Em menos de uma semana, esfomeados. Deixem seus votos como recompensa.
JK.
— Espera, você disse que vomitou?
Meu pai está abismado com minha mentira, e minha mãe, como sempre, fica vermelha de tanto rir. Parte do vinho já se foi e a caçarola já saciou nosso apetite. Delicioso, como tudo o que minha mãe põe as mãos.
— É claro, pai. A menina me encheu o dia inteiro, o que esperava que eu dissesse?
Depois de comermos, Hyori se lembrou de que eu prometi trazer os doces de Sohee para que ela provasse, e fui para o carro atrás do pote de vidro recheado de hotteok. Isso desencadeou a conversa que estamos tendo agora, sobre como lidei com Sohee.
— Por que você não disse que já está comprometido? Seria melhor, não? Talvez ela te deixe em paz assim. — minha mãe aconselha.
Eu até faria, se meu namorado soubesse que estamos namorando. Droga, terei que dar um jeito nisso.
— O Jimin é tímido, mãe. Ele quer esperar um pouco para assumir nosso relacionamento.
Dou mais um gole curto no vinho que sobrou em minha taça. Meus pais trocam um olhar em cumplicidade, como se ambos soubessem o que dizer um ao outro apenas com a expressão de seus lumes.
— "Jimin". É um nome bonito. — a senhora Jeon torna a falar, o que me tira um sorriso. É importante que meus amores se deem bem. — Por que não o convida para ir ao shopping com a gente amanhã?
Shopping? Bom, está um tanto cedo para isso, e... Não! Eu consigo! Vai ser como uma comemoração de sua saída do hospital. Mentir é o que eu faço de melhor, de qualquer forma.
— Bem, eu posso verificar. Se ele estiver confortável depois do hospital, podemos ir sim.
A resposta pareceu ser o bastante para os mais velhos, e meu pai, após minha fala, pareceu ter o gatilho perfeito para se recordar de algo.
— "Hospital". Sua mãe me contou o que aconteceu entre o seu namorado e a senhora Jung. — seu tom fica sério agora. — Vou romper os laços empresariais com o Nevil, e pretendo tomar o máximo de imóveis de Dohee no processo. Isso deverá ser o bastante como alerta.
Minha mãe é mais parecida comigo, um tanto impulsiva e extrema. O meu pai não. Ele sempre foi diferente, mais racional e calculista, do tipo que arranca as unhas para depois decepar o dedo.
— Parece bom para mim. — opino.
Bom o inferno. Vou detonar aquela vadia. Todos irão saber que a socialite é uma corna usuária de cocaína, e Nevil, inclusive, vai entrar na minha mira logo em seguida. Ele vai ser retirado de todas as listas que envolvem nossa sociedade. Sem leilões, sem festas e, principalmente, sem visitas às nossas ninfas. Vai ter que procurar outro lugar para trair a esposa.
Vou ruir a vida deles da maior forma possível.
— Concordo. Parece bom pra mim também. — minha mãe, do outro lado da mesa, diz.
Nos olhamos antes de sorrir, um olhar firme e cheio de palavras não ditas. Ela me entende, sabe que isso não bastará para saciar minha fome. Ela faria pior pelo meu pai. Todos à mesa sabemos disso.
— Bem, então está resolvido, certo? — mamãe desconversa. — Os doces da maluca estavam ótimos, querido. Vou lavar a vasilha para você devolver amanhã.
O pote está vazio agora, e todos nós comemos cada pedacinho do hotteok preparado. Minha mãe teve que admitir, até que a esquisitinha cozinha bem. Bom, ao menos para uma pequena zoiuda.
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Doces Óculos; jjk+pjm.
FanficJungkook vivia em um mundo de facilidades. Cresceu em uma boa família, sempre teve amor vindo de seus pais e, como todo jovem rico que se preze, cursou uma boa faculdade, tornando-se assim cirurgião geral. Ele nunca teve um motivo real para se ver r...