ᴇʟᴀ ᴇ́ ɪʀʀɪᴛᴀɴᴛᴇ

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POV: Axel

Eu saí do quarto de Sn, fechando a porta atrás de mim com cuidado. O peso da conversa ainda estava pendurado sobre mim como uma nuvem. Minha cabeça estava uma bagunça, mas uma coisa era clara: eu precisava manter distância, pelo menos até que tudo ficasse mais claro.

Cada passo que eu dava pelo corredor parecia mais pesado que o anterior. A casa estava praticamente silenciosa agora, exceto por alguns murmúrios distantes. A festa tinha acabado, mas os efeitos ainda estavam presentes em cada canto.

Eu me encostei na parede, respirando fundo. O cheiro de perfume dela ainda estava em minha camisa, um lembrete constante do quão perto estive de ceder. Passei as mãos pelo rosto, tentando dissipar os pensamentos que me assombravam.

— Idiota. — Murmurei para mim mesmo.

Eu sabia o que estava fazendo. Estava tentando ser o "cara certo", o que fazia a coisa certa, mesmo que isso me matasse por dentro. Mas com Sn... era diferente. Ela não era só mais uma garota, não era algo casual que eu poderia simplesmente ignorar depois de um tempo.

Ouvi passos se aproximando e me endireitei. Não queria ser pego parecendo tão perdido, especialmente por alguém como Kwon. Felizmente, era apenas Mason, um dos caras da festa.

— E aí, cara? Tá tudo bem? — Ele perguntou, com um copo na mão, ainda parecendo meio animado.

Assenti, tentando parecer mais tranquilo do que realmente estava.

— Sim, só precisava de um pouco de ar. — Respondi.

Mason deu de ombros, aparentemente satisfeito com a resposta, e seguiu seu caminho, me deixando sozinho novamente.

Voltei a caminhar, mas desta vez em direção à cozinha. Talvez um pouco de água ajudasse a clarear minha mente. Mas a verdade era que eu sabia o que precisava fazer. Precisava ser honesto comigo mesmo e com Sn. Esse jogo de gato e rato, essa tensão constante... não poderia durar para sempre.

Enchi um copo de água e o levei aos lábios, pensando nas palavras dela mais cedo. "Eu já falei que quero." A força por trás dessa declaração me abalou. Ela sabia o que queria, e eu também sabia. Só que isso não significava que seria fácil.

Depois de alguns minutos, deixei o copo na pia e voltei para a sala. O silêncio era quase ensurdecedor agora. Mas dentro de mim, uma tempestade ainda rugia.

Amanhã seria um novo dia.

Novo dia.

— É impressionante como você sempre tem algo a dizer, mesmo quando não deveria — provoquei, cruzando os braços enquanto encarava Sn do outro lado da sala.

Ela arqueou uma sobrancelha, os olhos brilhando com desafio.

— E é impressionante como você finge ser o bonzinho quando, na verdade, está tão quebrado quanto eu, Axel. — Sua voz era cortante, mas havia um toque de provocação que não me escapou.

Me aproximei um pouco, mantendo o tom leve, mas deixando claro que não recuaria.

— Talvez, mas pelo menos eu sei quando parar de fingir. Você, por outro lado, parece se divertir escondendo o que realmente quer.

Sn deu uma risada seca, dando um passo em minha direção.

— E você acha que me conhece tão bem assim? — Ela inclinou a cabeça, os lábios curvados em um meio sorriso desafiador. — Eu não escondo o que quero. Apenas sei ser mais sutil do que você.

O jogo de palavras estava ficando mais quente, e eu sabia que estávamos nos provocando de propósito. Mas havia algo mais ali, algo que nenhum de nós queria admitir.

— Sutil? — Repeti, rindo baixinho. — Vamos ver o quão sutil você consegue ser quando está encurralada.

Ela deu mais um passo, agora a centímetros de mim. Podia sentir o calor emanando de seu corpo, e isso só aumentava a tensão.

