Lúgubre • Jikook

CAPÍTULO 21

Boa leitura!
...★*☆...

J I M I N

A semana passou em um piscar de olhos e a cada dia eu me preocupei ainda mais com o Jungkook e a relação dele com a mãe.

Tentei conversar com ele diversas vezes, pedi que desabasse e até mesmo tentei o aconselhar de forma indireta, mas nada disso surtiu algum efeito nele.

Ele está confuso com o que fazer a partir de agora, portanto se afastou de mim e dos nossos amigos, dizendo que seria melhor para todos que ele tivesse esse tempo sozinho para pensar.

Eu concordei com isso no começo, mas já foram quase duas semanas nessa situação e até agora ele não se decidiu sobre o que fazer, o que significa que mal nos falamos durante todo esse tempo.

Não quero apressar sua decisão, entendo que esse é um assunto difícil para ele, mas não consigo vê-lo passar novamente por um período tão difícil quanto esse. Sabe, era para estarmos preocupados com a doença, mantendo todos aqueles que amamos e achamos importante ao nosso lado, não pensando em perdoar ou não alguém que tanto nos fez mal no passado.

Mesmo sendo uma decisão que precisa ser tomada por ele, e que o assunto tem mais relação com ele do que comigo, não consigo deixar de pensar no que eu faria.

É claro que eu gostaria de ter minha mãe por perto depois de tantos anos, ainda mais numa situação tão assustadora quanto a que estamos passando agora. Mas a pergunta que sempre ronda meus pensamentos é aquela que tenho certeza de que ele tem evitado fazer para si mesmo: será que vale a pena deixar que uma pessoa que tanto o machucou, volte para passar os últimos momentos de sua vida ao seu lado?

Não estou buscando motivos para separá-los ainda mais, ou tentando evitar que eles voltem a ser próximos apenas por sentir ódio pelo o que ela nos fez passar no passado. Pelo contrário, o que eu mais desejo é que o Jungkook seja feliz e esteja se sentindo em paz, principalmente nesses últimos meses que têm sido uma completa loucura.

O que eu quero é que ele faça a coisa certa, que pense com calma e escute se é isso o que seu coração deseja acima de tudo.

Desde a última vez que conversamos sobre aquela noite, que foi no dia seguinte à visita de sua mãe, tentei acalmá-lo e fazer pensar em tudo isso de uma forma tranquila, mas como imaginei sua mente está tão bagunçada com tantas coisas acontecendo ao mesmo tempo que não consegui dizer muita coisa antes que ele se estressasse e pedisse para deixá-lo sozinho.

E foi isso que fiz, o deixei sozinho e implorei para que o tempo o ajudasse a pensar melhor no que fazer. Pelo menos o assunto com o Jackson havia sido resolvido, ainda que seja difícil acreditar que ele também tenha sido uma vítima, mesmo fazendo o que fez.

O importante era que agora aquilo havia ficado definitivamente no passado, onde tinha que estar desde o começo.

Entrego o último dois arranjos de lírios para o cliente a minha frente e, depois de me despedir com um sorriso mais forçado do que gostaria e um "volte sempre" quase que sussurrado, me sento na cadeira atrás do balcão de uma só vez, respirando fundo enquanto tento buscar por algum conforto escondido aqui embaixo.

Os dias no trabalho tem sido tão exaustivos que mal consigo focar nas outras coisas, não pela correria ou algo assim, mas sim por estar descontando todos os meus problemas fazendo o que deveria ser algo que me alegra - confesso que isso não tem me ajudado muito.