Ponto de Paz

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Lu on

Eu e o Otavio tínhamos acabado de nos beijar, eu o abracei e encostei minha boca no seu ouvido, claro tive que ficar na ponta dos pés, sussurrei bem baixo em seu ouvido.

– Eu te amo.

Ele me soltou, olhou no fundo dos meus olhos fazendo carinho no meu rosto e sorriu, aquilo estava me agoniando, porque ele não falava que me amava também, acho que eu não deveria ter falado, esta muito cedo pra esse tipo de sentimentos.

– Acho melhor você ir deitar, você precisa descansar. - Falei tentando disfarçar meu desapontamento.

– Deita comigo.

Eu sai da porta e fui até a cama me encostei nele e ele me abraçou e ficou fazendo carinho no meu cabelo.

 - Eu te amo marrenta. - Sussurrou ele.

- Achei que não fosse falar nunca.

- Eu nunca falei pra garota nenhuma uma coisa dessas Lu, não sei como é.

- Nem eu, é tudo muito novo.

 - E aconteceu tudo muito de repente, mas eu gosto.

- Eu também.

Ficamos em silêncio, logo depois eu adormeci, acordei com meu celular tocando, olhei eram 9:00.

- Alo.
-  Aonde você se enfiou Luzia e porque passou a noite fora de casa sem me avisar, você tem noção da preocupação que eu fiquei?
- Nossa mãe me desculpa mesmo, eu esqueci de avisar, na verdade eu não iria dormir aqui só que acabei pegando no sono, to na casa do Otavio, estamos indo pra casa prometo.
- Anda logo, eu to esperando.

Puts ela ta brava, levantei correndo, fui no banheiro fazer minhas higienes, escovei os dentes com a escova do Otavio mesmo, ele ia me matar quando descobrisse, arrumei o cabelo e assim que sai pulei em cima dele.

- Aiiii Lu. - Falou ele.

- BOM DIA! - Falei gritando.

- Que ânimo é esse? - Ele falou virando com os olhinhos baixos por causa da claridade do quarto, ele tava com a cara toda amassada, porem continuava lindo.

- É medo mesmo, você acredita que pegamos no sono e não avisei minha mãe que eu iria ficar aqui? Ela deve estar pirando lá, já me ligou falando uma par, vamos pra casa, vem. - Falei puxando ele.

- Porque eu? - Falou.

- Você vai me levar.

- Não vou não.

- Ok, vou chamar o Lucas. - Virei pegando o celular.

- Opa, levantei. Ele falou pulando da cama e me abraçando por trás pra pegar o celular ele foi dando beijinhos no meu pescoço, me fizeram arrepiar, ele me virou e ficamos cara a cara, ele veio me beijar.

- Vai escovar os dentes nojento. - Falei me soltando do abraço dele e indo em direção a porta. - Vou tomar café.

- Vou depois que escovar os dentes chatinha.

Pisquei pra ele e desci, cheguei na cozinha a tia Silvia já tinha feito a mesa do café e estava comendo. - Bom dia tia. - Falei.

- Bom dia flor.

Sentei e comecei a preparar meu pão, o Otavio desceu correndo e sem camisa, aquele corpo era lindo, com uma bermuda azul, parou na minha frente e me deu um selinho, e um beijo na testa da mãe dele, ela nos olhou com um olhar curioso.

- Selinho? O que eu perdi? - Perguntou ela.

- A Lu me agarrando ontem. - Falou ele sorrindo.

- Otavio! - Falei jogando um pedaço de pão nele.

- É namoro?

- Ele tem que pedir para os meus pais né tia.

- Claro, e para você ele já pediu?

- Ainda não, bom tia temos que ir porque minha mãe ta pirando já porque dormi fora de casa.

- Eu levo você, assim converso com sua mãe sobre umas receitas novas.

- Ok.

Fomos o caminho todo ouvindo musica, cantando e rindo das palhaçadas do Otavio, chegamos em casa, meu pai já havia saído, o Jonas estava na sala com minha mãe assistindo televisão.

- Bom dia moça. - Falou minha mãe irônica.

- Oi mãezinha.

- Teremos uma conversinha mais tarde viu?

- Ta bom mãe ta bom.

Deixei eles conversando e fui tomar meu banho, demorei lavando meus cabelos, sai, coloquei um vestidinho tomara que caia azul e uma sapatilha, era domingo, dia de ficar em casa o dia todo sem fazer nada, desci pra sala, minha mãe e a tia Silvia estavam trocando receitas e o Otavio jogando video game com o Jonas, parei na frente da tv e eles ficaram gritando "Sai da Frente" comecei a rebolar e nada, desisti, peguei o celular e falei em voz alta para o Otavio ouvir.

- Vou ligar para o Lucas.

- Parei de jogar já. - Falou tirando o celular da minha mão.

- iiii cara já vi tudo, seis tão namorando? - Falou o Jonas.

- AINDA não - Ele aumentou o tom de voz no "ainda".

- Ta bom, o Lu, você podia me arrumar umas amiguinhas já que agora to solteiro.

- O que aconteceu?

- Melhor só que mal acompanhado, eu e a Jéssica não rolava mais, vou dar uma saída falou. - Disse saindo.

- Quero te levar em um lugar. - Falei para o Otavio.

- Claro, vamos.

Eu queria muito que o Otavio visse o meu lado que não era completamente maluquinha e marrenta, queria mostrar pra ele o meu lado romântica, implorei pra minha mãe deixar eu sair, ela deixou mais ficou reclamando, eu e o Otavio fomos andando e o curioso não parava de perguntar onde estávamos indo, quando chegamos, peguei a mão dele levei ele até o tronco da arvore que eu ficava quando estava mal.

- Esse é o meu ponto de paz. - Falei abrindo os braços.

- É aqui que você vem quando quer ficar sozinha?

- Sim.

- Porque me mostrou seu maior segredo?

- Porque quero que você conheça o meu lado romântico também.

- Linda. - Ele falou se aproximando, me deu um beijo calmo e apaixonado, os beijos do Otavio sempre conseguiam ser românticos e lentos mas ao mesmo tempo excitantes, ele tinha um beijo, que só ele tinha, fomos parando o beijo com selinhos e ele olhou nos meus olhos.

- Sabe qual é o meu ponto de paz? - Perguntou ele.

- Qual?

- Você.

Enchi meus olhos de lágrimas, ele sentou no chão ao lado da arvore e me puxou pro colo dele, sente e o abracei.

- Onde você tava toda minha vida? - Falei.

- Esperando você.

- Eu te amo.

- Te amo mais.

Ficamos ali mais um tempo e quando estava para escurecer fomos para casa, quando cheguei minha mãe já estava me esperando.

- Senta - Ela falou assim que abri a porta da sala. - Sentei e fiquei olhando para ela. - Você e o Otavio, o que vocês são?

- Não sei.

- Vou ser bem clara, ele é um ótimo amigo, te apoia e eu e seu pai gostamos muito dele, mas ele é galinha e vai te fazer sofrer, se está acontecendo algo  mais que amizade entre vocês, eu te sugiro que pare, eu nunca irei aceitar, nem vem com o papo de que ele é gay.

- Mas mãe...

- Se estiver acontecendo pare. - Ela me interrompeu.

Subi para o meus quarto e deixei ela lá, desabei a chorar como ela podia se intrometer na minha vida assim?
O Jonas abriu a porta do meu quarto com uma cara de choro.

- Preciso de você. - Falou ele.

Surpresas do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora