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— Por que saiu com uma cara de quem não gostou de alguma coisa? Eu fiz algo que não gostou?

— Não sei do que o senhor está falando. Eu saí normal daqui.

— Eu conheço você rapaz. Não sou idiota!! Não tente me enganar. Quer mais dinheiro?

— O senhor vai me dar o outro é? — Indagou entusiasmado.

— Eu sabia que queria os cinquenta reais. Espera aí!!

Houve uns segundos de silêncio enquanto Anthony voltava a mexer na carteira. Dark estava paralisado, seus olhos brilhavam de felicidade.

— Me devolva os vinte para eu te dar a outra.

Dark olhou para o pai e abriu um sorriso. Ainda de pé, na frente da porta, curvou a mão direita ao bolso de trás, retirou a cédula e entregou na mão dele, que não lhe agradeceu, apenas colocou de volta na carteira e permaneceu de pé, olhando bem sério para o rosto dele perdendo a graça lentamente e hesitando preocupação nos olhos. Mas Anthony possuía um olhar de sábio e não abria mão se quer de descruzar os braços, deixando transparecer mistério e superioridade.

— O que ainda está esperando? Pode seguir, antes que o feijão esfrie.

— Ué, estou esperando o que o senhor ainda não me deu, apenas pegou a cédula de vinte, mas esqueceu de me dar a outra.

— E nem vou lhe dar. Já está mais que na hora de aprender a não ser olho grande e se contentar com o pouco quando for o caso. Por causa disso, sairá daqui sem nada e nunca mais esquecerá o dia de hoje. Levará essa lição consigo. Agora vá e nem olhe para trás. Eu não quero que sua mãe depois venha me dizer que sou um péssimo pai. — Disse indignado.

Dark ficou atônito, boquiaberto, trêmulo, cabisbaixo e estarrecido. O silêncio dentro de si buscava respostas para tamanha lição de vida. Nos seus olhos, escorria um rio de lágrimas, capazes de alagar todo o bairro de Águas Claras. Ele engoliu o choro e deu meia volta, sem olhar no rosto do pai. Adiantou os passos e subiu correndo as escadas. Chorava alto e soluçava desesperadamente, mas após ter ultrapassado o portão e ter virado para à direita, Paul Wislley gritou bem alto:

— Dark? Passa e nem fala mais?

Houve uns segundos de silêncio!!!

— Acho que ele não lhe ouviu Paul. Passou tão rápido.

— O que deu nele? Chorava feito um condenado.

— O meu pai deve ter batido nele, porque mentiu.

— Nossa!! Eu só queria falar que fui esses dias lá na sua casa chamá-lo, mas demoraram de atender. Eu fui embora, pois estava com pressa e não queria esperar.

— Eu me lembro dele ter dito que ouviu alguém chamando lá fora, mas ele foi lá e não viu ninguém. Deve ter sido você. Pode deixar, falo com ele.

— Obrigado!!

Dark Costello aos prantos subiu correndo as escadas.

Ao ultrapassar o telefone público, encontrou a rua movimentada. Ele desceu em longos passos e foi diretamente para à cozinha.

Dark voltou até a escada e ficou sentado, vendo as pessoas passarem. O farol de um carro prata na sua direção irritava seus olhos. Mas depois pôde ver a mãe descendo a rua e ficou paralisado com sorriso dela.

Megan foi para o quarto para tirar a farda do Colégio Estadual Renan Baleeiro, localizado na rua Condor. Joe chegou, seguiu em direção ao quarto e deu um abraço forte na mãe que já estava indo tomar banho para dormir. Enquanto Megan caminhava para à cozinha, os meninos deitavam na cama e Joe começava a falar de Paul.

Megan voltou do banho, se despediu da mãe regando a palmeira e foi dormir. Deitou-se ao lado dos filhos que conversaram até pegarem no sono. Logo, todos estavam dormindo e descansando para o dia seguinte.

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