CAPÍTULO 26

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NAMJOON

Chego em casa e já esta noite lá fora, olho pro relógio em meu pulso e vejo que são, exatamente, 19:30h, procuro ver o horário em Londres e se, ficaria muito tarde, ou cedo pra ligar pra ela.

- Lá deve ser quase meio dia, será que seu eu ligar ela atende? Melhor mandar mensagem, vai que atrapalho alguma coisa.

NAMJOON

- Oi Ninna! Muito ocupada para receber uma ligação?

Aguardo ansioso a resposta que não demora muito a chegar.

NINNA

- Não! Estou no meu escritório revendo algumas fotos, e mandá-las para a edição. Pode ligar!

Imediatamente meu coração acelera e meu sangue pulsa mais rápido em minhas veias. Ligo por vídeo e a imagem que tanto sinto falta aparece de imediato na tela. O sorriso, os olhos, tudo que senti falta nessas ultimas semanas

- Nam, como esta? - A voz dela transpassa o aparelho celular e chega aos meus ouvidos como melodia.

- Estou bem, em solo coreano agora. Cheguei em casa.

- Que bom! Agora vai descansar, né?

- Só pelas próximas 2 semanas - ela me olha com uma interrogação em seu rosto - Faremos um final de semana bônus aqui em Seul. E vamos ficar de folga por 2 semana, antes de começarmos a preparar tudo para os últimos shows.

- Que bom, Então descansa.

Paro e observo ela atentamente, o sorriso dela me deixa nostálgico, meu corpo começa a dar sinais, assim que lembro do cheiro e do toque, e, mais uma vez, não me seguro.

- Sinto muito a sua falta. - Olho serio pra ela - Pensei em você a maioria das noites, quando chegava dos shows, queria ter você comigo. Agora queria chegar em casa e ter você aqui. Isso esta me sufocando.

- Nam.. - ela tenta me interromper em um sussurro - Não podemos.

- Eu sei! Mas você virou minha cabeça de uma maneira, que eu nem sei como explicar. Mesmo buscando e rebuscando todas as palavras do dicionário, não conseguira explicar.

Permanecemos em silencio, até que ela o quebra.

- Somos as pessoas certas, em momentos errados da vida. - ela suspira pra continuar, e meus olhos permanecem fixos nos dela - Não sabemos o dia de amanha, Nam. Pode ser que as coisas mudem, e seremos sorteados, nos encontrando novamente, ou não. Não podemos nos apegar a lembranças querendo que elas sejam esperanças pra um futuro juntos. Temos que ter o pé no chão. - vejo os olhos dela marejarem e a voz embargar, mas ela tenta disfarçar - Tivemos um caso passageiro, e perfeito. Digno de histórias de filmes clichês água com açúcar - acabo rindo dessa comparação - Vamos guardar isso numa caixinha, e, se nos for possível, no momento certo, abri-la. Não podemos tornar isso uma dor, e sim uma lembrança gostosa de se ter.

Tenho que concordar com ela, somos um lembrança gostosa de ter, e se tivermos o momento certo, se tivermos sorte, poderemos reviver cada momento.

- Ok, Ninna, não sabemos do nosso amanha, vamos guardar isso e deixar que o tempo diga tudo no final.

NINNA

Receber a mensagem do Nam no meio de um dia de trabalho estressante e corrido, fez meu coração acelerar e um sorriso bobo crescer em meus lábios, mudando completamente o meu humor. Respondo quase que de imediato.

Vê-lo na tela do meu celular faz minha respiração parar e voltar rapidamente, a empolgação toma conta de mim, a vontade de entrar pela tela do aparelho a dentro e abraçá-lo é enorme, sentir seu cheiro, seu toque, provar seu gosto novamente, faz meus pensamentos flutuarem em uma realidade alternativa.

Acabamos confessando o que sentimos, e, são sentimentos recíprocos, mas não podemos, entendo o lado dele e ele o meu, sabemos de nossas limitações e nossas obrigações, e isso nos afasta mais do que os quilômetros que estamos distantes um do outro.

Durante a chamada Nam caminha pela casa, e vai para o seu quarto, e em determinado momento senta na beirada da cama, deixando a cabeceira e a parede a cima dela a mostra na chamada, ali posso ver uma obra de arte que a um tempo não via.

- Nam - consigo a atenção dele - Que quadro é esse em sua parede?

Ele vira e observa a obra.

- Esse quadro foi indicação de uma amigo meu que esta sempre ligado em novas obras. Comprei ele durante a pandemia. - O interrompo.

- Qual o nome da artista? Você sabe?

Ele levanta e vai direto pro quadro ler o nome da artista, que esta escrito em hangul.

- Ommo!!! - ele se surpreende ao ver a assinatura - É de um coreano?

- Qual o nome? - pergunto, já sabendo a resposta.

- Lee Young, mas não a conheço. Segundo esse meu amigo ela é bem conhecida por lá em Londres e na Europa. Essa artista fez um leilão virtual durante a pandemia, e reverteu todos os valores para a cura e os doentes da COVID.

-Nam... - Faço uma pequena pausa - Lee Young é minha mãe.

Ele olha surpreso e sorri.

- Serio? Sua mãe? - Ele sorri animado

- Sim minha mãe, na época pegou algumas obras e vendeu em leilões arrecadando uma certa quantia, doando para o estudo da cura. Não foi muita coisa, mas ela fez, e as vezes faz uma ou outra ação dessas.

- Sua mãe tem um coração bom Ninna, igual a você.

Fico parada olhando pra ele sem saber o que fazer, me restando, somente, sorrir para aquele homem do outro lado da tela e a quilômetros de distancia.

- Obrigada, assim você me faz acreditar que realmente sou uma pessoa boa.

- Somos as pessoas certas, em uma momento errado. - ele repete o que havia dito no inicio de nossa conversa.

Conversamos por mais algumas horas, deixei meu trabalho um pouco de lado para dar atenção aquele homem que passou a ser tão presente em meus sonhos.

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