38.
Jamais imaginei que minha vida tomaria esse rumo. Eu só queria fugir da minha casa, dos meus pais e agora estou no meio de um conflito sobrenatural. Anjos e Demônios, céu e inferno, bruxos e bruxas... Nada mais irá me surpreender.Levanto-me da banheira e me enrolo em uma toalha branca. Tenho que aceitar as condições que me cercam, de qualquer forma Riel não parece querer me machucar.
Após eu me vestir resolvo "peranbular" pela casa, é tudo um pouco escuro, o homem alto dos cabelos loiros logo me barra antes mesmo que eu desse qualquer passo além do corredor.
— Por enquanto é melhor você ficar no seu quarto, mocinha. — disse sério me olhando fixamente.
— Claro. — apenas aceito e caminho até o meu quarto.Fecho a porta na cara dele e logo o ouço trancando a porta.
- EU NÃO VOU FUGIR TÁ, ESTAMOS NO MEIO DO NADA ESQUECEU???— digo indignada.~~~
Uma semana se passou desde que Riel me trouxe para este lugar. Não entendo o motivo mas Deimos está tendo dificuldades para me encontrar, receio que desta vez irá levar muito tempo, alguma coisa deve estar acontecendo... ou talvez ele só não me queira mais.
A rotina é enjoativa, Riel mal fala comigo, só me dá as refeições do dia e abre a porta para que eu use o banheiro. Ele nem sequer me olha, tenta me evitar ao máximo, pra quem me sequestrou eu imaginei que fosse ficar mais perto. Parece que fica relutante em se aproximar.
—Toc toc! Estou entrando. — Riel entra no quarto com o jantar, deixa a bandeja na mesa ao lado da minha cama e sai rapidamente.
Dessa vez decido levantar e rapidamente o impeço de fechar a porta, ficando cara a cara com o anjo.
— Riel, chega já tô cansada! Ou você me solta ou faz pelo menos a gentileza de trocar frases mais longas comigo. Você nem consegue me olhar. — Falo braba.— Bom, considerando que sou um inimigo natural do homem que está atrás de você, imaginei que a última coisa que você quisesse era trocar conversas comigo, Dalila. — Disse com esse maldito sorriso de canto.
— É o que tem no momento, né. — digo sarcástica.— você me deixa presa aqui 24h, do banheiro pro quarto do quarto pro banheiro. Seu plano para que eu não cumpra a profecia é me deixando maluca?
— Hahaha. Seu jeito passiva agressiva realmente me instiga, Dalila. Você precisa ter paciência e te deixo trancada por segurança, não quero você sendo imprudente, tentando fugir e ficando perdida na floresta. — Ele fecha a porta na minha cara e bufo de raiva.
Estou rolando na cama fazem horas e não consigo dormir. Ultimamente está tão difícil pegar no sono, isso me deixa tão cansada. Decido me levantar e caminhar pelo quarto, vou até a porta e tento abrir só por tentar, para minha surpresa ela se abre...
— Rum. acho que você não é muito inteligente, Riel.Caminho lentamente pelo corredor até chegar nas escadas, está tudo muito escuro, apenas a luz do luar entrando pelas janelas. Minha intenção não é fugir, apenas quero andar pela casa.
Desço os degraus que me levam diretamente para sala, logo ao lado posso ver a cozinha, decido vasculhar a geladeira, sempre tive o costume de tomar um copo de leite quando não encontro o sono.
Antes mesmo que eu pudesse abrir a porta da geladeira, escuto Riel atrás de mim e me viro rapidamente.
— Vejo que você gosta de "zanzar" de noite. — Lá está ele, a luz que entra pela janela me permite o enxergar perfeitamente. Encostado na parade com os braços cruzados, o cabelo desajeitado, seu abdômen de fora e apenas uma calça moletom. Me olhando com tanta malícia que eu poderia perder o juízo.
Ele começa a se aproximar, fazendo com que eu encoste na geladeira. Riel fica tão próximo que sinto sua respiração em meu rosto.
— Dalila, você não pode sair do seu quarto durante a noite. Você quer que eu te mostre que não sou um anjo bonzinho? — Acho que nesse exato momento ele superou toda a malícia que o Deimos um dia falou comigo. Sinto minhas pernas fraquejarem.Minha mente brinca comigo, me fazendo imaginar coisas que eu não queria, esse olhar dele sobre mim e sua aproximação não me ajuda.
— Não faz isso. — Digo já ofegante. Não consigo disfarçar a resposta do meu corpo perante essa atitude.
— Ah que pena. Eu tenho certeza que conseguiria te ajudar a dormir. — A voz do anjo sussurrou no meu ouvido...
Não consigo mais resistir.
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Amor diabólico by Cristini
RomanceDalila cresceu numa família muito religiosa, que a privou do mundo. Por anos ela se obrigou a seguir as regras para ser considerada a filha perfeita. Ao atingir a idade adulta, ela sentiu o desejo de descobrir o mundo, mesmo que isso a desvirtuasse...