UTOPIA: A caminho do sol

UTOPIA

Quando Jake abriu os olhos naquela manhã, sentiu um alívio enorme ao constatar que Heeseung dormia pacificamente ao seu lado. O sol nem sequer tinha nascido, e ele sabia que hoje seria um dia difícil, que definiria o futuro de todo mundo, então não podia deixar de se sentir apreensivo. No entanto, porque tinha fé neles e acreditava que estavam lutando pelo bem de todos, não havia o que temer. Se fosse da vontade de Deus, tudo daria certo no final.

— Mal posso esperar para acordar amanhã e saber que temos todos os dias das nossas vidas para vivermos juntos e em paz — o Tenebris murmurou, pegando-o desprevenido.

Assim que ele abriu os olhos, seus olhares se encontraram, e ambos sorriram. Selando o momento com um beijo, começaram a se preparar para a luta. Dali em diante, não tinha mais volta.

Jake e Heeseung marcharam até a cidade imperial decididos. Seus amigos já estavam lá diante do muro alto quando se posicionaram lado a lado. Ao ver o Tenebris, os demais sorriram e fizeram um sinal de positivo com a mão. Jungwon também notou o cheiro que vinha de Jake e deu uma risadinha, cobrindo o nariz. Finalmente, tudo tinha voltado ao lugar.

Assim que olharam para trás, viram um exército de pessoas se aproximando com enxadas, pedaços de pau, panelas e todo tipo de objeto que podiam usar como arma em mãos. Podiam estar em desvantagem, mas tinham coragem, e isso era o mais importante. Muitos deles morreriam por um mundo melhor, morreriam como heróis.

O grupo de amigos se olhou e então se virou para os muros da cidade imperial. O momento pelo qual haviam esperado tanto tinha finalmente chegado. Por isso, sem hesitar por um segundo sequer, invadiram.

O sol ainda estava fraco no horizonte quando os Tenebris foram acordados com o barulho do portão se partindo e os gritos dos invasores. O plano principal era que Sunoo, Riki, Jay, Levi e Haneul fossem até o palácio sem quaisquer problemas no caminho, para encarar o grupo de Soobin. Heeseung disse que queria ir também, pois tinha começado um plano contra Beomgyu e preferia ser ele a enfrentá-lo. Jake ficou preocupado, mas entendia que tinha que ser assim, então o abraçou e desejou que tudo desse certo. Também abraçou Haneul, Levi e os demais, pedindo para que se cuidassem e voltassem bem. Sendo assim, tão logo os Tenebris foram aparecendo para a luta, eles se prepararam para abrir caminho aos demais e derrotá-los.

Chaewon e Natty estavam lutando juntas. Nenhuma das duas era um Tenebris, porém ambas eram fortes o suficiente para dar conta deles. A espadachim saltava pelos ares com as duas espadas em mãos, mirando na cabeça dos Tenebris, que nem sempre tinham tempo de atacar de volta. Quando isso acontecia e a agilidade dela falhava, Chaewon estava de olho para ajudá-la. Faziam uma boa dupla, o que deixou Natty satisfeita; pelo visto, eram compatíveis em tudo.

— Ei — a espadachim disse enquanto a outra chutava a cara de um homem. — Depois disso aqui a gente vai namorar, né?

Chaewon deu uma risadinha, logo partindo para cima de outro cara.

— Nunca conheci uma pessoa tão franca como você.

— E eu nunca fiquei tão excitada assim antes vendo uma mulher dar uma surra em homens otários — ela lambeu os lábios. — Diz que você vai ser minha.

— Me ajuda a acabar com esses idiotas, e eu vou pensar no seu caso.

As duas se olharam e sorriram, e então partiram para cima deles.

Perto dali, Sunghoon estava facilmente derrubando vários Tenebris, agora que tinha readquirido seus poderes. Pediu que Belle e Eunchae ficassem por perto, pois, caso algo acontecesse, poderia protegê-las, mas lutar e ficar de olho nelas não era fácil. Em um momento de descuido, quase foi atingido pelas chamas de um Tenebris e acabou sendo encurralado por outro. Eunchae levou um susto e ergueu sua espada para defendê-lo, mas não sabia o que fazer. Foi Belle quem acabou tomando a iniciativa: mesmo assustada, deu um berro e correu o mais rápido que pôde, aproveitando que o Tenebris estava distraído tentando atacar Sunghoon, e cravou a espada com toda a força nas costas dele, atravessando-o de fora a fora.