Doces Óculos; jjk+pjm.

15.

"O que nos inspira ao nosso maior bem também é a causa do nosso maior mal"

- Arcane.

JK.

Frio. O corpo de Jimin está gelado em meus braços enquanto os bombeiros apagam as chamas de sua casa.

A vida é uma grande merda às vezes.

Não uma merda do tipo simples, como esquecer de pagar a conta de luz e precisar refazer o caminho de volta à lotérica. É uma grande merda. Pessoas morrem, pessoas comem pessoas, vadios estupram crianças e casas pegam fogo com todas suas lembranças lá dentro.

Não há nada mais frio que o coração morto de alguém vivo.

- Jimin, querido, acorde. - peço pela décima vez ao corpo gelado que se mantém em meus braços.

Ele não acordou desde que apagou, o que significa que precisei ficar com ele no colo todo o segundo. Eu gostaria de tê-lo levado embora, mas achei justo que ele ficasse para falar com os bombeiros. O fogo já está cessando e nada do loiro retomar a consciência.

- Jeon Jungkook, certo? - um dos bombeiros me chama.

- Sim, sou eu.

- Essa nos seus braços é a dona da casa? Ela estava dentro quando ocorreu?

- Dono. - o corrijo.- Park Jimin, sim, é o dono. Estávamos fora, no entanto.

- Oh, claro. Perdão. - solta um pigarro, aparentemente desconfortável por sua pequena gafe.- Sabe o que pode ter resultado no desmaio? Acho improvável ser a fumaça.

- Não, não foi o fogo. Ele teve uma noite conturbada, e somado ao susto, provavelmente a frequência cardíaca causou o desmaio.

- Sim, deve ter sido. O senhor é médico? - eu concordo com a cabeça. - Hm. Tem certeza que não quer deixá-lo ir ao hospital? Podemos levá-lo.

Desde que chegaram e viram Jimin desmaiado em meus braços, tiveram insistência em tentar levar o homem daqui, contudo, não permiti que o fizessem. Será melhor assim.

- Eu irei levar ele embora, se já tiverem acabado. Posso cuidar dele.

Bastou que eu terminasse de falar e um carro arrastou os pneus no asfalto a metros de nós, mostrando sua freada brusca.

- Filhote! - Hyori desce de meu carro rapidamente, com os saltinhos batendo forte no chão duro. Os olhos dela dobram de tamanho ao notar que Jimin está desmaiado. - Vocês estão bem?!

- Sim, mãe, estamos bem. Ele apagou pelo choque.

Quando perguntaram se tínhamos mais algum contato de emergência, eu dei o de minha mãe e ela foi notificada. Nem preciso dizer o quão rápido ela desovou o corpo para poder correr até aqui. Quando a confirmação de que estamos bem vem, ela solta o ar preso dentro de seus pulmões.

- Ainda bem. - ela acaricia meu braço antes de se dirigir ao bombeiro próximo a nós. - Sou Jeon Hyori, mãe e sogra. Sabem o que ocasionou o incêndio?

- Essa é uma dúvida muito pertinente, senhora Jeon. O estrago foi de perda total, mas o fogo não começou de dentro, foi de fora. A fiação principal da casa foi rompida.

- Rompida? Está dizendo que foi de propósito? - questiono não com o melhor humor.

Era para Jimin estar lá dentro. Não só ele, mas sim nós dois, levando em conta que o fogo começou após chegarmos do nosso encontro.

- Não podemos dizer ao certo, senhor. Pode ter sido um incêndio criminoso, mas também tem a possibilidade de ter sido algum animal. Os fios não foram cortados de forma singular. Seria uma boa ideia contatar a perícia para uma avaliação decisiva.