Gatilhos...

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Eu sei tenho falado pouco sobre os meus monstros, eu sei que me escondo para não perceberem que a minha luz está a ficar fraca e que aos poucos estou a me deixar levar pela escuridão.

Eu sei que ando estranho já a algum tempo, o meu sorriso já nem é o mesmo, é difícil esconder quando já morremos a muito tempo.

As coisas têm mudado tanto, o tempo tem passado mais rápido, e com ele foram coisas tão boas, pessoas maravilhosas como aquela que levou metade de mim, à única que me amou mesmo sem eu existir, me mostrou o quão bom é sorrir e agora vejo que não tem sentido estar aqui.

Eu nunca vou conseguir te explicar ao certo o misto de sentimentos que estão aqui dentro, os arrependimentos, os motivos dessas lágrimas salgadas, às mágoas, não sei te explicar se eu quero uma corda ou estar no topo de um prédio, se eu prefiro abraços ou o cheiro do tabaco queimando entre os meus dedos a tentar levar tudo o que acontece no momento.

Eu não sei se eu estou pronto para te contar todas as merdas que faço e fiz, não sei se estou pronto para te perder assim tão cedo, eu não sei se vou me perdoar, não sei se tu ainda vais querer tocar a palma da minha mão quando eu soltar tudo isso que aqui está, mas eu preciso mesmo que o preço seja te perder,eu prefiro que a dor seja minha.

Uma onda de metas, frustrações e responsabilidades está no ar, parece tudo tão exaustivo, eu estou constantemente sob pressão, eu nem tenho certeza das escolhas que faço, mas tenho que seguir. Homens não choram mas estava difícil conter às lágrimas perto de ti, eu só não quero te deixar mal e preocupada.

Desculpa a minha negatividade, o meu mal estar, eu estou a tentar suportar o peso de viver, estou a tentar fazer tudo o que um dia prometi a ti.

Eu ando mais cansado e tão desmotivado, eu sinto que sou um peso e não quero que as coisas continuem assim, eu não quero te destruir mas eu vou ter que aceitar o fim.

Frutos Da MadrugadaOnde histórias criam vida. Descubra agora