Capítulo cinco

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Como eu fui dormir cedo, realmente acordei disposta no dia seguinte. Apesar de bem descansada, estava com um pouco de mau-humor. Talvez porque queria matar meu melhor amigo, minha "irmã" e todas as pessoas que estavam no Cimento na hora que Ashton resolveu fazer merda.

Pouco tempo depois de acordar, recebi uma mensagem de Ash, dizendo que tinha deixado o carro da minha mãe na frente da casa. Na noite anterior, eu fiquei tão brava com o beijo repentino que sequer consegui dirigir. Por isso, Ash dirigiu e, depois de me levar pra casa, foi pra sua república e manteve o carro, devolvendo no dia seguinte.

Saindo do meu quarto após tomar um rápido banho, dei de cara com Abby também saindo de seus aposentos. Não dei bom dia, não acenei com a cabeça. Apenas lhe dirigi um olhar e desci as escadas. Ela também não parecia disposta a interagir comigo.

No andar de baixo, era possível sentir o cheiro delicioso de qualquer que fosse a comida que minha mãe estava preparando para o café da manhã. Era perto das oito e meia, e eu estava atrasada, então apenas comi uma fruta, voltei pro meu quarto para escovar rapidamente os dentes e logo estava saindo de casa. Tudo isso sem dizer um pio.

Eu trabalhava algumas vezes por semana como atendente em uma cafeteria no centro de Wolverhampton, chamada Tobby's Coffee House. Para chegar até lá, tinha que pegar um ônibus que dava mais voltas que uma montanha russa do Bush Gardens. Infelizmente, aquele era o único modo de chegar ao meu trabalho, e eu não gostava muito de dirigir. Além disso, eu podia aproveitar a viagem para relaxar, ouvir música, ler um livro... No final, era algo proveitoso.

Depois de um pouco menos de uma hora, eu me encontrava nos fundos da cafeteria, botando meu avental por cima da roupa. Taylor, uma colega, passou por mim para colocar sua bolsa no pequeno armário que todos que trabalhavam lá tinham.

— Fiquei sabendo que está namorando Ashton Ford. — Ela disse e eu quis esmagar minha cabeça com a porta do armário.

— É...

— Vocês são melhores amigos, não?

— Sim. Desde os oito anos. — Respondi, já fechando o pequeno compartimento e indo pra parte da frente da cafeteria.

— Emy. — Ouvi meu nome e parei no lugar. Não olhei pra trás. Apenas ouvi. — Eu acho que você conhece meu primo. O nome dele é Edmund. Eu sei que você iria se casar com ele, e por isso inventou que está namorando Ash.

Merda.

— Taylor, por favor, não diga a ninguém. Por favor! — Virei-me em direção a ela, juntando as mãos e quase ajoelhando para implorar. Ela soltou uma risada.

— Relaxa, não vou falar nada a ninguém. Sei o quanto pode ser chato ter que se casar com alguém que você não quer. — Ela me mostrou a mão, e eu vi que ali tinha um anel de noivado.

— Meu Deus... Mas você é mais nova que eu!

— Pois é. Nem sempre as coisas saem como queremos. Só queria dizer que, caso precise de ajuda ou um ombro amigo... Eu estou aqui.

— Muito obrigada, Taylor.

— Me chame de Tay. — Ela sorriu.

💍

Depois do encontro e conversa com Tay, meu dia até ficou mais alegre. Eu nem parecia a mesma Emy de manhã. Até estava sorrindo para os clientes (acredite, isso é raro).

Mas é claro que a Lei de Murphy tinha que agir sobre a minha felicidade repentina.

Eu estava tranquilamente perguntando se uma garotinha queria mais chocolate quente quando o sininho da porta tocou. Por reflexo, olhei na direção do som. Era Ash.

Namorado "Inventado" [Completo]Onde histórias criam vida. Descubra agora