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Emma

Passei a noite na casa dos Ortega e foi incrível, por um momento eu esqueci do mundo lá fora e fiquei só em mim e na Jenna.

Foi tão bom dormir do lado dela, sentir o calor do corpo, e ter beijado aquela boquinha linda.

Droga, ela se declarou de uma forma tão bonita.

Eu quase não acreditei, já que a Jenna é minha chefe, rica e famosa.

Mas hoje quando acordamos, ela levou café na cama pra mim, e depois me trouxe pra casa.

Por sorte eu não encontrei com os pais dela e nem com a Aliyah. Combinamos que não vamos nos tratar como amigas na frente deles, mas estou com vergonha, e não sei como vou agir.

- Filha, bom dia. - Minha mãe falou assim que entrei em casa. - Ei, o que é esse negócio aí?

Ela apontou para o estojo com o violão.
E eu aproveitei para trazer meu outro violão que tinha ficado na casa da Jenna.

- É um violão novo, ganhei de presente.

- Ganhou? De quem?

Minha mãe veio de encontro comigo e ficou olhando eu colocar o estojo no sofá e abrir para tirar o violão.

- Meu Deus, que coisa mais linda. De quem você ganhou esse violão.

- A Jenna me deu.

- A menina Ortega te deu esse violão lindo? E a troco de que? - Minha mãe pareceu desconfiada.

- Ah ela sabia que meu antigo violão estava velhinho, resolveu me dar esse. Ela tem uma coleção na casa dela.

- Emma, vem aqui, minha filha. - Minha mãe segurou minha mão e me puxou para sentar no sofá. - Você não acha que essa menina está com outras intenções?

- Como assim, mãe ?

- Eu acho que a menina gosta de você.

- A-ah, a Jenna... Claro que não, não gosta.

Minha mãe me olhou desconfiada e negou com o dedo indicador.

- Você não me engana não, minha filha. Me conta, vocês estão tendo alguma coisa? Filha, você sabe que nunca vou te julgar...

Fiquei vermelha na hora, a mão meio suada segurando o violão. Minha mãe tava com aquele olhar de quem já sabia da resposta, mas queria ouvir da minha boca.

- Mãe, pelo amor, não começa, tá? - Tentei desconversar, colocando o violão de volta no estojo.

- Emma, olha pra mim. - Ela insistiu, segurando meu braço de leve. – Você acha que eu não percebo? Fala logo, vai.

Suspirei. Minha mãe era persistente quando queria.

- Tá... a gente ficou, talvez.

- Talvez? - Ela arqueou a sobrancelha.

- Tá, a gente ficou, sim. Mas é coisa recente, sabe? Nem sei direito no que vai dar ainda.

Minha mãe ficou me olhando por alguns segundos, sem dizer nada. Eu já tava esperando algum sermão, mas, do nada, ela abriu um sorriso pequeno.

- Eu já sabia.

- Sabia? - Olhei pra ela, confusa.

- Claro que sabia, minha filha. Você tá com aquele olhar bobo que só tem quando tá apaixonada.

- Ah, mãe, para com isso! - Fiquei mais vermelha ainda e me joguei no sofá, cobrindo o rosto com as mãos.

Ela riu, daquela forma tranquila, como quem já passou por tudo e sabia mais do que eu.

Vozes do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora