Ela É Minha Filha!

medo

MARÍLIA—

O medo de tudo dar errado e eu quebrar a cara é grande...mas a vontade de tentar fazer dar certo é maior ainda!

Marília- só...vamos com calma?(disse e me levantei do sofá) eu...eu vou deitar!

Henrique- só preciso de vocês por perto!(ele beija a minha mão)

Marília- ok...Ana?(a pequena me olha) Mimi! Vem mamãe!(a peguei no colo) vai ficar assistindo?(disse segurando o riso)

Henrique- eu estou a 1 hora tentando achar sentido nesse filme!(dou risada) é sério!(diz também rindo) vamos por ela para dormir!

Ele desliga a TV e fomos pro quarto da pequena, ela demorou um pouquinho para pegar no sono, mas agora eu sei que ela não acorda tão cedo!

Henrique- cê disse que ela ficou gripada por causa da creche, como assim?

Marília- lembra que a um mês mais ou menos eu pedi uma semana de folga?(ele assentiu, enquanto a gente ia para a cozinha) eu fui comunicada que eles tinham deixado as crianças sem supervisão e tava chovendo no dia, os bebes saíram para o pátio e ficaram na chuva! Eles bebês sozinhos!(ele me olha indignado e bravo)

Henrique- cê tirou minha filha desse lugar né?

Marilia- sim, eu tirei a NOSSA filha de lá!(pego um vinho e bebo da garrafa mesmo) nunca deixaria ela nessa escola, e também junto com algumas mães processamos a creche!

Henrique- por que não me falou isso? Pensei que a nossa relação era além de patrão e secretária! A gente falava sobre tudo!(ele diz um pouco nervoso)

Marília- não quero discutir agora! E já que amanhã a gente trabalha, acho que está na hora de dormir chefinho!(saio pegando a garrafa que ele toma da minha mão) ei! Isso é meu!(digo brava)

Henrique- você também vai trabalhar amanhã! Não quero minha secretária gostosa com ressaca!(enlaço minhas mãos em seu pescoço e prenso ele no balcão)

Marília- então quer dizer que você me acha gostosa?(ok...o vinho que eu tinha tomado a algumas horas e o que eu tomei agora pouco, estão fazendo efeito!)

Henrique- quem não acha? Cê é perfeita garota!(ele passa as mãos na minha cintura e desce para a minha bunda) sei que pediu para ir com calma...mas as vezes você não ajuda!(diz e dá um aperto na minha bunda me fazendo soltar um gemido) e esse é um dos momentos!(olho para ele e lhe dou um selinho que ele transforma em um beijo intenso)

Marília- já está tarde...temos que dormir!(digo fugindo mas uma vez)

Entro no meu quarto e tranco a porta, me encosto na mesma sentido meu coração acelerado, merda! Eu não deveria fugir, mas eu não consigo! Tenho medo dele se cansar e procurar alguém menos complicado...eu só tive um homem em minha vida e o sexo com ele nunca foi lá essas coisas...ele sempre me mandava ficar quieta e sem gemer...ele não gostava de barulhos, quase nunca eu gozava...isso era um privilégio do homem, como ele mesmo dizia!

Tenho medo de me entregar para outra pessoa...desde que me separei nunca tinha nem beijado outra pessoa!

Henrique foi o primeiro homem a se aproximar tão intimamente de mim...mas ainda tenho medo!

Tomo um banho me lembrando dos nossos momentos...mas depois vem as lembranças do meu casamento...Sérgio também era dócil no começo...depois que ele foi mudando e ficando do jeito que estava no final.

Lágrimas atrevidas escapam do meu rosto enquanto lembranças perturbam minha cabeça.

Saio do banheiro apenas de roupão e assim caio na cama, não tinha molhado o cabelo mesmo! Acabo dormindo.

HENRIQUE—

Queria entender a loira, mas as vezes é difícil! Ela sempre foge de mim, mas eu estou disposto a ter ela comigo!

Passo na porta do seu quarto e penso em bater...ouço o som de chuveiro, então passo direto pro meu quarto...

No outro dia, tomamos café e fomos juntos levar a Ana para a escola, o caminho para a empresa foi em completo silêncio, Marília está o tempo todo mechendo em seu celular, nem viu que eu estacionei o carro um pouco antes de chegarmos na empresa.

Marília- ué...não chegamos na empresa ainda(diz olhando ao redor, seguirei com força no volante e respirei fundo) tá bravo?

Henrique- cê tá estranha desde que acordou, não fala comigo e passou o tempo inteiro nessa merda de celular! Então sim...eu estou bravo!(Ela me olhou parecia estár pensando, ao mesmo tempo em que seu olhar estava assustado, seu peito subia e descia rapidamente) Marília?(Tento me aproximar e ela segura minha mão afastando-se de mim) Tá com medo de mim?(Ela nega com a cabeça)

Marília- vai logo para a empresa!(Diz séria, mas sua voz saio falhada) Eu...eu não te devo satisfação do que eu mecho no meu celular! E...eu não preciso falar com você 24 horas por dia!

Dirigi o resto do caminho em silêncio, e assim foi boa parte do dia, só falamos o necessário do necessário! Nada a maís que isso!

No final do dia, quando ela estava arrumando sua bolsa a abracei por trás e a vi ficar tensa.

Henrique- sou eu...vamos acabar com esse clima! Volta a ficar normal comigo loira! Essa sua frieza machuca!(Digo beijando a curva do seu pescoço, ela se arrepia) Hum?(Ela se vira para mim, me olhando nos olhos)

Marília- eu tô tão confusa! Não queria te colocar no meio da minha bagunça!(Ela diz com os olhos marejados, ela me abraça forte) Eu tô apaixonada por você! Mas eu...eu tenho medo! Eu sei que você não é o...o Sérgio...mas toda vez que você me beija... sei lá...me desculpa!(Ela iria fugir de novo mas eu a puxei para o meu peito)

Henrique- cê não vai fugir, não de novo! Cê vai ficar aqui comigo e vamos superar esse obstáculo! Só de saber que a minha paixão é recíproca já me alegra de um jeito inacreditável! Cê não tem noção mas meu coração tá parecendo uma escola de samba!(Isso a faz dar uma pequena risada) Tá vendo tô até te fazendo rir!(Levanto seu rosto e a beijo) Agora, acho que temos que ir buscar uma bebê de na creche!(Ela assente e saímos de mãos dadas)