Eu já tava desconfiada que o Kay tava aprontando alguma coisa. Ele andava estranho demais, todo misterioso, e quando ele fica assim, é certeza que vem bomba. Mas, como sempre, ele se fazia de desentendido.
— Arruma tuas malas aí, amor. Tu vai viajar comigo. — Ele soltou do nada, encostado na porta do quarto, enquanto eu mexia no celular.
— Viajar pra onde? — Perguntei, já levantando uma sobrancelha.
— Surpresa.
Bufei, mas fui arrumar minhas coisas. Se eu tentasse arrancar alguma informação dele, só ia dar risada de deboche e "tu confia em mim, né, princesa?". Então, melhor deixar quieto.
Quando chegamos no aeroporto, eu já sabia que não era uma viagem qualquer. Kay não pegou voo comercial, nada de fila, nada de check-in normal. Era um jatinho particular, daqueles que eu só via gente muito famosa postando no Instagram.
— Kaique... onde tu tá me levando?
Ele só sorriu e me puxou pra dentro do avião.
O voo demorou, e eu dormi quase o tempo todo. Mas quando acordei e olhei pela janela... Meu Deus. O azul do mar era tão claro que parecia que alguém tinha editado. E aquelas casinhas brancas, tudo tão perfeito, tão lindo...
— Grécia? — Falei, ainda meio chocada.
— Tava na tua lista de lugares que tu queria conhecer, né? Então vamo conhecer. — Ele respondeu, apertando minha cintura de leve.
Eu ainda tava processando tudo quando chegamos na villa que ele alugou. Era coisa de cinema, sério. Piscina infinita, vista pro mar, tudo tão bonito que parecia mentira.
Os dias passaram e eu tava vivendo um sonho. Kay me levou pra conhecer cada canto dali, restaurantes incríveis, praias paradisíacas... Mas tinha algo nele. Ele tava diferente. Nervoso.
No terceiro dia, ele me levou pra jantar em um restaurante à beira-mar, só nós dois. O céu tava estrelado, o clima perfeito. Ele segurou minha mão por um tempo, sem falar nada.
— O que foi? Tá me deixando nervosa.
Ele riu baixinho, passou a língua nos lábios, como se tentasse criar coragem, e respirou fundo.
— Eu nunca fui bom com palavras, cê sabe. Mas tem coisa que a gente sente que não pode deixar passar.
Meu coração começou a bater mais forte.
— S/N, eu já tive muita coisa na vida, já vivi muita parada doida, mas nada nunca fez tanto sentido quanto tu. Cê me entende, me apoia, é minha paz, minha casa. E eu não quero mais imaginar minha vida sem você.
Ele levantou da cadeira e, na minha frente, se ajoelhou. Meu mundo parou. As pessoas ao redor começaram a olhar, algumas já sorrindo.
Ele abriu a caixinha de veludo.
— Casa comigo, princesa?
A lágrima escorreu antes mesmo de eu conseguir responder. Meu coração parecia que ia explodir.
— Sim. Sim, mil vezes sim!
Ele sorriu, aliviado, colocou o anel no meu dedo e me puxou pra um beijo, enquanto todo mundo ao redor aplaudia.
A Grécia já era um lugar dos sonhos. Mas agora, tinha se tornado o começo do resto da minha vida com ele.
