Agora que Lauren está esgotada, calma e me beijando com delicadeza, sua respiração se tranquiliza. Ela me mantém de pé contra a parede do elevador, nossas testas pressionadas uma contra a outra; meu corpo parece uma gelatina, fraco, mas saciado com o clímax.
— Ah, Camila — murmura ela. — Preciso tanto de você. — E beija minha testa.
— E eu de você, Lauren.
Soltando-me, ela endireita minha saia e fecha os dois botões de minha camisa, depois digita a senha no painel do elevador, ligando-o novamente. A máquina sobe com um solavanco, e preciso me apoiar nos braços de Lauren.
— Taylor deve estar se perguntando onde estamos. — Ela me lança um sorriso travesso.
Droga. Passo os dedos por entre o cabelo numa tentativa vã de disfarçar o aspecto pós-foda, então desisto e prendo-o num rabo de cavalo.
— Vai ter que ser isso mesmo.
Lauren sorri, fecha o zíper e coloca o preservativo no bolso da calça. E assim ela volta a ser a personificação de uma empresária americana; exceto pelo seu cabelo rebelde está sempre com um aspecto pós-foda, a diferença é mínima. Exceto que agora ela está sorrindo, relaxada, os olhos cheios de charme juvenil. Será que todos as pessoas que transam são assim tão facilmente aplacáveis?
Taylor está nos esperando quando as portas se abrem.
— Ocorreu um problema com o elevador — murmura Lauren ao sairmos, e não sou capaz de olhar nem ela e nem Taylor nos olhos. Corro pelas portas duplas para o quarto de Lauren em busca de uma calcinha nova.
***
Ao voltar, encontro Lauren sem o blazer, sentada no balcão do café da manhã, conversando com a Sra. Jones. Ela sorri gentilmente para mim, servindo-nos dois pratos quentes. O cheiro é delicioso: coq au vin, se não me engano.
Estou faminta.
— Bom apetite, Sra. Jauregui, Camila — diz ela, deixando-nos a sós.
Lauren pega uma garrafa de vinho branco na geladeira, e, enquanto jantamos, ela me conta sobre o quão próximo está de aperfeiçoar um aparelho de telefone celular movido a energia solar. Está empolgada com o projeto, e então percebo que o dia dela não foi inteiramente ruim. Pergunto-lhe sobre suas outras propriedades. Ela sorri, e descubro que só tem o apartamento de Nova York, a casa de Aspen e o apartamento no Escala. Nada mais. Quando terminamos, tiro nossos pratos e os levo até a pia.
— Deixe isso. Gail vai lavar — diz ela. Eu me viro e a encaro, ela está me observando atentamente. Será que vou me acostumar a ter alguém arrumando tudo por mim? — Bem, agora que você está mais dócil, Srta. Cabello, vamos conversar sobre hoje?
— Acho que é você quem está mais dócil. E acho que estou fazendo um belo trabalho em domesticar você.
— Me domesticar? — bufa ela, divertida. Quando faço que sim com a cabeça, ela franze a testa como se estivesse refletindo a respeito de minhas palavras. — É. Talvez seja isso que você esteja fazendo, Karla Camila.
— Você estava certa sobre Kristen — murmuro, séria agora, e me debruço contra a bancada da cozinha, avaliando sua reação. A expressão no rosto de Lauren se desfaz, e seu olhar se endurece.
— Ela tentou alguma coisa? — sussurra, a voz fria e mortal.
Nego com a cabeça, para tranquilizá-la.
— Não, nem vai tentar, Lauren. Eu disse a ela hoje que sou sua namorada, e ela se retraiu na hora.
— Tem certeza? Eu poderia demitir essa filha da puta. — Lauren faz cara feia.
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Cinquenta Tons Mais Escuros (Camren)
RomanceAssustada com os segredos obscuros da bela e atormentada Lauren Jauregui, Camila Cabello põe um ponto final em seu relacionamento com a jovem empresária e decide se concentrar em sua carreira: ela acaba de conseguir um emprego em uma editora de livr...