CAPÍTULO IV - Baunilha

62 8 201
                                    

Point Of View – Lauren

Ela é minha novamente.

Minha.

Ninguém vai tirá-la de mim, e farei tudo que estiver ao meu alcance para ficar com ela.

Quando recupero o fôlego, me ergo e pego suas mãos nas minhas, ao mesmo tempo em que ela abre os olhos. Estão mais castanhos do que nunca, claros e saciados. Ela dá um sorriso tímido, e esfrego a ponta do nariz no dela, tentando encontrar palavras para expressar minha gratidão. Em vez de palavras adequadas, ofereço-lhe um beijo rápido, e me afasto com relutância.

— Senti falta disso.

— Eu também — responde ela.

Seguro seu queixo e a beijo outra vez.

Obrigada, obrigada, obrigada por ter me dado uma segunda chance.

— Não me deixe de novo — murmuro.

Nunca. É uma confissão. Estou revelando um segredo obscuro: preciso dela.

— Está bem — responde Camila com um sorriso carinhoso que dispara meu coração.

Com duas simples palavras, Camila costura toda a minha alma. Estou exultante. Meu destino está em suas mãos, Camila. Aliás, está em suas mãos desde que a conheci.

— Obrigada pelo iPad — acrescenta ela, interrompendo minhas fantasias.

Foi o primeiro presente meu que ela aceitou de bom grado.

— Não há de quê, Karla Camila.

— Qual é sua música preferida lá?

— Isso já seria revelar demais — provoco.

Acho que talvez seja a do Coldplay, porque é a que mais combina. Meu estômago está roncando. Estou faminta, e essa não é uma sensação que tolero muito bem.

— Agora venha, minha serviçal, preparar uma refeição para mim. Estou morrendo de fome — digo, sentando-me, e a puxo para mim.

— Serviçal? — repete ela, rindo.

— Serviçal. Comida, agora, por favor — ordeno, soando como um daqueles homens das cavernas, enquanto esfrego o nariz em seu cabelo.

— Já que me pede de forma tão educada, senhora, é para já.

Ela roça no meu colo ao se levantar.

Ah!

Ao sair da cama, vira o travesseiro. Atrás dela, há um balão triste e vazio em forma de helicóptero. Eu o pego e olho para ela, sem entender de onde veio aquilo.

— É o meu balão — enfatiza ela.

Ah, sim, Andrea enviou balão e flores quando Camila e Dinah Jane se mudaram para este apartamento. O que ele está fazendo aqui?

— Na sua cama?

— É. Ele me faz companhia.

— Sortudo esse Charlie Tango.

Ela retribui meu sorriso enquanto cobre seu corpo lindo com o roupão.

Meu balão — alerta, antes de sair do quarto.

Possessiva, essa Srta. Cabello!

Assim que ela sai, tiro a camisinha, amarro e jogo no lixo ao lado da cama de Camila. Caio de volta nos travesseiros, examinando o balão. Ela o guardou e dormiu com ele. Toda vez que passei em frente ao apartamento dela, sofrendo por ela, Camila estava encolhida na cama, sofrendo por mim, agarrada a isto.

Cinquenta Tons Mais Escuros (Camren)Onde histórias criam vida. Descubra agora