Capítulo onze

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Achei estranho que a porta da casa estivesse aberta, mas não questionei e entrei. A sala estava vazia e nenhuma voz vinha da cozinha. Parecia não ter ninguém na casa, e eu me perguntei se mamãe e George lembravam que eu apareceria por lá, já que era meu aniversário.

Resolvi não chamar ninguém e apenas os procurei. Ninguém na sala, ninguém na cozinha. Já estava enchendo meu pulmão de ar pra gritar os nomes deles quando ouvi uma voz vinda do corredor.

Duh, mas é claro.

O escritório.

Me aproximei da porta ao lado da escada e estava com a mão na maçaneta quando resolvi parar para ouvir o que eles falavam.

Podem me chamar de enxerida, se quiserem.

Não sei, não, Agatha. Achei isso muito repentino.

Mas eu tenho certeza que não é mentira. Por que ela mentiria sobre isso?

Ué, ela ficou assustada com a ideia. Inventou na emoção do momento.

Ah, George, não sei. Ela parece bem com Ashton.

Eita porra, é disso que eles tão falando?

Não duvido disso, eles são melhores amigos desde sempre. Mas duvido desse namoro.

George, eu conheço minha filha. Ela nunca inventaria algo do tipo só pra se safar de algo. Ela enfrenta os problemas dela, não foge deles. E também tenho certeza que ela nunca fingiria estar apaixonada se não estivesse.

Ih, mãe, então tu não me conhece tão bem assim. Sinto lhe informar.

Devo dizer que me senti mal por aquilo. Minha mãe tinha ficado, de alguma forma, orgulhosa pelo meu namoro com Ashton. E ele não passava de uma mentira. Apesar de termos nos beijado.

Porque mal nos falamos depois do beijo. Ashton ficou estranho. Eu não ligava, não mesmo. Se continuaríamos apenas amigos ou se viraríamos namorados de verdade, pra mim não fedia nem cheirava. Mas, quando acordei no dia seguinte, ele não estava mais lá. E não foi me buscar na faculdade nenhum dos dias seguintes. E não me ligou, não me mandou mensagem. Não deu sinal de vida. E eu resolvi deixar como estava e dar um tempo pra ele pensar.

Me afastei do corredor e da porta do escritório, me sentindo um pouco culpada. Fui para a cozinha e me sentei no balcão. Busquei meu celular de dentro da bolsa e fiquei o encarando. Tudo bem não ter ligado antes. Mas era meu aniversário, e Ash estava sumido.

Era normal eu ficar chateada com isso.

Mas talvez eu estivesse de TPM, porque a falta de contato com Ashton estava me dando vontade de chorar.

Chorar muito.

💍

— Emy! Desde quando está aqui, querida? — Me assustei quando minha mãe entrou na cozinha. Eu já estava ali há uns bons minutos.

Ashton não ligara.

Não mandara mensagem.

Nada.

— Não faz muito tempo. Não achei vocês, então decidi ficar aqui esperando. — Respondi, e me levantei do balcão.

Mamãe e George vieram em minha direção, me abraçaram e me encheram de beijinhos e carinhos e palavras de amor e desejos de felicidade. Típico aniversário.

— Abby voltou pra Londres. — Meu padrasto disse.

DEUS EXISTE!

— Sério? Que pena. — Respondi com o máximo de sarcasmo que podia, e ele riu enquanto Agatha apenas revirava os olhos.

Namorado "Inventado" [Completo]Onde histórias criam vida. Descubra agora