E agora, o que eu falo?

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Quando cheguei no quarto em que o Otavio estava, ele olhava fixamente pra janela, me aproximei dele e sentei na ponta da cama, peguei uma de suas mãos e senti quando uma lágrima correu pelo meu rosto, Otavio levantou a mão livre e limpou a lágrima, continuou com a mão em meu rosto fazendo carinho.

– Não chora. - Falou ele  me olhando.

– Me perdoa, eu nunca deveria ter ido embora. - O abracei.

– Quando aconteceu tudo, todo o acidente, eu estava indo atrás de você, queria te pedir desculpas e ... - Ele para de falar e me solta segurando minha mão.

– E o que?

– Nada, vamos conversar sobre isso quando eu sair daqui?

– Pode ser.

O Médico abre a porta pedindo para eu sair, Otavio ainda não podia receber muitas visitas em um dia só, eu desci e resolvi ir para casa.

Otavio On

Eu sentia todo o meu corpo dolorido, sentia que eu queria abrir os olhos mas não conseguia, ainda conseguia ouvir a buzina do caminhão se repetindo na minha cabeça, ouvia de longe a voz da Lu, será que eu to ficando louco?
Eu precisava ver a Lu, precisava falar com ela, precisava tocar nela mas uma vez, fiz forças e consegui aos poucos abri os olhos, era a Lu, mas ela estava indo embora, eu tentava gritar mas não conseguia achar forças, vi quando ela olhou para trás e saiu gritando, o que estava acontecendo?
De repente a sala lotou de médicos e eu apaguei de novo, acordei com uma enfermeira no meu quarto, eu já enxergava melhor, será que conseguiria falar?

– Lu? - Tentei falar com a voz fraca, a enfermeira conseguiu me ouvir.

– Meu nome é Vivian, você está bem?

- Falou uma mulher de roupas de enfermeira.

– Lu? - Eu queria a Lu, precisava falar com ela.

– Deve estar delirando. - Ela encostou na minha testa. - Vou chamar o Doutor.

A enfermeira sai do quarto e eu olho pela janela, será que a Lu veio me ver?

– Ei rapaz resolveu acordar. - Disse o Doutor entrando na sala.

– Quero ver a Lu. - Falei com muita dificuldade.

– Quando o efeito da sedação passar completamente chamaremos ela, o que ela é sua?

 – Melhor amiga. - Já estava ficando mais fácil falar. - Luzia o nome dela.

– Ok, vou chama-lá.

O médico foi chamar a Lu, eu fiquei pensando em tudo o que já passamos, e agora? Será que vale a pena lutar pelo meu sentimento por ela, será que ela também quer, isso tudo ficou muito confuso, nós não tivemos tempo de conversar nem de combinar o que seríamos, eu amo a Lu, e isso me da a certeza de que eu quero ficar com ela mas será que ela pensa assim?
A porta do quarto abriu, era ela, ela estava linda, quanto tempo meu Deus, ela veio se aproximando com aquele sorriso perfeito, sentou na beira da minha cama e pegou minha mão, um arrepio subiu pelo meu corpo, ela pegou minha mão, acho que me perdoou, notei quando uma lágrima escorreu pelo rosto dela, levantei a outra mão e passei a mão no rosto dela, estávamos em silencio, quebrei o silencio.

– Não chora. - Digo fazendo carinho no rosto dela.

– Me perdoa, eu nunca deveria ter ido embora. - Falou ela me abraçando, ela parece arrependida e agora não estava mais sorrindo.

– Quando aconteceu tudo, todo o acidente, eu estava indo atrás de você, queria te pedir desculpas e ... - Soltei o abraço e peguei as mãos dela, eu iria dizer que iria pedir uma chance mas aquela não era a hora muito menos o lugar, decido parar de falar e desvio os olhos para nossas mãos.

– E o que? - Ela me olhou curiosa.

– Nada, vamos conversar sobre isso quando eu sair daqui?

– Pode ser. - Ela devia estar querendo me matar.

O Médico entra e chama a Lu, não queria que ela fosse embora, ela se despede e vai embora, minha mãe e a Patty entram para me visitar.

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Uma semana depois

Hoje é o dia da minha alta, estamos no carro indo para casa, eu minha mãe e a Lu, chegamos em casa minha mãe para o carro e saímos, quando a Lu abre a porta e eu olho pra casa.

– Não acredito que vocês fizeram isso. - Meus olhos encheram de lágrimas.
 

Estavam todos lá, meus amigos, minha família, estavam todos em casa, e na parede tinha uma faixa grande escrito "BEM VINDO DE VOLTA".

- Filho foi tudo ideia da Lu. - Falou minha mãe.

Minha mãe era sempre muito quieta e eu nem sabia que ela e a Lu se falavam tanto, parece que apaguei por muito tempo.
Entrei em casa todos vieram me cumprimentar, foi uma tarde perfeita, ficamos conversando e comendo, aos poucos cada pessoa foi indo embora, ficou apenas eu, a Patty, o Mat, o Lucas e a Lu sentados conversando.

- Gente eu acho que vou deitar. - Falei.

- Está na hora né, você ta se esforçando demais, vem eu te levo. - Falou a Lu pegando meu braço.

- Lu quer que eu te espere pra ir embora? - Falou o Lucas. Como assim esperar a Lu? Quanto tempo eu apaguei e porque eles estavam tão juntos o tempo todo?

- Nem precisa Luquinhas depois a peço pra tia Silvia me levar.

- Ok.

Ele se aproximou perto da Lu e deu um beijo na testa dela, me deu um abraço que eu já não retribui muito e saiu pela porta, fiquei olhando pra Lu com uma cara feia, não gostei mesmo daquela intimidade toda, eu e ela subimos para o quarto, eu fechei a porta e ela sentou na minha cama brincando com um ursinho que eu tenho.

- Qual é você e o Lucas o que ta pegando? - Perguntei.

- Ele é um ótimo amigo.

- Só amigo?

- Mais acabou de voltar e já ta querendo briga? - Falou ela sorrindo.

- Não gostei do seu jeito com ele muito mimimi.

- Ai quer saber se é pra brigar fique sozinho.

Ela falou se levantando e indo em direção a porta, segurei no braço dela e encostei ela na parede, me aproximei a ponto de ela sentir minha respiração, coloquei uma mão em sua nuca e a mão que estava no braço passei pela cintura abraçando ela, olhei bem no fundo dos olhos dela, e continuei me aproximando, chegamos a menos de um centímetro, esperei para ver a reação dela, ela passou os braços em volta do meu pescoço e me puxou, o beijo estava um pouco lento e calmo, sem malícia, cada beijo que eu dava na Lu eu sentia algo diferente, sentia que eu precisava mais daquilo do que de qualquer outra coisa, eu me sentia completo quando ela estava ali comigo, quando o beijo foi parando ela me abraçou, encostou bem perto do meu ouvido.

- Eu te amo. - Sussurrou ela e mordeu minha orelha de vagar.

Na hora minhas pernas bambearam e agora o que eu falo?

Surpresas do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora