Jongho ainda não sabia como gerenciar os efeitos do que avistou na varanda de sua casa.
Seu ego estava perigosamente ferido.
Ele chegou a cogitar ter visto errado. Depois, Jongho ficou com raiva. Era difícil definir o motivo para o descontentamento. Seja porque Yunho era o seu amigo, ou porque Seonghwa e ele estavam trocando ideias horas atrás e até tiveram um momento íntimo atrás do muro da igrejinha. Possivelmente, Jongho jamais iria admitir, mas o motivo para seu peito estar queimando de cólera e a razão desaparecendo de seu consciente era que gostava de Seonghwa.
Gostava dele.
Inicialmente, Jongho nunca planejou levar Seonghwa a sério. Ele era uma puta. Uma vadia da pior espécie que dava e chupava qualquer um. Nunca iria pedir por exclusividade, porém, era inegável que sua carne era fraca e isso fazia com que não o dispensasse em nenhuma das oportunidades de ter um replay. Se Seonghwa não prestava, mas sentava bem, aí estava o benefício de ficar com ele, certo? Jongho pontuou isso consigo mesmo. Era só uma foda fácil. Seonghwa dava um bom chá. Ele tinha o que Jongho gostava, aquela sagacidade e experiência sem perder a postura de playboy que foi criado em um residencial em uma cidade do Rio Grande do Sul, onde ele acreditava ter conhecido o mundo todo, quando, na verdade, estava mais para quem estava sendo desvirtuado. Jongho era malandro, ele não ia cair na ilusão de achar que Seonghwa seria dele, afinal, não era como se quisesse conquistá-lo em primeiro lugar.
No entanto, vê-lo beijando outro despertou em si uma emoção que não explodia há muito tempo. Jongho não se apaixonava, não se apegava, ele não se importava o suficiente com os meninos e meninas que levava pra cama. Eram todos do mesmo jeito. A última vez que esteve em um relacionamento, ele achou que iria surtar porque amava muito a menina e ela o fez de otário. Ainda assim, Joaquim ficou com ela — maldita Maria Eduarda — e depois devolveu na mesma moeda, se arrependeu e ela o dispensou, dizendo que se valorizava e merecia mais do que uns chifres e seu nome na boca de um monte de gente porque Jongho estava agindo como se ela não fosse a namorada dele. Foi uma desgraça. Ele se arrependeu, tentou voltar, implorou, mandou dezenas de mensagens e foi na casa dela, mas nada a convenceu de que ele era algo além de um canalha do caralho.
Parecia que a história estava se repetindo. Seonghwa estava ali, beijando Yunho e deixando com que ele lhe tocasse despudoradamente. Em pouco tempo, iria abrir as pernas para ele. Jongho estava amargo. Ele queria chegar e xingar Seonghwa, afirmar que estava certo quando o chamava de marmita e que se arrependia por tê-lo tratado minimamente bem. Aquilo que se parecia com uma rejeição não pronunciada estava fazendo Jongho se tornar um monstro. Se aprendeu algo em seus antigos relacionamentos problemáticos, era que não se deve ficar dando exclusividade pra ficante nenhum. Mesmo que Seonghwa fosse gostoso pra caralho, chupasse que era uma beleza e fosse agradável na mesma proporção que era tarado e adorava sexo, não era como se ele fosse único no mundo, ou melhor do que alguém.
Jongho estava inconformado, mas ele engoliu isso e saiu de frente da porta. Ele não iria se humilhar só porque estava um pouco bêbado. Se Seonghwa queria foder com o seu amigo — a porra do seu amigo — que fodesse, só não iria ficar ali olhando e se torturando. Detestava sentimentos, detestava se imaginar um dia apaixonado por alguém. Seonghwa era só mais um na sua lista.
— Joca, que cara é essa, piá?
Yeosang estava com as bochechas coradas e as pálpebras caídas, tão alto quanto Jongho que riu daquela pergunta. Ele segurou o ombro de Yeosang e o empurrou suavemente para trás para que ele não chegasse a ter visão da varanda, ou certamente o curitibano ficaria arrasado.
— Fica suave, Filipinho, tô de boa, só passei um pouco da conta, não tava bebendo antes por causa do shape, daí quando bebo, bato o corsa.
— Se tu tiver passando mal, tu avisa, daí.
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REVOADA | WOOSAN 💯🇧🇷
FanfictionMorando em um país tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza, o brasileiro e seu time são como feijão com arroz: inseparáveis desde o início. Samuel Choi nasceu vestido com seu uniforme raçudo alviverde imponente como se fosse sua segunda p...