— Não é apenas um jogo. Cada movimento seu, cada peça que você move, traz à tona algo de seu passado — a guardiã continuou, sua presença calma e firme. — Você está disposta a revisitar suas escolhas mais difíceis, Agatha? Cada erro, cada perda, tudo isso pode se refletir aqui.
Agatha olhou para as peças, sua mão agora se estendendo lentamente em direção ao cavalo. Ela sabia que a partida não seria fácil. Cada movimento a faria revisitar partes de si mesma que ela não queria encarar, mas sabia que não podia evitar.
— Eu não tenho medo do meu passado — Agatha respondeu com firmeza, ainda olhando para as peças, tentando decifrar qual movimento faria a seguir.
A guardiã inclinou a cabeça, um leve sorriso de aprovação tocando seus lábios.
— Você está mais preparada do que eu pensava. Mas lembre-se, Agatha, cada movimento tem um preço.
Com um movimento suave, Agatha colocou a peça do cavalo no tabuleiro. As peças começaram a se mover sozinhas, como se o jogo tivesse sido desencadeado por aquele simples gesto. As luzes ao redor começaram a piscar, e o ar pareceu esquentar.
Agatha olhou para a guardiã, seus olhos fixos e calculistas, e sabia que cada movimento poderia mudar tudo. Esse teste não era apenas sobre vencer, era sobre o que ela estava disposta a sacrificar para alcançar o que desejava. E Agatha, como sempre, não era de temer o sacrifício.
A guardiã sorriu de novo, mais uma vez como se soubesse de algo que Agatha ainda não entendia completamente.
— Vamos ver até onde você está disposta a ir — disse a guardiã, sua voz sombria, mas cheia de antecipação.
A Partida Começa
— Agatha Harkness... — provocou a mulher, seu olhar fixo, um sorriso travesso no rosto.
Agatha não respondeu de imediato. Seus olhos estavam fixos no tabuleiro à sua frente. As peças eram estranhas, brilhando com uma luz própria, cada uma emitindo uma energia sutil. Ela sabia que isso não era apenas um jogo de xadrez, mas um teste. E o desejo que ela tanto almejava estava prestes a ser decidido ali, nas jogadas de cada peça.
— Está pronta para perder? — perguntou a guardiã, o sorriso de desafio em seus lábios.
— Não subestime os outros — Agatha respondeu com calma, seus olhos não se desviando do tabuleiro. Sua mente já estava trabalhando a mil, cada movimento sendo pensado com precisão.
O Meio do Jogo
O jogo começou devagar. Ambas movimentaram suas peças com cautela, testando uma à outra, buscando entender os pensamentos e estratégias que poderiam ser usadas. Agatha moveu seu peão com destreza, sabendo que ele era mais do que um simples avanço. Cada peça, cada movimento tinha um significado maior. As peças se moviam lentamente, mas com um peso imenso.
A guardiã moveu suas peças de maneira fluida, sem pressa, mas de maneira impressionantemente estratégica. A tensão aumentava à medida que o tabuleiro se tornava mais complexo, as peças se posicionando em lugares que pareciam inevitáveis, mas desafiadores. Agatha sentiu o jogo refletir sua própria mente, seus medos e desejos sendo materializados nas peças de xadrez.
O jogo estava ficando mais difícil. As jogadas estavam ficando mais intensas, cada movimento sendo como um desafio à sua paciência e resistência mental. Agatha, no entanto, se manteve calma, controlando suas emoções e fazendo suas jogadas com precisão.
O Fim do Jogo
O silêncio na sala se tornou opressor. As duas jogadoras estavam concentradas, cada uma esperando o momento certo para dar o golpe final. Agatha olhou para o tabuleiro, sentindo a pressão aumentar. Cada peça, cada movimento estava carregado de significado. Não era apenas sobre ganhar o jogo — era sobre seu próprio destino.
A guardiã parecia confiante, mas Agatha sentiu que estava no limite. Ela precisava dar a jogada certa, e sabia que era agora ou nunca. Agatha moveu sua torre para a posição correta, um movimento que quase pareceu simples, mas que mudou todo o rumo da partida.
A guardiã olhou para o tabuleiro e sorriu, mas dessa vez, o sorriso não era de vitória. Era uma expressão de respeito.
— Você venceu, Agatha Harkness — disse a guardiã, sua voz suave, mas cheia de admiração. — O desejo é seu.
Agatha respirou fundo, sentindo a tensão do jogo se dissipar. Ela havia vencido, mas sabia que isso era apenas um passo no caminho. A vitória no xadrez não significava o fim de sua jornada, mas apenas uma pequena parte dela. Agora, o que restava era seguir em frente, continuar a luta, sabendo que a verdadeira batalha estava apenas começando.
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𝐒𝐨𝐛 𝐨 𝐯é𝐮 𝐝𝐚 𝐦𝐨𝐫𝐭𝐞-𝐀𝐠𝐚𝐭𝐡𝐚𝐫𝐢𝐨
RomansaContinuação da série agathario Aghata desafiou a própria morte e voltou ao mundo dos vivos, desobedecendo as leis que regem o sobrenatural. Rio Vidal, uma bruxa verde original e sua paixão, não consegue levar Aghata de volta ao mundo dos mortos, poi...