CAPÍTULO 22

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J U N G K O O K

Hoje o dia amanheceu diferente. Talvez seja pelos pensamentos que me impediram de dormir, ou talvez seja porque em algumas horas eu estarei tendo uma conversa que me fará esquecer tudo de tão ruim que aconteceu no passado. Que é também o que eu mais desejo.

Pensar no que minha mãe me falou há algumas semanas, me fez quase ter um treco de tanto pensar. Eu não sabia o que fazer e me sentia perdido em meio a tantas opções que eu poderia escolher.

Ficar afastado dos meus amigos me ajudou a pensar melhor em tudo, mas quando eu precisei também afastar o meu loirinho, pois tive medo de querer fazer isso por ele e não por mim, me deixou em completo desespero, afinal a nossa relação mudou e parecíamos que tínhamos tido uma briga bem feia.

Era doloroso ver ele chegando em casa depois de um dia intenso de trabalho e fazer de tudo para não me incomodar, porque tudo o que ele queria era me deixar confortável para que eu tomasse a minha decisão, mesmo se isso custasse nos deixar afastados.

Enquanto eu queria seus toques, ouvir sua voz, sentir seu cheiro de flores mais de perto e dizer o quanto eu sou agradecido por tê-lo ao meu lado, ele preferiu me deixar sozinho e ter o tempo que eu precisava para sanar todas as dúvidas que estavam me deixando louco.

Confesso que na maior parte do tempo eu preferi não pensar nisso e estava irredutível com a minha decisão: eu não iria perdoá-la e continuaria longe de sua vida assim como foram todos esses anos.

Mas imaginar que a qualquer dia eu possa morrer e deixar para trás o meu loirinho sozinho, me fez querer ter por perto qualquer pessoa que me conheça o suficiente para o ajudar a superar esse luto.

Eu sei, ainda não morri e com o tratamento pode ser que isso não venha acontecer tão cedo, mas ainda assim fico temeroso sobre esse assunto. Não dá pra confiar que tudo ficará bem no estágio em que a doença está.

As sessões de quimioterapia aumentaram uma vez por semana, porque apenas uma vez por mês não estava dando resultado. O doutor me explicou que isso iria acabar acontecendo uma hora ou outra, já que eu descobri o câncer em um estágio mais avançado, e desde lá eu venho pensando ainda mais na minha relação com o Jimin.

Às vezes enquanto eu vejo ele fazendo as coisas, as mais simples como cortar uma fruta ou ajustar o meu travesseiro para mim, penso em terminar tudo com ele e deixá-lo livre para viver sua vida sem um peso para carregar. Meu ji ainda está novo e depois de tudo o que ele sofreu na adolescência, não deveria passar por algo assim.

Sei que seu irmão tem o ajudado a lidar melhor com esse assunto, não só ele como o Hoseok também, por isso fico extremamente agradecido e emotivo por ter pessoas como eles tão próximas e que tem nos ajudado a superar cada dia que passa.

Enquanto estou pensando em tudo isso, olho para o relógio incontáveis vezes à espera do horário em que enfim voltarei a ver minha mãe. Estou nervoso e ansioso, mas ao mesmo tempo algo dentro de mim diz que tudo vai dar certo a partir de agora.

Para me dar mais privacidade com a conversa que terei com minha mãe, Jimin foi até a casa do Jin e do Nam pra ajudar com a decoração com algumas flores, já que amanhã faremos um jantar com todos os nossos amigos para agradecer pelo carinho e ajuda de cada um até aqui.

Por incrível que pareça ele deu a ideia de chamar o Jackson e usar esse jantar para nos aproximarmos mais, já que éramos amigos na faculdade e até uns meses depois que terminamos, e é claro que eu concordei, quanto mais gente a nossa volta melhor, e eu realmente preciso me acertar de uma vez por todas com o Wang, pois apesar de já ter aceitado o seu pedido de desculpas, ainda não conversamos sobre como ficaríamos daqui para frente.

Lúgubre • JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora