017. Eu te amo tanto...

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Agatha, com um sorriso suave, olha para Rio e se aconchega, sentando-se em seu colo, abraçando-a com firmeza e delicadeza ao mesmo tempo. Rio, sentindo o calor de Agatha junto a ela, acaricia suas costas, aproveitando a sensação de tê-la novamente por perto. Curiosa, pergunta em voz baixa:

— Em que está pensando?

Ela brinca, dizendo que até poderia ler a mente de Agatha, mas que sempre fora difícil devido à força com que Agatha protege seus pensamentos. Agatha ri levemente e se ajeita ainda mais no abraço, como se quisesse selar qualquer distância que ainda pudesse existir entre elas.

As duas conversam sobre o tempo que passaram separadas, sobre a saudade que consumia seus dias e as noites em que sonhavam uma com a outra. Rio confessa, com uma voz mais baixa e hesitante:

— Eu senti como se um pedaço de mim tivesse sido arrancado quando você desapareceu. A última vez que te beijei… foi como se o amor da minha vida estivesse sendo levado para um lugar onde eu jamais poderia alcançá-la.

Ela abaixa o olhar, a lembrança ainda vívida em sua mente. Mas quando seus olhos se voltam para Agatha novamente, vê que ela adormeceu, seus braços ainda firmemente enlaçados ao redor de Rio, e seu rosto tranquilo repousando contra o peito de sua amada.

Rio, com um sorriso terno e cheio de emoção, passa a mão suavemente pelos cabelos de Agatha, ajeitando cada mecha com um carinho quase reverente. Em um sussurro baixo, quase inaudível, inclina-se perto do ouvido dela e diz:

— Eu te amo tanto... durma bem.

Com cuidado, Rio continua a acariciar Agatha, protegendo-a do frio da noite e prometendo em silêncio que, desta vez, não a deixará ir embora.

A noite estava tranquila e escura, com o silêncio apenas quebrado pela respiração suave de Agatha, que dormia profundamente, deitada no peito de Rio. Envolvida em pensamentos, Rio refletia sobre a tarefa que estava decidida a realizar — trazer a alma de Nick de volta. Ela sabia dos riscos que isso envolvia, de como estaria quebrando o delicado equilíbrio entre vida e morte mais uma vez. Mas pela felicidade de sua amada, ela estava disposta a enfrentar as consequências.

Rio olhava para Agatha, que repousava tão serenamente, com os braços afrouxados ao redor dela, como se sua própria presença fosse um alívio profundo. Ela, por outro lado, continuava segurando Agatha, sentindo cada suspiro quente que escapava de seus lábios e roçava levemente contra seu pescoço. A proximidade despertava nela pensamentos que se mesclavam entre amor e desejo, e ela sorriu consigo mesma, sentindo-se afortunada. Ter o amor de sua vida ali, após tanto tempo de separação, era algo que ela jamais imaginou ser possível.

Enquanto acariciava os cabelos de Agatha, Rio recordava como era seu papel no mundo espiritual — apenas conduzir as almas, mantendo a ordem entre o que vivia e o que já havia partido. Não deveria haver espaço para distrações ou sentimentos. Mas Agatha sempre fora diferente; ela não era "uma" bruxa qualquer, ela era "A" bruxa, a única capaz de quebrar todas as defesas de Rio com um simples olhar.

Rio lembrou-se do instante em que viu Agatha pela primeira vez, uma memória que ainda lhe provocava arrepios. Havia sido como se uma onda elétrica a atravessasse, uma conexão que ia além de qualquer explicação, uma certeza arrebatadora de que estava diante de algo único. Agora, com Agatha aninhada em seus braços, aquela mesma eletricidade permanecia, e Rio sabia que enfrentaria o que fosse necessário para proteger aquele amor.

O amanhecer começou a se insinuar no horizonte, com os primeiros raios de sol atravessando a penumbra da noite, enquanto Rio observava os traços delicados de Agatha que ainda dormia em seus braços. Cada detalhe parecia gravado em sua memória — a leve curva dos lábios de Agatha, os fios de cabelo espalhados suavemente sobre seu rosto, a respiração tranquila.

𝐒𝐨𝐛 𝐨 𝐯é𝐮 𝐝𝐚 𝐦𝐨𝐫𝐭𝐞-𝐀𝐠𝐚𝐭𝐡𝐚𝐫𝐢𝐨Onde histórias criam vida. Descubra agora