Capítulo 11 ☠

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Um som demasiado familiar e um pouco irritante me faz despertar do meu sono tranquilo, obrigando-me a abrir os olhos e encarar o teto azul do meu quarto, devido as luzes leds.

Sinto algo grande e macio sobre as minhas mãos, aperto entre as minhas unhas concluindo que é o livro que estava lendo antes de cair no sono.

Levanto, ficando sentado sobre a cama, esfregando meus olhos, bocejando ao mesmo tempo que espreguiço meus bracos... enquanto observo a confusão feita no meu querido espaço pelos castores.

Estou tão cansado do dia de ontem, que não consigo processar nada ao amanhecer. Levanto da cama sonolento, com o objetivo de desligar esse maldito computador que deixaram ligado, sentindo meus pés doloridos.

- Que droga. - gemo de dor, assim que piso em uma lata de refrigerante que está jogada no chão... tal como outros lixos de batatas, biscoitos, chocolates...

Suspiro derrotado e com preguiça até de lavar os dentes. Pego meu telemóvel na mesa de cabeceira, saio do quarto descalço puxando a camisa do meu pijama azul para baixo, enquanto desço as escadas, vendo que são 7h da manhã.

A pouca luz que entra dentro de casa desencadeia a lixeira feita na sala pelos nossos pais.

Vejo que a banda foi um sucesso ontem.

Ouço alguns roncos vindo da sala de estar, caminho até lá curioso, sentindo o frio se infiltrar pelos meus pés e subindo até cada célula do meu corpo.

Dou um leve sorriso silencioso, vendo os três pais dormindo no sofá, abraçando vassouras e garrafas de vinhos.

Dessa vez pelo menos não dormiram no chão.

Vou até a cozinha, pego num saco de lixo e volto para a sala. Tiro todo lixo do espaço sem fazer muito barulho, visto que todos ainda estão dormindo.

Volto para a cozinha, indo diretamente para o jardim com o saco de lixo... Mas o cheiro forte que entra no meu nariz assim que meus pés pisam o relvado do espaço, me faz tossir de um jeito discreto.

- Tu és mesmo uma princesinha fraquinha. - a voz do Oliver me faz erguer os ombros para frente, ignorando o cheiro horrível de cigarro.

- Prefiro ser uma princesinha, do que decepcionar minha família. - ignoro o rapaz que está sentado no baloiço do jardim, caminho até o caixote de lixo e deito o saco.

Volto a olhar para o rapaz vestido um dos pijamas do meu pai, com o seu cabelo azul todo bagunçado, enquanto fuma tranquilo como se fosse algo super natural e normal de se fazer ao amanhecer.

- Tu acabas se decepcionando a si mesmo, ao viver para fazer feliz aos outros. - sua voz soa abafada, enquanto traca o cigarro e liberta o fumo sorrindo irónico.

- Tu dizes isso como se soubesses o que é a verdadeira felicidade. - digo vazio ao suster a respiração.

Abro a porta não aguentando ficar muito tempo nesse ambiente. Ou simplesmente não suporto ficar muito tempo com esse babaca, que se acha o Deus vivo e milagroso da felicidade eterna.

- E por acaso tu sabes o que é ser feliz, ao viver enfiado nas axilas do papai e da mamãe? - sua voz soa maléfica e rude.

Aperto a maçaneta com força, fazendo meu punho direito doer com a raiva que surge do nada em mim, assim que esse sem noção mencionou o nome dos meus pais.

Assim que ia dar meia volta para dar uma boa resposta no canalha, alguém puxa a porta de repente, fazendo-me soltar a maçaneta com o pequeno susto.

- Oi filho. - minha mãe sorri angelical assim que seus olhos encontram os meus. Porém, esse sorriso é substituído por uma expressão de nojo. - Que cheiro é esse? Isso é...

Josh White: Por Trás dos Olhos Sombrios.Onde histórias criam vida. Descubra agora