My Angel | Lumavi

11.

Pov's Luma

Duas semanas depois...

Hoje é o grande dia do meu casamento com o Mavi, nessas últimas semanas foi um verdadeiro inferno em minha casa. Tive ouvir coisas horríveis pelo simples falo de me casar com ele. Mas não julgo minha irmã e meus pais por me tratarem pior ainda.

Eles acham que entrei no caminho deles e estraguei seus planos. E me sinto muito mal por isso. Mas não merecia as coisas que ouvi como:

- " Ele só escolheu você por que é fácil de machucá-la"

- " Você nunca estará a altura de ser uma senhora Molina"

- " Você é tão patética Luma"

- " Ele nunca te amará"

Isso estava me deixando apavorada, se antes eu sentia medo dele, agora tinha ainda mais.

- Olá princesa - Disse Felipe o cabeleireiro.

Mavi fez questão que tivesse tudo que uma noiva precisa para esse dia, e eu não entendi o por que dele está fazendo isso.

- Vamos dar um jeito nisso aí amiga - Diz ele olhando para o ninho que estava o meu cabelo.

Ontem Chloe deixou um surpresa em minha cama, e hoje de manhã acordei com o cabelo cheio de chiclete.

- Se você conseguir Felipe, com certeza vou achar que você é uma fada madrinha - Digo com um pequeno sorriso.

- Então como sua fada madrinha, vou te deixar belíssima e sua irmã mal amada ficará com a boca no chão - Diz ele me fazendo dar risadas.

- Eu duvido muito, ela estará mais bonita que eu - falo abaixando a cabeça.

- Não diga isso, você é linda Luma. Sua irmã não chega nem aos seus pés. Mavi teve algum motivo para escolher você - ele fala.

Olho para ele sem entender.

- Você é pura menina, tem um coração de ouro. Mas seu defeito é deixar que sua família te atinja. - ele fala.

- Não consigo evitar - falo chateada.

Felipe ficou horas arrumando meu cabelo até ele ficar perfeito. Não voltamos no assunto sobre a minha família e agradeço por isso.

- Você conhece ele? - pergunto.

- Um pouco, eu trabalhei para algumas pessoas da sua família, mas principalmente para sua tia - ele fala.

- Tia? Não sabia que ele tinha uma tia - falo mas logo fico chateada por não saber nada dele.

- Não fique chateada, logo você conhecerá ele. Mas sim, ele tem uma tia, e ela é maravilhosa. Eles são bem próximos - fala terminando o meu cabelo.

- Será que ela iria gostar de mim? - pergunto com receio.

- Tenho certeza que sim, mas agora você tem que se preocupar em ficar linda - fala sorrindo.

- Claro, só estou preocupada - passo a mão uma na outra.

- Agora sim está a altura de ser a esposa de Mavi Molina.

Não falei com Mavi desde o dia que me pediu em casamento, papai disse que ele estava resolvendo tudo antes da nossa união.

- Você quem escolheu tudo para o casamento? - Felipe pergunta.

- Sim, eu tive ajuda de uma cerimonialista, mas eu escolhi tudo.

Fico um pouco triste, já que normalmente era a noiva e sua mãe que escolhia juntas. Mas a minha não fez questão.

- Tenho certeza que estará perfeito - fala sorrindo.

- Eu espero que ele goste, não quero ser punida - falo nervosa.

- Bom, eu não sei se ele te puniria - fala com receio.

- Ele já machucou...Alguém? - travo com medo da sua resposta.

- Quer mesmo saber sobre isso?

- Acho que sim.

- Não vou fingir para você Luma, mas Mavi não é conhecido como um homem bom. Ele tem feito coisas que não são considerados o correto. Mas ele é o capo, não podemos questionar - fala guardando suas coisas.

- Ele já machucou alguma mulher?

- Sim, muitas.

Meu.Deus.

- Mas não fique com medo, talvez com você será diferente - fala tocando meu ombro.

Será? Eu acho que não.

Ele guarda suas coisas e se despede de mim, logo entra algumas mulheres para fazer minha maquiagem.

Elas fazem tudo com muita delicadeza e fico feliz por todas me tratarem bem. Isso quase nunca acontece.

Elas me ajuda com o vestido de noiva, eu gostaria mesmo que ele gostasse do meu vestido.

- Agora vamos querida - Disse uma das mulheres.

Olhando para o espelho me surpreendo, o vestido é de princesa, cheio de pedrarias que com certeza são jóias. Ele é inteiro branco com alguns detalhes em dourado.

Eu não tinha escolhido ele, e sim Mavi. Fiquei assustada quando me disseram que ele mesmo tinha escolhido a dedo.

Um homem da máfia estaria preocupado com o que eu iria vestir? Mas é claro, ele não iria querer alguém ao seu lado que se vestisse mal.

- Vamos o carro já está nos esperando - Diz Felipe entrando novamente no quarto.

Ando com dificuldade até a porta já que o vestido é longo e colado ao corpo.

- Senhora, eu vou acompanhá-los até a igreja - Diz um homem bonito, porém com um semblante fechado. Me lembrando muito o Mavi.

- Qual seu nome? - Pergunto curiosa.

- Me chamo Miguel, senhora. - ele fala.

- Apenas Luma, Miguel - falo já odiando esse título de senhora.

- Seu marido não gostará disso, senhora - Ele diz simples.

- E você trabalha para ele? - pergunto.

Achei que Miguel fosse mais um dos seguranças do meu pai.

- Sim, sou seu braço direito - ele fala.

Quase me engasgo com minha própria saliva, as mulheres e Felipe fazem um som de surpresa.

O braço direito de um capo, nunca, nunca mesmo, sai do seu lado.

E saber que Mavi mandou seu braço direito vir me buscar me surpreende muito.

- Sobre me chamar de senhora... - tento disfarçar.

- Não chamarei você pelo nome, não queremos confusão com seu marido - ele fala neutro.

Apenas balançando minha cabeça, não quero arrumar confusão para Miguel. Não conheço o temperamento de Mavi, então não vou arriscar.

Saímos da casa e entramos no carro e fomos o caminho inteiro em silêncio, Felipe tentou quebrar o clima pesado mas não adiantou em nada, aí ele desistiu.

Chegamos na frente da igreja, desço do carro e Felipe me ajuda, ele sai logo em seguida entrando na igreja. vejo meu pai se aproximando de mim, com um olhar sério.

- Papai...

- Se ousar contar para Mavi o que fazia com você, eu te mato - Diz ele em um sussurro, disfarçado com um sorriso.

Me estremeço sabendo que ele seria capaz de tal ato. Eu gostaria muito que ele tivesse colocado a mão na consciência é percebido que eu não tinha culpa de nada.

Mas claro que isso seria apenas nos meus sonhos.

Em frente à porta da igreja escuto a marcha nupcial tocar, não tinha mais para onde fugir.
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