— Encurralada? — Ela sussurrou, os olhos fixos nos meus. — Talvez você seja o único que está se sentindo assim.

Nos encaramos por alguns segundos, nenhum de nós disposto a ceder. Era um jogo perigoso, mas nenhum queria ser o primeiro a sair.

O silêncio entre nós era carregado, cada palavra trocada antes só fazia aumentar a tensão. Sn continuava me olhando como se esperasse o próximo movimento, mas eu sabia que ela não estava acostumada a perder o controle, e isso a irritava tanto quanto a atraía.

— E então, Axel? — Ela inclinou a cabeça, cruzando os braços. — Vai ficar aí me olhando ou vai admitir que está fugindo porque tem medo?

Eu ri, balançando a cabeça lentamente.

— Medo? — dei um passo à frente, reduzindo ainda mais o espaço entre nós. — Não sou eu quem tem medo aqui, Sn. Você está acostumada a ter todos aos seus pés, mas odeia quando alguém não joga pelas suas regras, não é?

Seus olhos faiscaram, mas ela não recuou.

— Talvez. Mas o problema é que você fala demais e faz de menos. — Sua voz era baixa, mas carregada de desafio.

Ela estava tentando me provocar, puxando por minhas reações, mas eu não daria o braço a torcer tão facilmente. Inclinei-me ligeiramente, mantendo meu tom controlado.

— Talvez eu só esteja esperando o momento certo para te mostrar que eu jogo o meu próprio jogo.

Sn deu um passo à frente, os corpos quase se tocando agora. O sorriso desafiador dela cresceu.

— Então prove, Axel. — As palavras saíram como um sussurro, cada sílaba cheia de intensidade.

Nossos olhares se cruzaram, e por um instante, tudo ao redor desapareceu. Era só nós dois, presos nesse jogo de provocações e desejos contidos. O ar parecia mais pesado, carregado de expectativas, mas nenhum de nós estava disposto a ceder primeiro.

— Cuidado com o que você deseja, Sn. — sussurrei, minha voz saindo baixa e rouca. — Você pode não estar pronta para isso.

Ela deu um sorriso desafiador, o brilho em seus olhos ficando ainda mais intenso.

— Ou talvez você é que não esteja pronto.

Eu senti a tensão entre nós se intensificar, como se estivéssemos prestes a cruzar uma linha que nenhum dos dois poderia desfazer. Sn me encarava com aquela mistura de raiva e desejo que me desarmava toda vez.

— Você fala muito de controle, Axel. — Ela arqueou uma sobrancelha, o tom afiado. — Mas parece que está perdendo o seu agora.

Dei um passo para frente, diminuindo ainda mais a distância entre nós. Podia sentir o calor de sua pele, e isso só me deixava mais ciente do quanto eu queria ignorar toda a lógica.

— Não se trata de perder o controle, Sn. — Minha voz saiu baixa, quase um rosnado. — Se trata de fazer as coisas do meu jeito, no meu tempo.

Ela sorriu, mas era um sorriso desafiador, como se soubesse que estava prestes a quebrar minha fachada.

— E o que te impede agora? — Ela inclinou a cabeça, a provocação clara em cada palavra. — Ou será que você só está esperando uma desculpa?

Meu olhar caiu sobre seus lábios, e por um segundo, quase cedi. Mas me forcei a manter o foco.

— Talvez eu só esteja testando você. — Retruquei, deixando um leve sorriso brincar nos lábios. — Para ver até onde você está disposta a ir.

Ela se aproximou ainda mais, seus olhos presos aos meus.

— E se eu disser que já passei do ponto de teste?

Aquilo me atingiu como um soco. Eu sabia que estava jogando com fogo, mas ela fazia parecer impossível recuar.

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⏰ Última atualização: a day ago ⏰

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𝐌𝐈𝐍𝐇𝐀 𝐅𝐔𝐓𝐔𝐑𝐀 𝐍𝐀𝐌𝐎𝐑𝐀𝐃𝐀 | +𝟏𝟖 ( axel Kovačević x sn) Onde histórias criam vida. Descubra agora