LONDON

CAPÍTULO 31

NINNA
Quando os meninos entram no palco e começam a apresentar SO WHAT, quando explode o refrão a plateia púrpura vai ao delírio e eles, no palco, fazem o de sempre, jogam agua de suas garrafinhas em todas as direções, molhando que estivesse em baixo. Em um momento de distração, não percebo o segurança chegando e pedindo que o acompanhasse até a lateral interna do palco, lá ele me entrega um bilhete, era do Yoon, e nele estava escrito:
“Ninna, o segurança Lee vai te levar até a van que te conduzirá até a casa do Nam, onde poderá ficar tranquila com o ele. Não se preocupe, ao terminar o show farei com que ele vá direto para casa, sem que ele duvide de nada
Atrás do papel você verá duas senhas, a de cima é a da portaria e a de baixo é a da porta do apartamento dele
Aproveitem a noite
Suga”.
Sorrio ao ler o bilhete e acompanho o segurança até a van preta que me levará até o apartamento dele.
Ainda consigo ouvir as primeiras notas de MAGIC SHOP antes de entrar na van e ir em direção do apartamento dele.
O caminho é curto até o condomínio que Nam mora, a van entra, sem nenhuma restrição, pela portaria principal e segue até a entrada do prédio que ele mora, o segurança abre a porta da van faz uma leve reverencia e agradeço, caminho até a porta de vidro digito a primeira senha que estava anotada no verso do papel, entro e subo no elevador a frente da entrada principal.
Paro no andar e procuro a porta, são apenas 2, e não é difícil achar a dele, era a única que tinha jeito de alguém morando ali.
Digito a segunda senha e a porta faz o “click” de abrir. Ao entrar o cheiro dele toma conta das minhas narinas, e meu coração bate apressado, fazendo meu cérebro funcionar mais rápido e trazer a tona toda s vezes em que estivemos juntos.
Deixo meus sapatos em um cantinho do hall de entrada, coloco meu casaco em um puff ao lado da porta, e, de meia começo a andar para o interior do apartamento. Noto poucos moveis, porem, estantes com obras de arte estão em cada canto, quadros e peças ornam as paredes brancas do lugar, tudo tem o jeitinho dele, me sinto com se ele estivesse me guiando em uma visita exclusiva por seu espaço. Entro em um corredor e vejo algumas poucas portas, entro na ultima e lá encontro, o que parece ser o quarto dele.
Entro e já avisto a cama, e, como em nossa chamada de vídeo, o quadro de minha mãe esta pendurado acima da cabeceira, sorrio e mordo o lábio inferior tentando descobrir que sentimento é esse que me consome. Ando mais um pouco pelo lugar e vejo o closet dele, organizado, o oposto dele, camisas em seus devidos lugares, divididas, primeiro por tamanhos e, assim, por cor, fazendo um degrade perfeito.
Olho em volta e uma pequena ilha esta fixa no meio do cômodo, nela ele tem relógios, cintos, e alguns acessórios como colares, pulseiras e brincos.
Próximo a porta de saída ele tem um armário só para seus chapéus, bonés e gorros.
Saio do closet e volto para o quarto, passo a mão pela cama, sentindo a maciez do tecido do lençol, ele exala o cheiro de roupa limpa. Me prendo em devaneios e lembranças, e sou desperta pelo barulho do               “click” da porta. Ele chegou!
NAMJOON
Saio do show e entro em uma van, vou sozinho desta vez, pego meu telefone e ligo para ela, chama até cair na caixa postal, ”-Aonde você esta Ninna?” penso, aonde ela se meteu, ela estava lá, Suga Hyung confirmou, não foi ilusão minha, eu vi, nossos olhos se esbarraram por várias vezes.
Ligo de novo pra ela e de novo, nada, só chama e caixa postal. A sensação é que ela evaporou, sumiu, ou que eu estava alucinando. Ligo pro Suga e o telefone dele esta desligado, Jimin e Tae também  não estão acessíveis, como assim? O telefone deles nunca fica assim, desligado.
Rapidamente chego ao meu condomínio e a van entra me deixando na portaria de vidro do prédio, me despeço dos staffs e do segurança, e entro.
Pego o elevador, e por mais uma vez, ligo, dessa vez o telefone dela esta na caixa postal. Abro a porta de casa distraído e no automático, tiro meus sapatos e fico de meia, deixo a chave no aparador ao lado da entrada e minha mochila no chão, me dirijo ao sofá, me jogo nele e inclino a cabeça pra trás, olho para o teto e ela não sai dos meus pensamentos.
Os dias em Londres fica mais vividos em minha memória trazendo cada detalhe a tona, o toque dela em meu corpo, a pele macia, o cheiro, o gosto, cada centímetro dela esta gravado em mim como uma tatuagem invisível.
Vê-la no show me trouxe uma nostalgia gostosa e agoniante, tê-la tão perto, sem poder tocar e nem manifestar a minha vontade publicamente me deixou frustrado, ela ter ido embora sem se despedir, sem dar um oi, nada, não teve explicação, ela não atender o telefone, nem os rapazes, esta estranho.
- Aonde se meteu, Ninna?
De repente um barulho vem de dentro do meu apartamento, fico aguardando pra ver se não seria coisa da minha cabeça, ouço novamente, como se alguém estivesse saindo – Do meu closet – penso alto.

