Capítulo 14 - O Inicio de Uma Tempestade

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A manhã estava serena, mas o coração de Nat ainda inquieto. Sentada na varanda, ela observava o vapor subir da xícara de café entre as mãos, os olhos fixos no horizonte como se buscasse respostas na imensidão do céu.

Emily abriu a porta devagar, hesitando por um instante antes de se aproximar. Sentou-se na cadeira ao lado, ajeitando o roupão de seda branca sobre os ombros.

– Você está bem? – perguntou, a voz suave, mas carregada de preocupação.

Nat demorou a responder. Tomou um gole de café antes de suspirar profundamente.

– Passei a noite pensando em tudo. Em como fui uma idiota por não perceber antes... e em como você, minha melhor amiga, escondeu isso de mim.

Emily abaixou o olhar, sentindo o peso daquelas palavras.

– Eu sei que errei, Nat. Não deveria ter escondido isso de você. Só que... achei que estava protegendo você.

– Protegendo? – Nat soltou uma risada amarga. – Você achou que esconder que ele é... quem ele é... era o melhor pra mim?

– John está apaixonado por você – Emily começou, a voz quase implorando para que Nat entendesse. – Eu vi isso nos olhos dele. Pensei que ele poderia mudar, que talvez você fosse a chance dele de deixar pra trás tudo o que fez antes.

Nat balançou a cabeça, lutando contra as lágrimas que ameaçavam cair.

– Você realmente acredita que as pessoas podem mudar assim, Emily? Ou isso é só você tentando justificar o Jason também?

As palavras cortaram fundo, mas Emily não recuou. Respirou fundo, buscando calma.

– Talvez seja. Talvez eu veja no John o mesmo que vejo no Jason: um homem perdido que encontrou algo, ou alguém, que pode trazer luz para a escuridão. Mas eu também acredito em você, Nat. Sei que você é forte o suficiente para decidir o que quer e o que não quer.

Nat a olhou por um longo momento, a expressão suavizando um pouco.

– Eu só queria que você tivesse confiado em mim desde o começo. Não posso decidir o que quero se não sei a verdade.

Emily assentiu, sentindo um alívio misturado à culpa.

– Você está certa. Prometo que nunca mais vou esconder nada de você.

O silêncio que se seguiu foi mais leve, e enquanto Nat terminava o café, ambas sabiam que aquele era o começo de uma difícil reconciliação — e talvez, de uma nova fase para Nat e John.

Enquanto Nat e Emily conversavam, do outro lado da cidade, John havia passado a noite mergulhado em pensamentos sombrios. A raiva o consumia, alimentada pelos últimos acontecimentos. O tiroteio da noite passada não apenas havia abalado suas operações, mas também arruinado as poucas chances que tinha com Nat. Agora, o ódio por Armand parecia ser o único combustível que restava.

Jason estava ao seu lado, ambos analisando mapas e esquemas em uma sala pouco iluminada, cercada por fumaça de cigarros e garrafas vazias. O próximo golpe precisava ser definitivo. Jason estava tão determinado quanto John, mas sua raiva era diferente — mais contida, mais fria. Ele tinha seus próprios motivos para odiar Armand e Gus.

– Ele não vai escapar dessa vez – John murmurou, socando a mesa. – Eu quero Armand de joelhos. Ele vai pagar por tudo.

Jason não respondeu de imediato, apenas observou John com um olhar calculista.

– Foco, John. Raiva demais faz você errar. Armand é esperto, mas não invencível. Temos que agir com cuidado se queremos acabar com ele de vez.

Antes que John pudesse responder, o telefone de Jason vibrou sobre a mesa. Ele franziu o cenho ao ver o nome de Gus na tela. Sem hesitar, atendeu.

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