Capítulo 13 - Café

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O som constante dos motores do avião parecia sincronizar com a batida confusa dos meus pensamentos

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O som constante dos motores do avião parecia sincronizar com a batida confusa dos meus pensamentos. Enquanto todos ao meu redor estavam dispersos, cochilando ou assistindo algo em seus celulares, eu não conseguia desligar minha mente. Era irritante como uma única frase podia me fazer questionar tanto.

"Se eu namorasse, jamais teria perguntado ou mantido conversas casuais com você."

Marc havia dito isso com tanta tranquilidade, mas as palavras estavam impregnadas na minha mente. Eu sabia que tinha exagerado com a minha reação no aeroporto. Não era como se ele tivesse usado os anéis para me provocar ou qualquer coisa do tipo. E, ainda assim, algo dentro de mim apertou ao vê-los. Foi quase instintivo, uma resposta que eu mesma não entendia.

Eu me inclinei para frente na poltrona, deixando a cabeça repousar sobre as mãos. Meu reflexo no vidro da janela ao lado parecia tão cansado quanto eu me sentia por dentro.

Por que eu me importei tanto?

A resposta, no fundo, eu sabia. Não era sobre os anéis. Não era sobre Marc, nem sobre o que ele disse. Era sobre mim. Sobre o que eu carregava comigo desde... Bem, desde Ferran.

Quase inconscientemente, passei os dedos pelo braço, sentindo a textura do tecido da minha blusa. Era um hábito quando me sentia desconfortável, algo que me fazia lembrar que eu ainda estava presente no aqui e agora. Pensar em Ferran era como reabrir uma ferida que eu jurava ter cicatrizado.

Nos conhecemos ano passado, no clube. Ele parecia tão seguro de si, com aquele sorriso fácil e aquele jeito que fazia qualquer um se sentir especial por estar na presença dele. Talvez fosse isso que me atraiu. Ou talvez fosse o fato de que ele parecia tão... Humano.

Mas eu sabia. Lá no fundo, sempre soube. Desde o primeiro momento, Maya havia me alertado. Ela conhecia Ferran de um jeito que ninguém mais conhecia, como sua psicóloga. Sabia das feridas dele, das inseguranças, das questões mal resolvidas com a ex. "Ele não está pronto para nada sério, Lena. Não com você, não com ninguém," ela havia dito.

Mas eu ignorei.

Achei que seria diferente. Que eu poderia ser diferente. Achei que aquilo não ia dar em nada, mas também não esperava o turbilhão que se seguiu.

Por quatro meses, fui uma espécie de porto seguro para Ferran. Estava lá nos momentos em que ele precisava se distrair, quando as lembranças do passado batiam à porta. Mas eu também era a prova viva de que ele não estava pronto para me deixar entrar de verdade. E, no final, eu fui mais uma peça em um jogo que ele nem sequer sabia que estava jogando.

E o pior? Ferran também joga no Barcelona. Todos os dias, eu o vejo no clube. Todos os dias, tenho que lidar com os sorrisos casuais, os olhares que às vezes ainda lançam fagulhas de algo que já foi e nunca será de novo. Isso torna tudo ainda mais difícil.

psicoamor || marc casadó & helenaOnde histórias criam vida. Descubra agora