Capítulo 08 - Conversa

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META: 30 comentários para o próximo capítulo.

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Quinta-feira de manhã. Outro dia comum no calendário, mas tudo dentro de mim gritava que hoje não seria tão comum assim. Acordei antes do despertador, o sol ainda tímido lá fora, mas minha mente já trabalhava a todo vapor, repassando as últimas 24 horas como se fosse um filme que eu não conseguia parar de assistir.

Marc. Ele era o protagonista indiscutível da confusão na minha cabeça. Não era só a conversa que tivemos ontem, embora ela estivesse martelando na minha mente como uma música que você não quer cantar, mas não consegue esquecer. Era a forma como ele me olhou, a intensidade no tom de voz, o jeito como ele parecia estar me lendo mais do que eu estava lendo os relatórios dele.

Falando em relatórios... Meu Deus. Por que eu fui fazer aquilo? Era como se cada decisão minha ontem tivesse sido guiada por uma bússola defeituosa. Não só li algo que não era para os meus olhos, mas ainda mandei aquela mensagem para ele à noite.

A mensagem.

Revirei os olhos para o teto enquanto me arrastava para a cozinha. "Oi, Marc! Peguei seu numero no CT, espero que não se importe. Queria pedir desculpas mais uma vez... Pelo que aconteceu mais cedo. Espero mesmo que não tenha ficado chateado." Que tipo de mensagem era essa? Quem manda algo assim para alguém depois de ter sido pega no flagra lendo os próprios relatórios psicológicos dele?

— Sério, Helena... — Murmurei, colocando a água para ferver e pegando minha caneca preferida. — Que necessidade era essa? Parece até que você estava tentando piorar a situação.

Peguei o celular no balcão enquanto o café filtrava, relutante, mas incapaz de resistir. Abri o aplicativo de mensagens e encarei a resposta que ele tinha enviado quase meia hora depois.

"Está tudo bem, Lena. Não se preocupe, mesmo. Boa noite. :)"

Só isso. Não havia ponto de exclamação, nenhum emoji para suavizar o tom, nada que indicasse se ele estava realmente bem ou só sendo educado. E era aí que estava o problema. Eu não sabia interpretar Marc. Ele parecia carregar o mundo nas costas, e agora eu estava lá, me perguntando se ele pensava o mesmo sobre mim — que eu era apenas mais um peso para ele lidar.

Suspirei, deixando o celular de lado. O café estava pronto, mas a sensação de conforto que ele normalmente trazia parecia fora do meu alcance.

Por que eu me importava tanto?

Essa era a pergunta que vinha me atormentando desde a nossa conversa no corredor. Não era como se Marc fosse o primeiro jogador a cruzar meu caminho com um histórico complicado. Eu já tinha lidado com inúmeros atletas sob pressão, com medos, ansiedades, traumas. Era o meu trabalho. Mas havia algo nele que me desarmava, que fazia meu coração bater um pouco mais rápido do que deveria quando ele estava por perto.

psicoamor || marc casadó & helenaOnde histórias criam vida. Descubra agora