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                      Quinta-feira, 12:00 PM.

  Dark estava arrumado para ir à escola. Depois de ter deixado o quarto, ele foi para a sala e sentou-se na mesa para almoçar junto com Dona Snow e Joe. Na mesa todos queriam saber como seria esse passeio para conhecer o Teatro Castro Alves. Dona Snow muito contente sorria enquanto Joe curioso o indagava com curiosidades. Mas Dark não parava de olhar para o relógio, conseguia comer, conversar e prestar atenção nas horas, pois lembrou-se que a professora pediu para não demorar, porque atrasaria os preparativos.

  Dark Costello levantou da mesa e se despediu dando um beijo no rosto da avó. Mas Joe decidiu acompanhá-lo até o início da rua TV. Orlando José Ribeiro, já que também estava fardado a caminho da escola.

  Ao virar a esquina Dark avistou Areny de frente ao portão. Ela estava muito elegante com um vestido preto, com detalhes de renda sobre o decote e nas mangas, usava um sapato preto de salto, batom bem vermelho e no cabelo uma trança embutida que chegava até o meio das suas costas.

  Areny Müller rapidamente despertou os olhares das pessoas à sua volta. Dark caminhou até a professora e ao se aproximar deu-lhe um abraço bem apertado e permaneceu sorrindo. Ela o conduziu até o ônibus na entrada da rua TV. Orlando José Ribeiro, mas ao se aproximar, Dark ficou boquiaberto com a beleza do ônibus de 2 andares. ''Nossa!! Como é lindo!!''

  O motorista estava muito bem vestido e parecia ser gentil. Areny decidiu sentar no terceiro banco à direita e Dark sentou-se ao seu lado com a vista para a janela. Ele percebeu que Areny estava conversando com uma mulher e um menino sentados no banco ao lado. Ele ficou curioso. Logo entendeu que eles se conheciam e decidiu perguntar:

— Professora? Quem é aquele menino?

— É o meu aluno também. O nome dele é Siller Sylvester e ele também venceu o campeonato.

— Ué! Mas achei que só havia um vencedor.

— Não! Ele venceu o da turma da manhã e você o da tarde. Era para dois vencedores, matutino e vespertino. Entendeu?

— Sim! Mas quem é aquela moça sentada ao lado dele?

— É a mãe dele. A sua não veio porquê? Eu acabei esquecendo de te perguntar isso.

— Foi para o trabalho. Ela trabalha muito e não tem tempo pra nada.

— Eu entendo!! E você está pronto para conhecer o Teatro Castro Alves? — Hesitou Areny sorrindo.

— Mas, é claro que sim!! E como estou pronto. Nem dormi direito de tanta ansiedade. — Disse sorrindo com entusiasmo.

  O ônibus fazia a volta no Largo Campo Grande. Dark olhou para a professora e indagou:

— Já está perto?

— Sim!! Olha lá na frente o T.C.A.

— T.C.A? O que é isso?

— Hora!! É o Teatro Castro Alves. Esse é o significado da sigla. Lembra que trabalhei siglas na sala? Falei até sobre os estados brasileiros. — Disse sorrindo.

— Ah, Sim!! Estou encantado com a beleza do teatro. Ele é muito grande, exatamente como imaginava.

— Realmente é encantador.

  O motorista encostou o ônibus ao lado da praça e abriu a porta. Areny se levantou e ficou no corredor esperando os alunos. Dark segurou a sua mão e juntos desceram, mas enquanto esperava Siller e a mãe, Dark ficou olhando a beleza de tudo à sua volta, pois o Largo do Campo Grande, também conhecido como Praça 2 de Julho, é uma praça em Salvador. Surgido no início do século XIX, sofreu uma série de transformações urbanas no decorrer da sua história. Constitui-se em um dinâmico centro cultural, nomeadamente devido à presença de instituições como o Teatro Castro Alves (TCA) e o Teatro Vila Velha, de importantes colégios e de associações como a "Casa d'Itália" na sua área. Com árvores centenárias, situa-se após o "Corredor da Vitória" (parte da Av. Sete de Setembro, que atravessa o bairro da Vitória), o Vale do Canela e o Canela.

  Dark boquiaberto admirava os monumentos grandiosos encomendados na França, evocando os heróis das lutas pela Independência da Bahia, as gigantes e charmosas árvores centenárias e claro, toda beleza da arquitetura do século XIX. No centro do largo está o Monumento ao Caboclo, também chamado de Monumento ao Dois de Julho. É uma homenagem à independência da Bahia, à figura de "O Caboclo", inaugurado em 1895.

  Dark se assustou ao ouvir a professora chamando bem alto, pois estava distante. Ao se aproximar Areny segurou sua mão e juntamente com os outros alunos e as pessoas responsáveis pelo passeio seguiram em direção ao teatro.

  Na entrada tinha um rapaz, provavelmente responsável pela organização das crianças, pois pedia que formassem uma fila cuidadosamente para entrarem com segurança, e também para não se perderem.

  Ao entrar no teatro, começava ali a caça aos artistas, pois Dark estava olhando tudo atentamente, silencioso, tocava em tudo com bastante cuidado e delicadeza. De repente ouvia-se uma voz grossa o chamando, era o rapaz da organização, desta vez, para avisar que o espetáculo irá começar e pediu que o acompanhasse até a sala principal.

  Quando entraram na sala, Dark avistou Areny, Siller e a mãe na sua frente, então ele se aproximou, deu a mão a professora e juntos todos desceram as escadas da sala, em busca de uma poltrona que ficasse um pouco na frente do palco.

  Dark sentou na quarta poltrona, Areny sentou-se à sua esquerda e depois Siller e a mãe sentaram ao lado de Areny. A sala era enorme, poltronas vermelhas deixavam a sala intensa e mais interessante. Havia decorações de madeiras envolta das paredes, próximas aos encaixes das caixas de som embutidas. O acabamento também feito de madeira, dava a sala um toque mais obsoleto. A pouca iluminação, os rodapés do palco amplo e coberto de tapete marrom tornava tudo ainda mais encantador. Não havia muitas pessoas envolta, apenas vários alunos fardados, todos eram crianças, provavelmente também venceram o campeonato dos seus determinados bairros.

  Com todas aquelas qualidades do Teatro Castro Alves, criava uma atmosfera artística, fazendo o pequeno Dark se imaginar se expressando e explorando aquele palco, despertando no público o amor e o prazer que a arte liberta, deixando o ambiente incrível e capaz de causar frio na barriga só de imaginar encarar um público tão grande.

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