CAPÍTULO 27

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NAMJOON

Os dias de folga passaram rápido, e chegou o momento que iriamos ensaiar para o final de semana de show em Seul, o tempo estava nublado e sem graça, as nuvens baixas anunciavam chuva no final da tarde.

Não falava com Ninna desde o dia que cheguei da tour, um conversa que teve gosto de ponto final, as palavras dela de sermos as pessoas certas em momentos errados em nossas vidas me deixou pensativo e , de certa forma, introspectivo, tentando arrumar um jeito onde tudo aquilo que vivemos continuasse nítido em minha memoria.

Ninna marcou minha vida de uma maneira intensa, foi o furacão no meio da calmaria, e ao mesmo tempo meu porto seguro em meio ao caos. Os polos opostos, que me fizeram entender que é isso que quero em minha vida, mas ainda não é o momento. Mas fica uma pergunta: Quando será o momento certo? Quando poderei, enfim, viver momentos como os que vivi com ela livremente, sem pensar em me esconder?

NIINA

Desde o dia que Nam chegou em Seul que não nos falamos, minha vida está bem corrida, reuniões em cima de reuniões, assuntos inacabados sobre os novos contratos, problemas surgindo pelos buracos das tomadas. Soluções que dependem única e exclusivamente das minhas decisões, isso está desgastante demais, me deixando saída, não ser ir resolver pessoalmente cada problema que vem surgindo, me reunir com as outras partes por reuniões online, contratos por e-mail e informações que se perdem e se desencontram no meio do caminho, esta fazendo cada dia mais a empresa sair dos eixos, me fazendo ter que deixar de lado o que já estava ajustado e me dedicar ao que esta errado, fazendo com que tudo se desorganize de uma maneira absurdamente acelerada.

Sou uma pessoa que sente prazer em ter o controle das coisas, e quando não tenho, fico doente, e é o que esta acontecendo comigo, estou surtando com tudo ao mesmo tempo, a desorganização que tudo se tornou na empresa, os contratos com os prazos apertados e a falta de noticias dele, que se tornou uma peça chave pra meu bom humor.

- Ninna, você precisa resolver todos os problemas na raiz, levanta a bunda dessa cadeira e vai a luta. - falo em voz alta.

Peço que minha secretária reserve a passagem aérea pra mim. Vou resolver tudo, numa viagem só.

A viagem é longa, paro em Paris e vou a Tóquio, para fechar a viagem com chave de ouro, em Seul, o lugar que mais está tirando meu sossego.

Os empresários de lá me deixam de cabelo em pé, não aceitam de forma alguma que uma mulher possa tomar a frente de uma empresa, mesmo sendo de fotografia, meu pai vai ter que entrar nessas negociações.

NARRADOR.

As reuniões em Paris e em Tóquio foram tranquilas e não deixaram Ninna mais que 2 dias em cada lugar, as pendencias foram resolvidas e ela conseguiu mais tempo de fidelidade em cada contrato.

Ao pisar se solo coreano, o coração da fotógrafa palpitou de forma irregular, lembrar dele a fazia querer pegar o telefone e ligar dizendo que estava lá, que queria vê-lo e sentir o cheiro e o toque dele novamente, mas não podia, teria uma reunião em poucas horas com os CEOs da empresa que estava representando, o pai dela já a aguardava no saguão do aeroporto para levá-la pra casa, onde descansaria um pouco e iriam logo em seguida para a tal reunião, que Ninna sabia que seria bem estressante.

Ninna e seu pai chegam a recepção da empresa coreana e se apresentam, a secretária olha ela dos pés a cabeça e a morena não se abala, mesmo tendo traços coreanos marcantes em seu rosto e corpo, não nega que é mestiça, o que acaba incomodando um pouco algumas pessoas.

Eles são liberados na recepção e sobem o elevador até a sala de reuniões, o pai dela quebra o silencio ensurdecedor que estava no elevador.

- Deixa pra lá, filha - ele a abraça de lado - Sabe que por aqui as coisas são assim, eu mesmo sofri bastante quando cheguei com sua mãe, a sorte que seus avós nunca foram tão retrógrados assim. Você é boa e isso que importa aqui.

- Mas você precisou vir, pai. Eles não aceitam que eu faça, já que sou a CEO da empresa. Você, como homem, precisou vir. - ela deu uma pequena pausa e respirou fundo em seguida - Eles não aceitaram as regras da empresa, foram eles que dificultaram as coisas, por isso que estou aqui hoje.

- Calma, estarei somente como um coadjuvante no seu espetáculo, mostre a eles a força da CEO que você se tornou nesses anos todos.

As palavras do pai deram a ela uma injeção de ânimo, Ninna entrou na sala de reunião com um ar confiante, e a postura que fez dela uma excelente empresaria e uma Fotógrafa respeitada no meio. 

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