- capítulo vite e sete • flor papagaio

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Flor-papagaio

Significado: Beleza excêntrica.

Impatiens psittacina | Sudeste Asiático (Tailândia, Mianmar e Índia)

As flores dessa planta têm uma forma única que lembra pequenos papagaios em voo. É rara e cresce em altitudes elevadas, preferindo climas úmidos e sombreados. Sua aparência encantadora a torna uma preciosidade entre colecionadores.

 Sua aparência encantadora a torna uma preciosidade entre colecionadores

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MEIO SÉCULO ANTES
corte primaveril - ascensão da praga

A luz que preenchia o salão do baile sob a montanha era um brilho pálido, difuso, como se as próprias paredes estivessem vivas e sussurravam segredos antigos. O teto, alto demais para ser visto claramente, parecia engolir as sombras lançadas pelas centenas de candelabros e tochas espalhados por todo o espaço. A atmosfera era uma mistura de luxo decadente e perigo palpável, como se a beleza do lugar fosse uma armadilha esperando para se fechar sobre os convidados, e de fato era, pensou a bruxa.

A bruxa, o emissário e o grão-senhor chegaram juntos, atravessando o portal negro que marcava a entrada do salão principal, toda a sua corte se espalhando com eles como vinhas crescendo. Apesar da presença de Tamlin como Grão-Senhor e o ar de autoridade que emanava de cada movimento dele, era Selene quem parecia carregar o peso da escuridão em sua presença, embora muito diferente do que viram na noite do baile em homenagem a Amarantha.

A máscara de Lucien era de um dourado reluzente, moldada para se assemelhar aos olhos de uma raposa astuta. Os olhos dele brilhavam atrás das aberturas, atentos a cada movimento ao redor, embora pudesse ver um pouco a cicatriz e o olho de metal, mas havia uma tensão visível em sua postura. Ele não queria estar ali, e Selene sabia disso.

A bruxa, por sua vez, estava ao lado dele, seu braço tocando ocasionalmente o dele enquanto caminhavam. Não era um gesto afetuoso, mas um lembrete constante de sua presença. Ela o manteria longe dos olhares curiosos dos Grão-Senhores e, mais importante, dos interesses de Amarantha.

O vestido de Selene parecia feito de sombras tecidas com maestria. O tecido era de um verde profundo, quase negro, que se movia como se estivesse vivo, oscilando entre os tons de esmeralda e o breu conforme ela caminhava. O corpete abraçava sua figura como um segredo bem guardado, enquanto a saia fluía em camadas etéreas, como névoa dançando ao vento.

Sua máscara cobrindo todo o rosto. Era de um branco fosco com detalhes em verde brilhante que imitavam heras e espinhos entrelaçadas. Os olhos de Selene, visíveis por trás da máscara, eram como gelo cortante, observando tudo ao redor com desprezo velado.

A música no salão era um som hipnotizante, um misto de cordas e flautas que parecia entrar na mente dos presentes, confundindo os pensamentos. A bruxa sentia o peso dos olhares caindo sobre ela e Lucien, mas ignorava. Os outros Grão-Senhores e seus cortesãos estavam mascarados, mas Selene os reconhecia pelos pequenos gestos, pelos ares de superioridade ou de cuidado excessivo ao caminhar.

CORTE DAS ILUSÕES - O CORAÇÃO DA BRUXA | Rhysand Onde histórias criam vida. Descubra agora