❝Eu encontrei quando não quis
Mais procurar o meu amor
E quanto levou foi pra eu merecer
Antes um mês e eu já não sei
E até quem me vê lendo o jornal
Na fila do pão, sabe que eu te encontrei
E ninguém dirá que é tarde demais
Que é tão diferente assi...
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🗓️02 de dezembro de 2022 📍Confraternização da 30PRAUM em Fortaleza.
Estava bêbado mas me lembro do dia que entrei no quarto e vi a Sofie em uma videochamada com o Matuê.
Há algumas semanas atrás escutei eles conversando sobre a confraternização da 30, me convidei para participar e me recordo exatamente do que ele me disse.
"É só entre chefes e funcionários. Você participa nas do teu time no Rio e a Sofie participa nas da 30 em Fortal."
E onde eu estou chegando agora?
Na confraternização da 30PRAUM em Fortal porque a minha mulher também tem o direito de escolher os convidados que ela quiser. E não é querendo meter marra, mas foi muito bom sentir o desconforto no ar quando ele me viu chegando.
— Não acredito nisso. — Sofie murmurou parando na metade do caminho. Estamos de mãos dadas desde que descemos do carro, e agora consegui senti-la me apertando com uma puta força do nada.
De início fiquei sem entender o motivo do espanto, mas quando olhei para frente notei que tinha uma garota grávida sentada ao lado do Matuê mexendo nos dreads dele.
Liguei todos os pontos na minha cabeça e fiquei igual a Sofie, sem acreditar. Porra, não é possível. Ele tem problema mental ou o quê?
— É quem eu tô pensando que é? — Já que estamos parados no meio da festinha com geral olhando, resolvi tirar essa dúvida.
— É. — Me respondeu, me olhando completamente indignada.
— Amor, papo reto, fica de boa — Pareço implorar mesmo tentando ser o menos expressivo possível, porque toda a galera ao nosso redor está do mesmo jeito que nós estamos, paralisados e sem saber o que fazer.
Ninguém veio nos cumprimentar, ninguém disse um mísero A. Só estão quietinhos querendo saber o que irá acontecer nos próximos minutos dessa grande novela das nove.
— Eu tô tranquila, inclusive obrigada, isso é graças a você — Abriu um sorriso nervoso sem tirar os olhos dos meus. — Só não sei o que fazer, sabe? Não acredito que ele foi capaz de trazer essa moça.
— Sem noção pra caralho! — Digo, virando-a de costas para eles num abraço. Agora eu que tenho uma visão privilegiada enquanto preservo a minha mulher de ver essa palhaçada.
O Matuê agora olha fixamente pro chão, já a garota largou os dreads só para olhar pra cá com olhar ridículo de deboche.
Coitada, é digna de pena.
— Não acha melhor ir embora? — Pergunto em seu ouvido enquanto acariciava suas costas em meio ao abraço carinhoso.
— Mal chegamos aqui — Respondeu, apoiando a cabeça na curva do meu pescoço. — Mas não sei se consigo ficar fingindo que não estou vendo. O que eu faço?