Escola

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Cheguei na escola, o muro era inteiro desenhado, desenho de cadernos e livros coloridos em um muro amarelo, o grande portão cinza estava aberto e bem na frente duas monitoras gritando para os alunos entrarem logo.
Respirei fundo e desci as escadas, no pátio tudo era extremamente grande, tinham muitos corredores e eu estava totalmente perdida procurando pela minha sala.

Como odeio aglomerado de pessoas, que saudades dos meus antigos amigos.

Fui tirada dos meus pensamentos com um impulso forte no braço, olhei e não consegui ver quem tinha me empurrado. 

Tem coisa pior que gente mal educada? 

Continuei andando até que achei uma inspetora que me levou até a sala de aula, os corredores são grandes com paredes laranjas. 

Bizarro uma escola laranja não acham?

A sala já estava cheia quando cheguei, todos os alunos olharam pra mim, e como eu adoro chamar atenção fiquei vermelha em menos de dois segundos, sentia meu rosto queimar de vergonha, corri os olhos pela sala em busca de uma cadeira disponível o mais longe possível das pessoas, e lá estava ela, uma cadeira bem afastada nos fundos da sala encostada na janela, parecia ter sido feita pra mim, quase corri até lá, não literalmente, claro, cheguei perto da mesa coloquei minha mochila em cima dela tampando me sentando na cadeira quase que totalmente escondida atras da minha bolsa, adorei aquele lugarzinho. Coloquei o fone e fiquei jogando no celular, buscando qualquer coisa pra fazer que não fosse ficar ali atraindo olhares curiosos.

Olhei para a porta aleatoriamente, e alguém me chamou a atenção, tanto que eu não conseguia deixar de olhar, acho que eu ainda não tinha citado aqui como amo sorrisos não é? Mas sim, tenho fraco por sorrisos bonitos, e aquele era talvez o sorriso mais sincero que eu já havia visto, o sorriso vinha de um menino moreno, alto com cabelos pretos, ele sorria sinceramente que dava vontade de sorrir olhando-o.

Acho que o olhei tanto que ele percebeu, e foi nesse momento que ele me olhou também, eu não conseguia desviar os olhos, e naquela altura ele já estava curioso de o porque eu o olhava tanto, ou só tinha me achado louca talvez. 

Deixei de olhar para ele e voltei os olhos para a tela do meu celular, fui me deixando levar pela musica e esqueci o sorriso por um momento, até que o meu fone foi tirado do meu ouvido.

- Oi. - Era ele, o menino da porta, apenas levantei os olhos para ele. - Desculpa por ter esbarrado em você lá em baixo e não ter pedido desculpas, eu estava atrasado, meu nome é Otavio. Falou ele, me olhou e esticou a mão em minha direção. - Qual seu nome?

Então foi ele o mal educado, tinha que ter um defeito, e o defeito dele era ser um babacão.

 - Olha atrasado ou não você foi muito mal educado, e isso não se faz, se eu tivesse caído eu ia levantar e fazer questão de te quebrar no murro. - Falei o olhando e cruzei os braços. - Como minha mãe me ensinou educação eu vou pegar na sua mão. - Estiquei minha mão e peguei na mão dele ainda estendida, uma corrente de vento passou pela minha barriga.

- Marrentinha você né senhora educação, já pedi desculpas, eu não fiz por mal.- Falou sorrindo e levantando as mãos em sinal de rendição.

- Tudo bem, eu já desculpei. - Respondi.

- Será que mereço saber pelo menos seu nome? - Perguntou ele novamente sorrindo.

- Luzia, mas pode me chamar de Lu. - Falei.

- Prefiro marrentinha. - Falou sorrindo.

- Você costuma apelidar as pessoas assim logo de cara? - Perguntei fingindo cara de brava.

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