Surpresas do Amor

Noite juntos

Eu nem esperei o médico me chamar, sai correndo pelas escadas do hospital até o quarto onde a minha mãe estava, abri a porta, ela ainda parecia fraca, estava deitada na cama daquele quarto todo branco e cheio de aparelhos, a janela do quarto dava para o jardim e era bem alta, cheguei perto dela, ela ainda estava com os olhos fechado.

- Mãe? - Sussurrei enquanto me aproximava da cama.

- Oi filha. - Ela abriu os olhos e sussurrou fraco. - Tudo bem?

- Eu que te pergunto não é? A senhora está bem? - Perguntei pegando em sua mão.

- Eu estou bem, ainda estou fraca por causa da anestesia mas estou bem.

- Quando a gente pode ir para casa mãe? - Perguntei acariciando a mão dela.

- Você vai agora mesmo, eu vou ficar aqui por alguns dias ou talvez semanas, não posso ir embora ainda, mas você precisa ir embora, cuidar da casa, do seu irmão e do seu pai por mim.

- Não quero te deixar. - Meus olhos já estavam cheios de lagrimas.

- Eu preciso de você para cuidar deles, por mim.

- Você promete que ainda vai estar aqui na próxima visita? - Perguntei e agora já não controlava mais as minhas lágrimas.

- Eu prometo que não vou para lugar nenhum. - Ela beijou minha mão. - Cuida da casa por mim, do seu pai e do seu irmão também.

- Está bem mãe, vou colocar ordem naquele barraco. - Falei sorrindo para ela.

Dei um abraço nela e desci, já me sentia mais tranquila de ter visto que ela estava bem, quando cheguei na recepção meu pai e Otavio estavam falando de esportes típico né? 

- Falou com ela? - Perguntou meu pai.

- Sim, ela disse que tenho que cuidar de vocês, eu estou no comando agora. - Fiz uma cara de convencida.

- Ok chefona. - Ele falou fazendo pose de soldado e todos rimos.

- Você precisa ir para casa, e vai dormir sozinha hoje, Jonas ficou na casa da sua avó e eu vou passar a noite aqui, e nada de faltar na escola amanhã.

- Está bem pai, mas não quero dormir sozinha.

- Se quiser dorme lá em casa. - O Otavio falou interrompendo a nossa conversa, o olhar do meu pai foi a resposta. - Minha mãe está em casa Lu você pode dormir com ela, prometo ficar longe.

Olhei para o meu pai em busca de mais um olhar de resposta, dessa vez ele estava pensando realmente no caso.

- Posso falar com a sua mãe rapaz? - Ele falou olhando para o Otavio.

O Otavio pegou o celular e ligou para a mãe dele, falou brevemente e passou o telefone para o meu pai, que se afastou para falar ao telefone em particular, queria tanto saber o que eles falavam.

- Pode ir Lu. - Falou ele quando voltou da ligação demorada até demais para a minha curiosidade. - Otavio, quero você longe mocinho.

- Sim senhor. - Otavio fez pose de exército

Nós rimos, e eu e o Otavio saímos para ir para casa, ele me levou até lá para buscar algumas roupas. Depois de pegar as roupas fomos para a casa dele, ele me apresentou a mãe dele que foi muito gentil comigo.

Ainda eram 15:00 então resolvemos assistir filme, ficamos até as 20:00 assistindo filme, quando acabaram os filmes fomos comer, depois que comi deixei o Otavio jogando enquanto revirava uns sites de computador atrás de alguns tópicos da doença da minha mãe.

- Acho que eu vou subir, está tarde. - Falou ele.

- Também vou. - Desliguei o computador e fui deitar.

Deitei com a Silvia que era a mãe do Otavio, estava morrendo de vergonha nem me mexia direito, fiquei pensando na minha mãe até que dormi.

Acordei com um barulho na cozinha, sou curiosa e não resisti, desci as escadas de vagar e lá estava o Otavio com leite por todos os lados.

- O que você fez seu louco? - Sussurrei enquanto descia as escadas sorrindo.

- Não fui eu, foi a caixa de leite que resolveu voar. - Ele me olhou apontando para a caixa de leite caída perto do fogão.

Nós dois rimos, o ajudei a limpar a bagunça, fui lavar o pano na lavanderia que ficava na frente da cozinha, estava esfregando o pano no tanque quando senti se aproximar atrás de mim, estava escuro, apenas a luz da cozinha clareava um pouco do lugar, me encostei no tanque e o olhei.

- O que foi? - Perguntei a ele o olhando e respirando profundamente.

- Preciso te fazer uma pergunta. - Ele se aproximou mais e ficamos bem perto.