Jenna
Acordei com o rosto de Emma virado pro meu. O cabelo dela tava bagunçado, e uma mecha cobria parte do rosto. Respirei fundo, tentando não me mexer muito, pra não acordar ela. Eu queria aproveitar esse momento só pra mim.
A luz do sol entrava pelas frestas da cortina e iluminava ela de um jeito que parecia coisa de filme. Fiquei olhando, lembrando da noite passada. Os beijos, as risadas baixas, a forma como ela se encolheu no meu peito antes de pegar no sono.
Eu tava acostumada com festas, com gente demais e barulho demais. Mas aquela noite não tinha sido sobre isso. Tinha sido sobre Emma. Sobre o jeito que ela me olhou quando eu fechei a porta, sobre como ela parecia nervosa e, ao mesmo tempo, tão entregue.
Suspirei, encostando minha testa na dela. Minha mão ainda segurava a dela, nossos dedos entrelaçados. Era estranho como eu me sentia calma com ela por perto, diferente de tudo que eu tava acostumada.
- Você tá me encarando faz tempo? - A voz dela saiu baixa, sonolenta, mas com aquele tom de provocação que eu já conhecia.
- Talvez. - Dei um sorriso, apertando a mão dela. - E se eu tiver?
- Então você é esquisita. - Emma abriu os olhos, me olhando, mas eu sabia que ela não tava falando sério.
- Esquisita, não. Observadora. - Me aproximei e dei um beijo leve no canto da boca dela.
Emma riu, ainda com a voz rouca de sono, e se espreguiçou. Ela virou de barriga pra cima, os olhos encarando o teto, mas sem soltar minha mão.
- Que horas são? - Emma perguntou.
- Não sei, e nem quero saber. - Falei, puxando a coberta pra cima da gente. - Fica aqui comigo mais um pouco.
- Você tem coisa pra fazer hoje, Jenna. Sei que tem.
- Não quero fazer nada. Quero ficar aqui com você. - Minha voz saiu sincera, quase séria demais, e eu senti ela virar o rosto pra me encarar.
Emma abriu um sorriso pequeno, mas verdadeiro, e balançou a cabeça como se não soubesse o que fazer comigo.
- Você é impossível.
- Eu sei. Mas você gosta disso.
Ela riu, revirando os olhos, e ficou de lado de novo, olhando pra mim.
- Ontem foi legal. Diferente, mas legal.
- Diferente bom ou diferente estranho? - Perguntei, tentando decifrar o tom dela.
- Diferente bom. - Emma sorriu de novo, e meu coração deu aquele salto que sempre dava quando ela fazia isso.
- Que bom, porque eu também achei. - Dei um beijo rápido na ponta do nariz dela.
Ficamos ali por mais um tempo, em silêncio. Era engraçado como com ela o silêncio não era desconfortável. Eu podia só… existir. Sem precisar me preocupar com o que dizer ou fazer.
Depois de um tempo, ouvi a barriga dela roncar, e não consegui segurar a risada.
- Acho que tá na hora do café da manhã, né?
- Só talvez. - Emma riu junto, um pouco envergonhada, e se sentou na cama.
Eu rolei pra fora da cama, puxando ela junto comigo, sem me importar com o cabelo bagunçado ou o pijama todo amassado. A casa provavelmente ainda tava meio bagunçada da festa, mas não me importava.
- Vou te fazer o melhor café da manhã que você já comeu.
- Jura? Porque você parece o tipo que só sabe pedir comida pelo celular. Inclusive, o café daquele dia, tenho certeza que foi algum funcionário da casa que preparou, e você trouxe pra mim.
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Vozes do Amor
ФанфикJenna é uma jovem estrela da música que, apesar do sucesso meteórico desde os 16 anos, sente o peso da exposição e da pressão do mundo artístico. Com sua empresária e melhor amiga Joy tentando equilibrar seu caminho, Jenna decide tirar férias e recu...