Dirijo-me ao local, paro em frente a porta, respiro fundo, pego na maçaneta e abro lentamente.
A meia luz do abajur vem de dentro do quarto, mas, pelo que lembro, deixei tudo apagado, meu coração bate forte, pode ser qualquer pessoa, inclusive uma sasaeng.
Ando devagar, a respiração pesa em meu peito, não sei o que me aguarda.
Passo pela porta do closet chego próximo a entrada para o quarto, vejo a sombra da pessoa sentada na beirada da cama.
Respiro fundo e dou um passo a frente rápido e vejo quem é a pessoa dona da sombra em meu quarto. Ela, Ninna, um misto de surpresa, saudade e euforia, tomam conta de mim, fazendo meu corpo todo tremer e minha pele esquentar.
Meus olhos não acreditam no que veem, ela esta diante de mim, no meu quarto, a meia luz, e linda...
- Ninna... Como você...?
Ela sorri
- Oi Nam, senti saudades!
NINNA
Ele entrou no quarto e a cada passo dele o tempo parava, estávamos no mesmo cômodo, meu corpo esta tremulo, sento na beirada da cama e espero. Os passos dele são lentos e me torturam, de cabeça baixa, vejo os pés dele primeiro e subo o olhar até chegar no rosto dele. Uma expressão de surpresa e se faz presente ali, e a única coisa que sai dos meus lábios é – Senti saudades!.
Ele não perde tempo e me pega em seus braços e me abraça, como sua vida dependesse disso. O cheiro dele me inebria, o toque dele me acende, o nosso abraço se encaixa, como peças de um quebra cabeças, montado especialmente um para o outro.
- Também senti saudade! – ele responde afrouxando nosso abraço – Mas, como você entrou?
Abaixo a cabeça e sorrio
- Digamos que eu tive uma ajudinha.
Ele entende.
- Yoon?
Apenas aceno que sim com a cabeça e deixo um pequeno sorriso cumplice surgir em meus lábios.
Os nossos olhos se perdem um no outro, a mão direita dele sobe até meu rosto e ele encurta a distancia dos nossos lábios, tomando os meus com destreza e urgência – Que saudade do teu gosto – ele fala entre o beijo
Nossas línguas dançam juntas uma acompanhando a outra ritmada, o vai e vem delas é erótico, acendendo o fogo que estava guardado por todo o tempo que estivemos separados.
A mão que antes repousava em meu rosto, agora prende-se ao meu cabelo de maneira possessiva e dura, a outra passeia pelas curvas de meu corpo como se quisessem gravar cada centímetro, sem perder nenhum detalhe.
Meus dedos passeiam levemente pela pele exposta de seus braços, fazendo um caminho de arrepios visíveis. Elas sobem até os ombros dele e depois descem pelo peitoral e chegam ao abdômen, passando a unha ali, roubando um gemido rouco, como um rosnado de sua garganta.
- Você esta me deixando louco.
- Essa é a intenção.
Ele para o beijo, seu olhar escurece e, num rápido movimento, ele me põe na cama e vem em cima de mim, posicionando-se entre minhas penas e deixando uma leve pressão ali propositalmente, para que eu possa sentir sua ereção crescendo dentro da calça jeans grossa.
- Nam – o nome dele sai em sussurro dos meus lábios.
- Estou aqui, e não vou sair, enquanto não fizer você gozar, no mínimo três vezes...
- Três?
Ele morde os lábios grossos, e após sorri de maneira maliciosa.
- Primeiro, você vai gozar na minha boca, depois, já dentro de você,  comigo em cima, e mais uma vez, com você por cima de mim.  E o resto da noite, é toda nossa, pra podermos pensar em novas formas de chegar ao ápice juntos.