Capítulo 12☠

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Olho para o Oliver que morde a pele da boca nervoso e ansioso ao mesmo tempo. Todos os olhares estão fixos nele, esperando alguma explicação.

- Essa pestinha não sabe o que está dizendo. Eu só estava conversando com os meus amigos. - o Oliver responde engolindo seco, enquanto leva um copo cheio de água até seus lábios.

- Que amigos são esses filho? Até agora não conhecemos nenhum dos teus amigos. - o tio Jeremy pergunta no filho desconfiado.

- São amigos do trabalho. - o mesmo diz com indiferença, comendo alguns bolinhos salgados.

- São amigos da putaria. - o Darry sussurra ao revirar os olhos no irmão.

Eu e o Adrien demos um pontapé nos pés do Darry, para manter o bico fechado e não piorar a situação. O mesmo morde os lábios, trancando a cara frustrado.

- Vê se cala essa boca seu merdinha. - o Oliver bate na mesa furioso, olhando o irmão com ódio.

- Vocês dois parem já com isso. - o meu pai levanta seu tom de voz, arregalando seus olhos escuros para eles.

- Vamos lá tentar entender isso... que trabalho é esse? Tu estás sempre dizendo que estás trabalhando desde que terminaste o médio e não vejo você a trabalhar. - a tia Ângela diz com sua típica voz de autoritária.

O clima na mesa já começa a ficar pesado. Agradeço pela minha mãe ter proibido os meus pais de comprarem bebidas alcoólicas.

- Ângela, irás encher mesmo o meu saco agora? A conversa anterior perdeu a graça e agora o assunto sou eu? - o Oliver diz rude.

- Que confiança são essas de estares me chamando de Ângela? Esqueceste que sou a tua mãe seu ingrato? - a tia Ângela literalmente grita decepcionada com o filho. - Só porque tens 19 anos não quer dizer que não posso te dar uma boa surra, estás muito mal enganado. - a mesma baixa o tom de voz, relaxando seu corpo na cadeira.

- Aí que medinho de levar tatau. - o Oliver faz uma voz de bebê e de pura provocação.

O mesmo levanta-se mudando sua expressão para irritado. Mas antes de sair da mesa, minha mãe segura um dos seus braços, lança-lhe o seu maior sorriso, com junção de seriedade.

O Oliver respira fundo, olha um instante para mim e a seguir na mesa cheio de gente. O mesmo senta-se de volta, cruzando os braços que nem um deputado.

- Querido, nós nos importamos contigo e com o seu futuro. - minha mãe diz com cautela, escolhendo bem as palavras.

- Do meu futuro sou eu que traço, quando for para pedir opinião, sei que o esquadrão da morte está aqui. - o Oliver responde sem nenhum remorso em sua voz e sem olhar para ninguém.

Que vontade de acabar com esse capeta.

Todos nós permanecemos calados, com medo do que pode acontecer. O Darry sorri irónico de canto, desacreditando no irmão furioso que tem.

- Filho, essa sua atitude e grosseria tem que parar e já. Porque se for eu a parar isso, não será bom. - o tio Jeremy olha sério no filho. - Nunca te faltou nada em casa, nem mesmo amor. Terminaste o ensino médio e não querias ir para a universidade. Então, respeitamos sua decisão. Mas não soubemos o que andas fazendo nem com quem andas. - o mesmo respira fundo, jogando seus cabelos para trás.

- Daqui há pouco irão querer saber quantas cuecas eu tenho, ou com quantas meninas eu já transei. - a tia Ângela perde a paciência, ergue sua mão para dar um tapa no Oliver que sorri diabólico...

Porém, minha mãe travou o tapa no ar antes mesmo que pudesse chegar no rosto do Oliver, que começa a sorrir que nem o Curinga.

- Calmem e dão um tempo nele. Sabem que esse ano não terá tempo de entrar numa universidade. Mas no próximo ano ele pode ver e fazer um balanço do que realmente quer para o seu futuro. - a voz da minha mãe é amena, enquanto solta a mão da tia Ângela aos poucos e dá um leve sorriso no Oliver que está nem aí.

Josh White: Por Trás dos Olhos Sombrios.Onde histórias criam vida. Descubra agora