Capítulo 18

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3:00, Casa antiga, North Vancouver-Canadá

Acordei em meio a madrugada. Perdendo completamente o meu sono.

Olhei às horas pelo meu celular e eram 3 horas da madrugada. Molly não estava em nenhum canto do quarto, deve ter ido dormir com a mamãe.

Me levantei, caminhando em direção para a porta da varanda, a abrindo. Pendurei-me na sacada. Olhando para aquela floresta escura, e até que não era tão ruim minha mãe ter comprado aquela casa.

Escutei um miado de um gato próximo de mim, quando eu olhei para o lado, levei um susto de um gato que me encarava de uma maneira séria. Com aqueles olhos verdes e brilhantes me encarando.

Revirei os olhos, tentando não rir. Sério mesmo que eu quase tive um ataque cardíaco só por causa dessa bolinha de pelos fofinha?

O gatinho se aproximou de mim, caminhando de uma maneira impecável naquela madeira fina. Fiz um carinho em seu pelo quando ele parou sentado bem na minha frente. Levei minha mão para o seu pescoço, segurando a coleira com o nome “Missy” gravado em seu pingente de prata em formato de coração.

— Então o seu nome é Missy? — digo ainda fazendo carinho em sua cabeça.

— Sim, e precisamos conversar Tina. — disse o gato com uma voz anasalada.

Na mesma hora eu parei de fazer carinho em seu pelo. De forma brusca eu me afastei dela, dando um grito agudo e andando de costas para trás. Quando vi, bati em minha estante de livros, derrubando quase todos eles no chão.

Eu nem tinha percebido que eu entrei para dentro do meu quarto, o desespero foi tanto que eu nem raciocinei.

Missy, ou sei lá que demônio era esse. Desceu da sacada, entrando para dentro do quarto.

Na hora ela começou a mudar de forma na minha frente. Foi uma cena aterrorizante! Ver os ossos da gata se quebrando e aumentando, e o rosto do gato se transformando na de um ser humano.

A gatinha se tornou uma menina. A menina deformada, que era a mesma que tinha aparecido para mim na cafeteria.

— Era melhor você ter aparecido para mim como na forma humana, e não nesse gato endemoniado. — digo, me recompondo do susto.

— Me desculpe, mais eu precisava ver a sua cara de horror. — ela abriu a boca dela sem dentes, imitando a mesma careta de susto que eu tinha feito. O mais bizarro é que ela não tinha olhos, então ela ficou igualzinha aquela pintura de “O Grito”.

A menina voltou a ficar com a sua expressão melancólica — Preciso falar com você... — foi o que ela disse.

— Primeiro quero saber o seu nome. — eu precisava saber quem era ela.

— Tenho dois... escolha como você quiser. Meu nome verdadeiro é Ritinha, mas todos me chamam de Santiri.

— Hummm, vou te chamar de Santiri então... por quê está aqui na minha casa?

— Não estou na sua casa. Estou na casa de Fu Quianxeng... — ela diz, se sentando no chão com as duas pernas para trás.

— Fu Quianxeng? — perguntei confusa, decidi me sentar na cadeira que está perto da minha escrivaninha. Quanto mais distante eu ficar dela, melhor será.

— As pessoas a conhecem como Ursula... ela nunca gostou do nome verdadeiro. — deu de ombros.

— Vocês duas são amigas?

— Na verdade não... só estou fazendo um favor para ela, está mais para um pedido. Eu mantenho o filho dela vivo enquanto ela me trás oferendas.

— Q-que tipo de... de oferendas? — pergunto amedrontada.

— Nada demais... talvez em breve você descubra. — sorrir sem mostrar os dentes, sendo que ela não tem.

— O que queria falar comigo?

— Quero que você se mude daqui.

— Como? — pergunto, cruzando minha pernas e batucando os dedos na minha cocha direita, para tentar disfarçar o nervosismo.

— Isso mesmo que você ouviu. Vá embora daqui, se mude com sua mãe para a França. Não é o seu sonho em ser desing? Vai ser melhor... — como que ela sabe disso? Ah, deixa pra lá! Esqueci que ela é um espírito.

— Por quê quer que eu me afaste?

— Não quero te falar, Tina... mas você está correndo perigo. Se afaste dessa cidade!

— Eu não posso... me tornei uma testemunha pelo que aconteceu com Camila. — engulo em seco, me lembrando da cabeça da mulher morta.

— Dê o depoimento e vá embora! — seu tão de voz é de irritação.

— Não é tão fácil assim Santiri.

— Aish, vocês humanos são tão burros! É por isso que morrem! — disse franzindo a boca.

— É complicado... minha mãe praticamente gastou quase todo o dinheiro comprando essa casa.

— Uma casa caindo aos pedaços!

— É! Só não se preocupe... Eu ficarei bem.

— Tô vendo que mais pra frente eu terei de te ajudar. — disse negando com a cabeça — Olha, quando estiver precisando de ajuda é só me chamar. Tenho que ir agora...

— Espera! Tenho uma última pergunta para fazer, depois disso pode ir embora.

— Pois diga...

— Doeu as suas cicatrizes? — ela pareceu ficar surpresa pelo que perguntei.

— Na hora doeu muito... foi uma dor tão alucinante que cheguei a vomitar. Mas, agora que sou um espírito do bem e do mal, eu não sinto mais dor. — disse, o sorriso que ela deu foi bizarro — Obrigada.

— Pelo o quê?

— Por ser a primeira pessoa a pergunta se eu estava bem... tenho que ir agora Tina...

— Está bem... até mais Santiri... — digo me levantando da cadeira, Santiri também se levanta do chão. Abracei ela, a deixando ainda mais surpresa e retraída. Pude sentir seu cheiro de cadáver queimado mais também cheiro de margaridas.

 Pude sentir seu cheiro de cadáver queimado mais também cheiro de margaridas

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Acordei, olhando em volta do meu quarto. Está tudo normal.

Molly ainda dormia encima do meu peito, ela ressonava baixinho.

Olhei às horas do meu celular e eram 3 horas da madrugada. Uau! Então foi tudo mesmo um sonho? Não, foi um sonho em forma de visão.

Não queria me mexer, para não acordar a dorminhoca. Então fechei os meus olhos de novo, esperando o sono vim.

Meu Namorado é um Serial Killer - Tina e MikeOnde histórias criam vida. Descubra agora