15 Capítulo - Sonho

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Júlia

Júlia acorda, fica um pouco desorientada, achou que tinha morrido, mas não, estava viva, ficou imóvel, nenhum músculo se mexia, de onde está, não havia nenhum tipo de iluminação, era escuro, levanta devagar, procurando algo para segurar, balançava os braços no ar, consegue localizar uma parede, era nojenta, saia uma gosma, bem úmido, o cheiro era forte, cheirava a terra molhada.

Sentia muita sede, não havia nada ali, o que faria no escuro, nenhum som ouvia-se, e isso era aterrorizante, tudo silêncioso e dramático, que lugar é esse, além das paredes imundas, conseguiu localizar uma mesa, pequena e baixa, quase tropeça nela, mas evita o estrago.

O que faria agora, sem nenhum tipo de iluminação as coisas ficavam mais difíceis, não podia saber onde está, será que está no fundo de algum buraco, ou numa casa abandonada.

Será que agora sua morte definitivamente certou, e quem á deixou ela ali, por que trouxe para um lugar escuro.

Seja quem for essa pessoa que esta a sua procura, deseja profundamente a sua morte, por que não deixa sua vida em paz, já que ela nunca foi, será que errou tanto pra merecer isso.

Mas o que isso tudo significa, por que querem tanto destruir tanto com sua vida, não é de gangue e nem de briga, não havia nenhum motivo que chegasse ao caso.

Será que Robbie está por sua procura. Ou desisitiu de vez, tenta esquecer tudo e concentra em como sair dali, mas é interrompida por sons, choro talvez, fica mais um tempo quieta, espera ouvir de novo, que é correspondido.

- Tem alguém aqui? - Pergunta Júlia num tom baixo.

- Quem.... quem está aí? - Pergunta uma voz chorosa, era uma criança.

- A quanto tempo você está aqui? - Pergunta Júlia preocupada com a menina.

- Não sei, eu não vejo luz a tanto tempo. - Diz a menina chorando em seguida.

- Qual é seu nome? - Pergunta Júlia.

- Júlia. - Diz a menina.

A cabeça de Júlia roda, deve ser coincidência, tenta pensar numa pergunta, mas fica receosa.

- Como que você veio parar aqui? - Pergunta Júlia?

- Depois que meu pai morreu, ninguém gosta mais de mim, eu sou a culpada, tudo culpa minha. - Diz a menina entre choro.

Júlia sentia-se incomodada com a história, só de pensar que o mesmo que a menina sentia, é o mesmo que sente até hoje, culpa.

- Nada é culpa sua, também já me senti assim, e descobri que nada é culpa minha. - Diz Júlia com uma certa frustração de si, sabia muito bem que estava mentindo, nunca engoliu a morte de seu irmão e pai.

- Eu poderia ter evitado, meu pai morreu por minha causa. - Diz a menina almentando o som do choro.
Júlia não conseguia falar nesse momento, simplesmente engolia um choro, a menina que chorava ao seu lado, era a mesma Júlia que ouvia, são tão parecidas, Júlia pensa no sofrimento que a menina deveria ta passando.

- O que aconteceu com seu pai? - Pergunta Júlia com um certo medo.

- Eu... Eu estava procurando a Polícia, meu irmão tinha acabado de ser atropelado, meu pai chegou mais cedo em casa. - Diz a menina com a voz rouca e chorosa.

- Continue. - Diz Júlia com lágrimas por seu rosto.

- Eu tinha me esquecido de desligar a botija de gás, meu pai.... meu pai... morreu queimado por minha causa. - Diz a menina com desespero.

Júlia só pensava em sair logo daquele pesadelo, a menina que está ali, é a mesma Júlia que ouvia tudo em silêncio , Júlia tinha muitos pesadelos ruins, mas aqueles foi um dos piores, parece que nunca acabava.

Tudo era tão real, nada parecia ser falso, o que ganhava com tudo isso, só o sofrimento era sentido, nunca conseguiria seguir em frente com a vida, não podia apagar certas coisas de sua memória.

O que está aprendendo com tudo aquilo, o que deveria fazer para esquecer ou pelo menos tentar esquecer, a culpa que sente pela morte de seu pai e irmão e trágica e sufocante, isso tudo parecia ser culpa sua, era como se carregasse o peso do mundo em suas costas.

Algo de errado está fazendo, não sofreria tanto sem uma causa certa, as coisas não poderiam ser pior, o mundo se revolta contra ela.

- Porque você está chorando? - Pergunta a menina chorosa.

- Nada não, só... deixa pra lá, não é nada demais. - Diz Júlia amedrontada.

- Mas porque chora tanto? - Pergunta a menina.

- Você não iria entender. - Diz Júlia.

- É. - Diz a menina.

Júlia fica encabulada, era como se conhecia aquela menina que está ao seu lado e ao mesmo tempo não, queria acordar o mais rápido possível, aquilo tudo era projetado pela sua cabeça, assim pensava Júlia.

Senta no chão, pensa no passado, nas coisas trágicas que aconteceu em sua vida, será que ela merecia tudo aquilo, por que aquilo estaria acontecendo com ela.

Fecha seus olhos e chora por dentro, sem nenhum vestijo de lágrimas no seu rosto, uma hora isso tem que acabar, vai acabar, ninguém consegue viver dessa forma.

Adormece com sua cabeça pensando em mil coisas...

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