Capítulo 41 - Bárbara Andrade Da Silva

20 6 25
                                    

12:00 PM ⏰

A Bárbara foi levada pra delegacia pra dar o depoimento dela. Mesmo que os dois tenham sido liberados, eles precisavam do depoimento dela, porque poderiam ter chances deles serem presos ou indiciados.

Superintendência da PF📍(Centro rj)

Delegado: podemos começar?

Bárbara: sim!

Delegado: como passou essa noite?

Bárbara: nervosa? Bem nervosa, tentando ficar calma, até saber o que tá acontecendo, porque não sei tem muito tempo.

Delegado: eu sei, senhora! Eu não sou médico, mas como ordem do meu trabalho e da minha ética, preciso fazer essas perguntas que não tem a ver com a questão da ciência, mas com a questão da justiça. Então, qual é a última coisa de muito tempo que a senhora lembra?

Bárbara: eu lembro de sete meses atrás quando fui ao hospital, antes disso não lembro de mais nada.

Delegado: sim... E o senhor Rafael te dava alguma medicação?

Bárbara: sim! Comprimidos.

Delegado: com frequência?

Bárbara: sim! Três vezes ao dia, todos os dias.

Delegado: como se sentia?

Bárbara: inconsciente, às vezes desmaiava e também me sentia ainda mais esquecida de tudo, como o que fiz antes de tomar o remédio.

Delegado: como era a sua relação com esse senhor nesses 7 meses?

Bárbara: ruim. - falava acuada.

Delegado: fica tranquila, pode me falar!

Bárbara: ele me privava de muita coisa.

Delegado: ele te agredia?

Bárbara: às vezes eu ficava desequilibrada por conta da quantidade de remédios, e ficava nervosa, não o respeitava e nem suas ordens, e isso o estressava. Ele me agredia quando eu não o obedecia.

Delegado: como?

Bárbara: com socos, chutes, ele agredia bastante meu rosto e partes específicas do meu corpo.

Delegado: quais partes?

Bárbara: minha barriga, meus seios e minhas nádegas.

Delegado: ele falava porque fazia isso?

Bárbara: ele falava que meu corpo era horrível, que antes de perder a memória, eu me vestia como vagabunda e que nem pra isso servia, que ninguém gostaria de me ter.

Delegado: ele falava da sua vida antes de perder a memória?

Bárbara: sim!

Delegado: pode me dizer?

Bárbara: sim! Ele falava constantemente que eu era casada com ele, que sofremos um acidente e que só eu perdi a memória. Que ele estava cuidando de mim. E eu sempre perguntava se tivemos filhas ou filhos, e ele falava que eu não podia ter filhos e que por isso chutava minha barriga, porque minha saúde era ruim, que eu não servia pra ser mãe.

Delegado: mais o que?

Bárbara: ele falava que eu não tinha família, que só tinha à ele. E só! Ele não falava mais. Apenas isso e que éramos de Portugal mesmo que eu não tenha o sotaque, né?

Delegado: sim! E o que você fez nesse tempo que se lembra? O que ele deixava você fazer?

Bárbara: ele deixava eu cozinhar, uma vez na semana íamos até um parque que tinha próximo de casa. E eu ia todo dia pra academia, porque ele falava que eu precisava ficar bonita, que pelo menos isso eu tinha que me esforçar. E eu acabei gostando, era o único tempo que eu ficava mais tranquila. E mesmo assim, eu tinha tempo pra treinar, e voltavamos direto pra casa.

Destino ou Acaso? - Bak (2° Temporada) Onde histórias criam vida. Descubra agora